1- Primeira Consulta do Dia

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Oiii. Quem me conhece de Te Espero no Farol, estamos de volta com mais uma fic. Quem não me conhece ainda, muito prazer <3

Antes de começarmos, vamos deixar umas coisas claras rapidinho. Isso aqui é uma fanfic, nada a ver tem com a realidade, tá? Tudo fruto da minha linda imaginação, então, por favor, sem comparações com o real porque acaba estragando a ficção.

E é isso, gente. Aproveitem! Meu Gicela ta vivo sim!

+_+_+

Há muito tempo Gizelly vinha alimentando uma vontade absurda de viajar e passar pelo menos um mês fora, longe de tudo e de todos, simplesmente sem precisar pensar em trabalho, sem pensar nos problemas da vida. Do jeito que as coisas estavam, mal conseguia ficar um segundo sem pensar nos problemas em geral, principalmente porque seu celular não parava de tocar um só minuto.

Era advogada criminal e já aos 28 anos tinha casos históricos no currículo. Defendia seus clientes com unhas e dentes, sempre buscando a melhor estratégia para a condução do júri ao seu favor. Não era fácil, mas no fundo sabia que tinha nascido para isso, para argumentar e ganhar. Era respeitada e renomada, todos a respeitavam e era gratificante olhar para trás e ver cada passo que tinha dado até chegar ali.

Mas isso era no trabalho.

Na sua vida pessoal era completamente diferente, não adiantava argumentar, pois tudo saía exatamente o oposto do que tinha planejado.

Aos 18 anos, em um passeio com amigos para a praia, conheceu um garoto que estava com os amigos bem próximos de onde estavam. Ele era engraçado e gostava de dar atenção para as meninas, mas algo em Gizelly atraiu a atenção dele. Lembrava como se fosse ontem quando pediram licença e foram para um lugar mais reservado para conversarem.

Começaram a namorar quase um mês depois. Eles faziam faculdade na época, Gizelly Direito, ele arquitetura. Com cinco anos de namoro, se casaram. Era apaixonada por ele, tanto que somente de pensar sua vida sem conhecê-lo fazia seu coração doer.

E tudo na vida dos dois era feito sobrepondo algo novo para tentar ajeitar o que precisava ser melhorado. Com um ano de namoro brigaram sério por causa de ciúmes, ele nunca tinha ficado daquela forma, mas a solução foi passarem alguns dias viajando a sós, como um casal. Deu certo a princípio.

Com quatro anos veio outra crise, uma monotonia absurda que parecia consumir os dois, mas Gizelly o amava tanto e sentia que ele também se sentia da mesma forma. Para melhorar, decidiram pelo matrimônio. Foi maravilhoso, Gizelly pensou que a mãe infartaria no altar, parecia até que o casamento era dela.

Mas os ciúmes continuavam e cada dia mais piorava, mas Gizelly via isso como um medo que ele tinha de perdê-la. Entendia ele, por isso tentava só máximo não provocar cenas de ciúmes, mesmo que sem querer. Deu certo por bastante tempo até.

Recentemente fizeram cinco anos de casados e a rotina estava ali como sempre, incomodando e incomodando. A decisão do momento era que tudo iria melhorar se tivessem um filho juntos e há um ano entraram em um consenso de que tentariam fazer isso acontecer, precisavam fazer acontecer. Precisavam salvar a única coisa boa que tinham juntos.

Só que a princípio não deu certo.

O horário dos dois nunca batia, porque ele sempre estava no escritório até tarde e quando chegava em casa, Gizelly estava cansada demais para fazer qualquer coisa. As brigas foram aumentaram drasticamente até que finalmente o consenso veio, ele chegava mais cedo e juntos tentavam ter um filho.

Um ano tentando, um ano inteiro. Gizelly estava exausta.

Tentou de todas as maneiras, parou de tomar anticoncepcional, ficava ligada nos dias férteis, mas nada do que faziam dava certo, até que a única solução que teve foi buscar por ajuda profissional. Já não sabia mais o que fazer, achava que tinha problemas fisiológicos, alguma coisa que a impedia de ter filho. Precisava saber o que era.

