Para viver intensamente. (Editando)

37 Thirty Seven

Estou sentada na cadeira, sem reação, Margot trouxe uma xícara de chá Night-Night para eu tomar.
— Me fala Margot, direito e sincera o que ele tem?
— Ele passou mal no trabalho e foram fazer uns exames nele e descobriram um tumor no pulmão. - Ela solta uma respiração profunda e pesada. - E então hospitalizaram ele, para alguns exames de urgências.
Sei que as lágrimas estão correndo no meu rosto e não consigo pensar direto só consigo ver Peter quer esta parado ao meu lado com o corpo todo rígido e imóvel. Acho que ele também não sabia da gravidade.
— Me leva para o hospital quero ver ele agora.
— Lara Jean, calma seja racional, você acabou de chegar desça pelo menos com as malas do carro, toma um banho se troca.
— Margot eu quero ver ele, agora!
— Amor, eu e o Ravi descemos suas coisas, toma um banho rápido e coloque algo no estômago e vamos para lá agora.
— Peter .. eu, eu.
— Shiii - ele me envolve nos seus braços, e me dá um beijo no topo da cabeça. - Eu sei, mas você precisa estar forte, eu vou te levar o mais rápido possível.
Mesmo contrariada resolvo tomar um banho rápido e engulo um pedaço de um sanduíche contrariada e saio sem nem olhar, insisto para Peter correr o mais rápido possível. Meu estômago está embrulhado.
— Vai ficar tudo bem ! Estou ao seu lado.
Ele segura a minha mão apertando, como se quisesse afirmar o que está falando.
Chegamos no hospital e quero correr, mas meu corpo não me obedece e o meu coração está acelerado. Me deparo com o quarto, vejo primeiro Trina, afofando os travesseiros e organizando as coisas, Kitty está na poltrona com uma prancheta nas mãos e falando, e por último vejo meu pai, ele está rindo e conversando, mas na verdade os meus olhos estão olhando e vendo um pai deitado numa cama, não queria vê, eu fico imaginando milhares de coisas, e uma que não sai da minha cabeça. Não quero perder meu pai também !
— Lara Jean, você já chegou. - Kitty me viu e veio correndo me abraçar.
— Peter e você também, ainda bem que veio precisamos cuidar dela. — Ela sussurra baixinho para ele.
Fico parada imóvel na porta olhando meu pai ali deitado, ele está com uma aparência boa, rindo com Trina, preciso repetir várias vezes para mim. Não chore Lara Jean, Não chore. Passo por Trina direto e me jogo nos braços dele. E fico agarrada com ele alguns minutos.
— Ei mocinha, olhe para mim, estou bem ! Pode acreditar.
Continuo segurando ele não quero olhar nos olhos dele, e mostrar minha fraqueja.
— Dr. Covey como o Senhor está ?
— Peter, obrigada por buscar ela viu, estou bem!
Peter cumprimenta meu pai, e ele tenta me soltar, mas não estou disposta a largar ele ainda.
— Conte comigo para o que precisar estou às ordens.
— Obrigada filho, por enquanto me ajuda a soltar ela. Lara Jean, estou bem se continuar me apertando assim não vou ficar.
— Meninos vocês comeram ? Fizeram uma boa viagem ? Conseguiu carregar as coisas da Lara Jean? - Trina fala revistando os olhos.
— Foi um pouco difícil, mas acho que trouxemos tudo. - ele fala brindado.
Margot e Ravi chegaram logo em seguida, Margot como sempre, já estava olhando as informações, querendo ver tudo o que ele estava tomando e procurando saber os próximos passos.
Estamos todos no quarto, o clima está um pouco mais leve, mas mesmo assim, estamos pisando em ovos. Sei que papai está tentando ser forte, ele tenta fazer piadas que são sem graças, Margot está incomodada até que solta.
— Então o que os médicos disseram ?
— Vão falar amanhã, vão sair todos os resultados e amanhã vai vir aqui.
Me viro para Peter que está empoleirado no braço da poltrona que estou sentada.
— Pode ir para casa, vai descansar!
— Eu disse já disse que vou estar com você!
— Na verdade eu prefiro que vocês vão para casa e descansem. Todas sem exceção. - ele se vira para os protesto da Kitty. — Vão para casa, descansem e o que peço para vocês.
— Papai- falamos todas juntas.
— Não quero ouvir, rapaz por favor levem TODAS, menos a Trina. - ele segura as mãos delas.
Eu fico ali tentando raciocinar sobre tudo, fico por uma segundo brava por que ele está nos mandando embora, mas acho que no lugar dele eu também gostaria de ficar com Peter, talvez para não assimetria todos também.
— Pai eu quero ficar, quero saber o que é, o que vão fazer.
Antes que Margot terminar de falar, papai interrompeu ela.
— Margot, eu prefiro que hoje você descanse amanhã, exijo todas aqui, pode ser ? E tem a Kitty alguém tem que cuidar dela.
Margot mesmo contrariada aceita, acho que pelo fato da Kitty. Combinamos de estar na hora do café, vamos todos para nossa casa, fico em silêncio o caminho todo, Peter fica me observando e não fala nada.
— Minha mãe disse que está disponível para o que precisar e está com a janta feita para todos em casa.
— Não sinto fome. - me encolho no braço dele.
— Sem conversa Covey, precisa se alimentar, vamos ver o que ainda vai acontecer.
Margot ficou não gostou muito, mas aceitou ir jantar na casa de Peter, ela ficou em silêncio o tempo todo e me surpreendi como a mãe dele estava me tratando bem, toda preocupada e se disponibilizando para fazer o que eu precisar.

