12- Está Com Medo de Mim?

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Alguém aí pediu maratona???? ♥️💞♥️

(...)

Marcela foi pega totalmente de surpresa, por isso se afastou quando sentiu os lábios quentes encostarem nos seus, carentes de carinho e amor. Deu um passo para trás e a olhou no escuro. Temia que o coração pudesse ser ouvido por ela de tão rápido e forte que estava batendo.

Estava a ponto de ter um colapso.

Queria perguntar o que ela estava fazendo, o que era aquilo, o porque daquilo, mas seu corpo reagiu de forma totalmente contrária. Ao invés disso, viu suas mãos irem de encontro a cintura ainda definida e a puxou de leve contra seu corpo, em um baque suave e gostoso.

Então levou uma mão aos cabelos da nuca dela e a beijou, sendo prontamente correspondida. Cada celula do seu corpo reagia a ela, como reações em cadeia. As linguas se encontraram em algum momento que Marcela não saberia explicar e foi como um choque para as duas. A intensidade era absurda, as fagulhas se espalhavam pela sala de estar. Marcela apertou a nuca e puxou os cabelos cacheados de leve, mordendo o lábio que há muito sonhava em beijar. Ao solta-lo, depositou um selinho demorado primeiro na boca, depois na bochecha, terminando nos ombros com um abraço apertado.

Por enquanto não precisava de palavras para explicar o que estava acontecendo. As duas tentavam se comunicar com os próprios pensamentos, no silêncio do cômodo enquanto sentiam a sensação que emanava de seus corpos. Marcela tentava entender como aconteceu, mas não conseguia. Talvez fosse a carência, talvez fosse suas palavras que a tivessem tocado, tinha tantos possíveis motivos que se sentia totalmente perdida.

Já Gizelly tentava entender a reação do seu corpo por causa de um simples beijo e em quanto tempo não se sentia daquela forma. Não sabia o que estava acontecendo, mas tinha ciência do quanto gostou. Já tinha beijado outras meninas antes, em festas na adolescência, antes de conhecer Felipe, mas era coisa de festa, de álcool, de azaração. Era muito diferente do que tinha acabado de acontecer ali.

- Eu posso morar no seu abraço? - Se pegou perguntando baixinho para ela.

Marcela sorriu, mas não abriu os olhos. Manteve os braços em volta do corpo dela e escondeu ainda mais o rosto na curva do pescoço. Não respondeu a pergunta dela.

- Está com medo de mim, doutora Marcela? - Gizelly afastou um pouco o corpo para obriga-la a levantar o rosto. - Você não queria me beijar?

- Pareceu que eu não queria?

- Na verdade, não - mexeu com uma mecha de cabelo loiro. - Tô vendo que machuquei você com minhas brincadeiras. Eu não percebi, me desculpa.

- Esse beijo foi uma brincadeira? - As sobrancelhas finas se uniram em confusão.

Gizelly revirou os olhos.

- Eu deveria ficar chateada com essa pergunta, sabia?

Mais uma vez, Marcela ficou em silêncio, pensando com seus botões. Olhava nos olhos da morena enquanto ela brincava com seu cabelo, com carinho. Sabia que ao mesmo tempo em que muita coisa precisava ser dita, o silêncio também era bem vindo. Não fazia a mínima ideia de como os papéis se inverteram. De como em um segundo estava consolando ela e no outro não conseguia dizer uma só palavra.

Seu coração faltava pular pela boca de tão rápido que estava batendo. Doía, esmurrava o peito com força. Ela estava muito próxima, conseguia sentir o calor do corpo dela contra o seu, a respiração quente roçava sua boca e aqueles olhos amendoados...

Foda-se.

Voltou a enroscar a mão entre os fios cacheados e voltou a beija-la. Dessa vez mais devagar, com mais calma, embora seu corpo pedisse por mais, cada vez mais, devido a todas as vezes que sentiu vontade de beija-la e não pôde. Talvez fosse a única chance de realmente tê-la tão perto, mas ainda assim resolveu tratá-la do jeito que ela merecia, com todo amor e carinho.

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