Calma, esse não é o último capítulo, é só o título do capítulo kkkkkkkkkk
Preparados?
PS: Não deixem de passar lá em Transatlântico, amanhã vou trazer o segundo capítulo.
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Boa leituraaaaaa
(...)
Já havia virado uma rotina.
Depois de sair do trabalho, buscava Miguel na creche e ia para casa com o intuito de liberar Bruna. Depois disso, tomara um banho rápido - as vezes antes de ela ir embora - e depois preparava Miguel.
Depois do banho dele, iam juntos até o quarto nuvem. Miguel amava ficar com Marcela, era perceptível como os olhinhos escuros brilhavam quando viam a loira inconsciente na cama.
Ainda assim não conseguia sentir a tristeza em vê-la daquela forma tão vulnerável. Perdeu a conta de quantas vezes se viu chorando em casa por causa de toda essa situação, por causa de toda a saudade que sentia dela, mas aos poucos as pessoas acabam se acostumando com a dor e a conviver com ela no dia a dia.
Junto com o trisal, tiraram o berço e o colocaram no quarto de casal para abrir espaço, onde colocaram uma cama apropriada, com os aparelhos que a loira precisava logo depois que foi liberada para casa
Marcela não estava mais sendo sustentada por eles, agora respirava por vontade própria. O quadro evolutivo tinha melhorado demais, mas o doutor avisou que ela havia chegado ao ápice e agora só dependia dela mesma acordar.
Por isso sempre passava o máximo de seu tempo livre com ela, conversando sobre seu dia e como ela estava fazendo falta. Era duro e todo dia acabava saindo alguns minutos antes do que sempre pretendia, senão mais uma vez sucumbiria e não queria mais isso. Não iria ceder mais a tristeza, havia prometido a si mesma.
Assim que entrou no quarto, se lembrou de quando chegaram ali depois do nascimento de Miguel, em como Marcela havia se esforçado com as meninas para deixar tudo pronto e o quanto havia ficado feliz.
Caminhou com o pequeno no colo e ele se agitou inteiro para ir até a cama, que até era espaçosa demais para o corpo agora magro de Marcela. Sorrindo levemente, o colocou sobre o colchão e levantou as grades laterais para que não houvesse riscos de ele cair no chão.
Depois se sentou na poltrona ao lado da cama e pegou um livro, repousando-o nas coxas um pouco. Então a olhou, reparando cada detalhe e tentando se lembrar de como ela era antes, de como ela era feliz e risonha. O rosto estava sem vida, pálido, o corpo magro, sustentado por sonda na veia.
- Hoje eu consegui vencer um processo - contou, sorrindo de leve. O coração cabia dentro de uma tampinha de refrigerante. Nunca iria se acostumar. - Acho que consigo guardar um dinheiro esse mês também. Ainda bem que tá tudo dando certo.
O monólogo sempre durava muitos minutos, mas Gizelly não se deixava abater, enquanto via Miguel se arrastar para cá e para lá em cima de Marcela. Geralmente essa cena a tranquilizava, embora tentasse sempre mantê-lo longe da sonda.
- Ah, a professora disse que ele não chorou hoje na creche - lembrou de contar para ela, sorrindo com orgulho. - Acho que finalmente ele se acostumou e tá gostando de lá.
Ficou alguns segundos em silêncio, tentando se lembrar de alguma coisa a mais para contar. Quando viu que não tinha, abriu o livro na página marcada no dia anterior. Miguel estava nos pés de Marcela, puxando as cobertas para ver os dedos alvos da loira. Preocupada, de levantou revirando os olhos e o colocou mais para cima no colchão.
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Se Olha No Espelho
Teen FictionAquela segunda-feira de junho tinha tudo para ser como qualquer outra no consultório, mas Marcela não imaginou que conhecer Gizelly seria apenas o início de uma viagem sem volta. Uma relação medico-paciente que jamais imaginou acontecer, uma relação...