Eu só ia postar o capítulo após a eliminação, mas tô MORRENDO de sono.
Boa sorte e até amanhã. Beijoooos
(...)
Não demorou muito para a sala de cirurgia ficar pronta e logo Gizelly estava na maca, pronta para finalmente colocar Miguel para fora. As contrações estavam muito mais frequentes e a dor era insuportável, estava vendo a hora de ter um colapso a qualquer momento.
As doutoras se higienizaram e logo Hari chegou também para ajudar, alegando que havia obtido autorização da doutora Hebling. Então juntas com um anestesista entraram finalmente na sala de cirurgia.
- Vocês tinham essa merda de anestesia e só agora que decidiram colocar? - Estava inconformada.
- Há riscos em usar anestesia no seu caso e não queremos usar até o último caso. Vamos tentar empurrar o bebê para fora e ver como seguimos a partir das primeiras sequências.
- Vocês só podem achar que eu sou uma piada.
- Calma, amor. Eu tô aqui com você e também vou ficar de olho em tudo para que nada dê errado, tá bom?
Dessa vez não respondeu, porque a dor veio ainda mais forte que as outras, tão forte que viu pontinhos brilhantes passeando pela sala de cirurgia. A pedido da doutora, flexionou as pernas e as abriu para facilitar a saída da criança.
- Eu vou contar e você faz força para empurrar - a doutora anunciou. - Um, dois, três!
Nunca pensou que fosse sentir algo tão doloroso na vida, mas fez toda a força que conseguiu reunir, sendo observada pelos enfermeiros e também pelos médicos residentes, prontos para começarem qualquer coisa que viesse a dar errado. Com o esforço, acabou gritando e apertando a mão de Marcela com força.
- Que... Dor... Filha... Da... Puta...
- Mais uma, Gizelly! Um, dois, três!
E empurrou de novo, fazendo tanto esforço que o grito saía engasgado na garganta. O suor estava voltando e escorria pelo rosto e tudo que queria, além de expulsar Miguel, era poder tirar todos aqueles aparelhos que monitoravam seus batimentos cardíacos e todo o resto.
- Não está saindo... Mais força na próxima.
- Amor, vamos, força - Marcela apertou a mão suada, estava preocupada.
- Um, dois, três!
Não tinha nem mais força para rebater o que elas estavam dizendo. Estava começando a agir no automático, toda vez que a contagem era feita, fazia toda força do seu ser para expulsar Miguel dali de dentro. Todo mundo estava dando apoio moral, ajudando-a a empurrar e fazer força, a manter a mente concentrada, mas estava cada vez mais difícil.
Sempre achou besteira as cenas de parto em novelas, em que as mulheres gritam com histeria para colocar os filhos para fora, mas agora percebia o quanto havia sido idiota em pensar nisso, afinal estava fazendo exatamente a mesma coisa. Ninguém em sã consciência colocaria uma criança no mundo sem anestesia sem ao menos dar um gritinho de dor.
Tentou expulsar mais algumas vezes, mas as forças estavam esvaindo. Marcela falava coisas em seu ouvido que não conseguia mais indentificar uma palavra sequer. Provavelmente estava perdendo os sentidos, estava começando a divagar, a mente saía do quarto e voltava várias vezes durante a força que fazia para empurrar Miguel.
- Ricardo, a anestesia - a doutora falou de repente.
- Mas não é arriscado? - Ele rebateu.
- Amor, fica comigo. Vamos, você precisa ser forte.
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Se Olha No Espelho
Teen FictionAquela segunda-feira de junho tinha tudo para ser como qualquer outra no consultório, mas Marcela não imaginou que conhecer Gizelly seria apenas o início de uma viagem sem volta. Uma relação medico-paciente que jamais imaginou acontecer, uma relação...