8- Eu Não Estou

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Oiii. Ontem foi corrido e não tive como vir aqui, mas cá estamos bem lindos para ler mais um capítulo né?

Vou responder todos que comentaram daqui a pouco.

Beijoooooos

(...)

Marcela estava deitada na cama, pronta para dormir, quando as mensagens de Gizelly chegaram. Não conseguiu conter as batidas do coração com o segundo envio e acabou sorrindo feito uma idiota. Sabia que era brincadeira, mas não conseguiu evitar.

Deus, não era possível que estava se apaixonando por Gizelly. Isso não podia acontecer. A garota era hétero, casada com um cara escroto e ainda por cima estava grávida dele. E ela já tinha deixado claro com todas as letras o quanto o amava. Aquela era uma guerra perdida, da qual não adiantava lutar porque todos já sabiam o resultado.

Amava Gizelly, amava demais para tão pouco tempo, mas eram amigas. Não se encontravam muito por causa da rotina de ambas, mas quando se viam, o contato físico dizia muita coisa. Os abraços, os beijos carinhosos na bochecha, os afagos na mão, os cafunés. E o melhor de tudo, as conversas produtivas e muito prazerosas.

Depois de tudo que aconteceu do dia anterior até o exato momento, lendo a resposta no aplicativo de mensagem instantânea, se deu conta de uma coisa. Gizelly era como um furacão, que passava devastando tudo e todos, levando tudo que tocava, destruindo tudo.

Era uma destruição boa, mas até que ponto?

Até que ponto Marcela ia aguentar se destruída por Gizelly Bicalho?

O cérebro pedia para se preservar e manter distância porque, embora já sendo amigas, sabia que ficar por perto seria uma ideia horrível. Só machucaria com o tempo, mas o coração pedia para digitar uma mensagem de resposta e foi isso que fez.

"Claro, almoça comigo? Eu pago dessa vez"

E enviou.

No dia seguinte se encontraram no mesmo restaurante que almoçaram da última vez. O clima como sempre era leve e gostoso, Marcela sentia vontade de ficar o dia inteiro com ela, mas não falaria isso. Não queria assusta-la.

Gizelly contou o que tinha acontecido na noite anterior e que estava brigada com Felipe ainda. Mar só escutou em silêncio, sem alfinetar dessa vez.

- Você foi muito corajosa. Eu te criei direitinho.

- Eu fiquei maluca quando ele começou a falar de você.

- O que ele falou de mim? - Franziu as sobrancelhas enquanto comia um pedaço de tomate.

- Que eu não deveria ficar perto de você porque você gosta de mulher. Ele é um idiota, agora eu tenho certeza disso.

- Não seria melhor para vocês se você fizer isso?

Não era isso que queria, mas precisava perguntar, afinal ela amava o marido e não queria estragar uma família, por mais tóxica que ela fosse.

- Eu não vou me afastar de você, Marcela - disse e segurou a mão dela quando ela desviou os olhos. - Ei, olha pra mim. Você foi a melhor coisa que me aconteceu nesse ano inteiro.

- Desde que você me conheceu, não tem um dia que não brigue com seu marido, Gizelly. Eu não quero estragar sua vida.

- Você tá doida? Nem brinca com isso. Eu amo meu marido, mas eu amo você também.

E aquela maldita acelerada no coração de novo. Marcela não queria fazer papel de trouxa ao vivo.

- Você me conhece tem 5 meses praticamente e está com ele há 10 anos.

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