Prometi e voltei. Acabei tendo um contratempo e a hora passou muito rápido, socorro.
Mas deve ter alguém acordado ainda, né? Kkkkkkkkkkk
Não esqueçam de passar em Transatlântico ♥️
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(...)
As lágrimas escorriam com força e Gizelly não sabia como controlar. Não era disso que ela precisava agora, mas simplesmente não conseguia, não conseguia mais se segurar. Havia passado semanas tentando se fazer de forte, dizendo a si mesma que essa era a solução para que tudo desse certo.
E agora, depois de vê-la acordada, olhando-a de um jeito perdido enquanto Miguel brincava com mão dela, tudo que conseguia fazer era chorar e agradecer por mais uma vez poder ver os olhos dela.
- Obrigada, meu Deus - soluçou.
- Gi?
A voz dela saiu muito baixa, quase um sussurro, arranhado. De um jeito nervoso, secou as lágrimas rapidamente com ambas as mãos e se virou para ela.
- Oi, meu amor - disse, embargada pelo choro. - Como eu tô feliz que você acordou.
- Tô com sede...
- Certo, eu tenho água aqui.
Como sempre passava bastante tempo ali dentro, levava água para o caso de Miguel sentir sede. Pegou a garrafa e despejou a água no copo, debruçando sobre a cama para ajuda-la a beber.
- O que aconteceu? - Marcela fez uma careta ao falar novamente.
A sensação era como se tivesse passado uma longa noite de sono, repletas de sonhos com os amigos e com Gizelly. Lembrava de algumas coisas, de conversas e muito choro, mas tudo era como se fosse um borrão. Também várias cenas passavam por sua mente, cenas de momentos que nunca viveu, de pessoas que nunca viu, como se tivesse passado dias e mais dias lendo livros ou assistindo séries.
Sua mente estava confusa. Não sabia o que tinha acontecido, não sabia porque Gizelly estava chorando e nem porque seu corpo estava fraco, sem forças, a musculatura dolorida.
- Felipe e minha mãe mandaram um homem sequestrar Miguel e matar você - contou sem rodeios, não havia outra forma de amenizar o que tinha acontecido.
Marcela arregalou os olhos. Algo pesava sobre seu corpo e quando ergueu a cabeça para ver, encontrou um bebê se arrastando pela cama, passando por cima de suas penas e subindo. Os cabelinhos estavam começando a cachear, mas ainda era em sua maioria liso, e os olhos escuros brilhavam por algum motivo.
Não entendeu logo de cara, ainda estava bastante desnorteada, perdida no tempo. O único dentinho apareceu no sorriso dele.
- Mamamamama.
Na mesma hora desviou os olhos para Gizelly, assustada, e tudo que ela fez foi assentir, secando as lágrimas.
E as informações preencheram seu cérebro com uma força absurda, como se alguém tivesse injetado algum HD e passado os arquivos todos de uma vez. Lembrou que esteve com a namorada da Hari, um momento antes de sair com Bianca. Logo depois um homem apareceu, pegou Miguel e atirou. Foram poucos minutos para tudo apagar e não lembrar de nada.
Mas o Miguel em seu colo não tinha dois meses, não mesmo. Ele já estava enorme e esperto, se arrastando por tudo tentando engatinhar. Sem saber se queria saber a resposta, olhou para Miguel mais uma vez.
- Quanto tempo eu...?
- Amanhã faz 6 meses.
O silêncio se fez presente por longos segundos, Marcela tentava digerir a notícia. Havia ficado fora do ar por 6 meses inteiros? Seu coração estava prestes a sair pela boca.
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Se Olha No Espelho
Teen FictionAquela segunda-feira de junho tinha tudo para ser como qualquer outra no consultório, mas Marcela não imaginou que conhecer Gizelly seria apenas o início de uma viagem sem volta. Uma relação medico-paciente que jamais imaginou acontecer, uma relação...