Aquela segunda-feira de junho tinha tudo para ser como qualquer outra no consultório, mas Marcela não imaginou que conhecer Gizelly seria apenas o início de uma viagem sem volta. Uma relação medico-paciente que jamais imaginou acontecer, uma relação...
Marcela não sabia que o tempo podia passar tão depressa quando viu que Miguel estava prestes a fazer sete anos. Se pudesse, voltaria no tempo para poder curtir o filho novinho mais um pouco, porém ao mesmo tempo estava feliz com as novas conquistas que conseguiam juntos. Adorava passar o tempo com ele e costumavam se divertir muito.
Com a ajuda da madrinha Ivy, o pequeno conseguiu trabalhos como modelo e estava deslanchando na carreira. De início foi contra, mas viu que ele gostava disso e acabou aceitando, desde que o trabalho não influenciasse em sua vida como criança. Depois de muita conversa com Gizelly, entraram em um acordo de que o mínimo era muito, que se começasse a influenciar em alguma coisa, teriam que cortar o mal pela raiz.
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O aniversário de sete anos seria com o tema da Liga da Justiça, já que o menino era extremamente viciado em qualquer tipo de herói e falava a todo tempo que via as mães como Lena Luthor e Kara Danvers, uma honra que Marcela levaria para a vida inteira, diga-se de passagem. O garotinho, que era inteligente o suficiente para tentar ler as legendas dos episódios mesmo sem completar seus sete anos, tinha os olhos mais observadores que as mães já viram.
Perderam as contas de quantos livros ele já tinha lido, mesmo sendo especiais para crianças, e estavam orgulhosas demais com a inteligência do filho que tinham.
Era quase três da tarde quando Marcela gritava por Miguel na casa. Ele corria pela sala vestindo apenas uma cuequinha box do Superman, batendo em inimigos imaginários e gritando que salvaria a todos. Suspirando, a loira aparaceu no cômodo e sorriu com a cena, não se cansava disso. Gizelly estava no outro quarto terminando de se arrumar para a festa que começava as quatro horas.
- Vem colocar sua fantasia logo, sua mãe vai ficar irritada se a gente se atrasar - Mar mostrou o tecido azul e vermelho para ele.
- Ah, sua roupa da Canário Negro ficou muito maneira! - Ele correu para perto de Marcela e se jogou nos braços dela, como fazia quando bebê. - Só falta a máscara!
- Eu tinha mesmo que me vestir assim?
De acordo com o pequeno, por ser loira, ela combinaria perfeitamente com a fantasia da Canário Negro, que atualmente fazia papéis nas séries do universo de Arrow, conjunto da CW. Então o pequeno escolheu um macacão de couro negro e justo, criaram um bastão em casa, com cabo de vassoura e tinta preta, e uma máscara preta para cobrir em torno dos olhos.
- Eu achei que combinou, mamãe.
Marcela revirou os olhos.
- O que eu não faço por você, hein? Eu nem sabia que a Canário Negro fazia parte da Liga da Justiça.
- Eu disse que era pra senhora assistir Liga da Justiça Sem Limites comigo!
- Por que você está discutindo com sua mãe e não se vestiu ainda? - Gi apareceu na sala.