Por isso pesquisou na internet os melhores profissionais naquele ramo, mas por fim acabou optando por uma doutora indicada por sua amiga Letícia, que alegou ser a melhor do planeta. E a mais cara também, mas se ela era boa mesmo como diziam e resolvesse o seu problema, valeria cada centavo pago.

Afinal, além de salvar seu casamento,  ser mãe sempre foi um sonho acima de qualquer outra coisa.

(...)

Era uma manhã nublada de segunda feira, meados de junho. Marcela acordou cedo para abrir o consultório na clínica São Pedro, no bairro de Copacabana. Com um copo de café na mão, jogou o jaleco impecável no banco do carona e saiu com o carro da garagem.

Desde criança, Marcela sonhava em ser médica. Cismava em brincar de ser doutora e fazer atendimentos com amiguinhos e também com suas bonecas e ursinhos. Todos pensavam ser algo da sua cabeça, algo que o tempo fizesse esquecer e no fim acabasse se tornando... uma engenheira? Uma advogada?

Um dia o sonho virou realidade e trabalhar no consultório acabou se tornando uma terapia diária, mesmo na verdade querendo era um consultório próprio e não alugado, mas sabia que conseguiria ter isso um dia.

Depois de estacionar o carro, pegou o jaleco e entrou no pequeno prédio Branco com detalhes em verde. O copo vazio de café ficou jogado no porta luvas, como em todas as manhãs.

- Bom dia, Bianca - cumprimentou a morena sentada atrás do balcão da recepção. - Caiu da cama, foi?

- Bom dia, Ma - ela sorriu daquele jeito encantador. - Tenho que enviar alguns documentos até às nove, mas e você?

- Não consegui mais dormir. Tenho alguma consulta agora de manhã?

- Tem sim, daqui 20 minutos, mas ela ainda não chegou. Gizelly Bicalho.

- Obrigada, Bi.

E entrou em seu consultório com um sorriso no rosto. Gostava de Bianca, ela era uma boa amiga e nas horas vagas compartilhavam bem mais que um copo de cerveja, mas ninguém sabia disso, nem os amigos mais íntimos. Era norma da empresa não ter relacionamento entre funcionários e manter segredo era a melhor forma de seguir com aquilo sem maiores problemas. Sem contar que as chances de ela ser mandada embora eram muito maiores que as suas, o cargo geralmente diz muita coisa para o dono da empresa. Não queria prejudica-la.

Era só um lance vez ou outra, nada de mais, nada com que devesse se preocupar. Ela não queria se envolver em um relacionamento sério e Marcela gostava que fosse assim, também não queria nada mais complexo para o momento. Estava juntando dinheiro e namoro dá bastante trabalho financeiramente, por isso era melhor do jeito que estava. Para as duas.

Depois que entrou no consultório só deu tempo de verificar a lista de consultas marcadas e marcar alguns workshops na sua agenda quando o telefone tocou, era Bianca anunciando que a paciente havia chegado.

- Pode pedir para ela entrar sem bater - respondeu e sorriu. - Obrigada.

E colocou o telefone de volta no gancho para logo em seguida notar a porta abrir após um toc toc bem suave. Ao erguer os olhos, a primeira coisa que observou foi uma cachoeira castanha em formato de cachos caírem quando ela colocou a cabeça para dentro da fresta e sorriu de uma maneira tímida.

Ajeitando o jaleco, Marcela levantou da cadeira giratória e contornou a mesa quando a mulher entrou. Vestia jeans e camiseta regata simplee, mas Ma pôde ver que aquela mulher tinha muito mais em si do que as roupas que vestia. Por isso estendeu a mão para apertar a dela e sorriu quando as peles se tocaram, palma com palma, os olhos se encontraram, castanho com castanho.

- Gizelly, não é?

- Isso - as mãos seguiram unidas no aperto por alguns segundos a mais que o necessário antes de finalmente soltarem. - Gizelly Bicalho Prior.

- Muito prazer - Marcela voltou a contornar a mesa e se sentar na cadeira novamente. - Sente-se, vamos conversar. O que trás você até aqui?

+_+_+

E então? O que acharam? É, nessa fic vai ser diferente de Farol, o sofrimento vai ser desde o início sim, mas prometo que no fim tudo vai dar certo - eu acho. 

Não deixem de comentar e votar para deixar essa humilde autora feliz.

Beijooooooos <3 

PS: Continuo?

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