                               *********
Peter veio dormi aqui, mais pelo pretexto te ter que sair todos cedo amanhã, Margot permaneceu em silêncio, e foi direto para o quarto, enquanto Ravi, Peter e eu, ainda ficamos um tempo na cozinha tomando um café enquanto Kitty insistiu para ver  episódio do seu programa preferido. No final, ela cantou dormindo no sofá e Peter a levou no colo para sua cama.
Eu tentei ajeitar ela e voltei para o meu quarto, passei pelo da Margot e a ouvi chorar, mas a porta estava fechada e percebi que Ravi estava tentando consolar ela, Peter estava deitado me esperando, deitei e ao lado dele e me afundei no peito enquanto ele me abraçava e passava as mãos pelos meus cabelos.
— Estou com medo Peter, de perder meu pai. Vou ficar sem pais.
— Vai ficar tudo bem, seu pai e forte.
— Você não entende.
— Ei eu entendo sim. - ele me puxa para eu olhar nos seus olhos. - Seu pai é a referência de pai, e homem mais presente na vida hoje. Estou com medo também, e preocupado, mas precisamos manter a calma e acreditar que tudo vai dar certo.
Isso me conforta um pouco e fico feliz dele estar ali, fico aninhada nele, e conversamos um pouco para se acalmar. Quando estamos quase pegando no sono, ouço bater na porta e me chamar tomo um susto e mando entrar. Kitty está claramente chorando, Peter e o primeiro a chamar ela para deitar na cama, ela se deita na minha frente e  me abraça chorando, e percebo que ela estava se fazendo de durona até agora e eu preciso ter cabeça e força por ela, igual a Margot sempre foi para nós.
— Estou aqui para você também Kitty, vai ficar tudo bem. - ele passa as mãos por cima de mim e alisa o cabelo dela.
— Posso ficar aqui ?
— Só não vale nos empurrar, tem que caber todos na cama. - falo dando risada e fazendo cócegas nela, que dá risada sem parar.
— Se as duas não forem dormi eu vou fazer cócegas nas duas e sem piedade.
— Isso é um desafio?
Atacamos Peter que fica tentando se desvencilhar de nos duas e pede trégua e dizendo que vamos acordar Margot e que ele precisa ser o responsável e colocar nós duas na cama. Lógico que Kitty e eu revíramos os olhos, mas voltamos a nos ajeitar para dormir, Eu e Peter estamos de conchinha e Kitty está com a cabeça afundada no meu peito, ela parede tão indefesa agora e só quero proteger ela, e tendo afastar todo pensamento ruim.