21 Twenty - One

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Bem, não posso falar que a semana foi tranquila, quase obriguei as meninas irem até o banheiro comigo.
Peter me convenceu de dar mais uma chance para meu medo passar, disse que isso é trauma, e me aconselhou a pedir ajuda com terapias. Na hora falei que era besteira, mas estou acreditando que precisarei. Bom, ele quase veio novamente ontem, quando achei que vi Noah no jardim, liguei chorando, percebi que ele estava correndo novamente para vir para cá, mas Jenna, Lucy e agora Lily, interviram. Lily tem um quase namorado, ela fez ele correr o jardim todo para ver se ele via Noah, ou se alguém tinha visto ele, enquanto isso, montaram um acampamento no quarto, colocaram seus colchões tudo no nosso quarto e me forçaram a dormir no meio. E claro que foi preciso, milhares de fotos e duas chamadas de vídeo para Peter ficar tranquilo e na UVA.
— Se eu não engrenar o namoro com o Will, eu mato você Lara Jean, estamos saindo a pouco tempo e você já me faz, virar a louca.
— E você precisa me arrumar um namorado, dê preferência um muito gato e romântico igual Peter viu, desde que te conheci, divide a cama com mais mulheres que minha vida toda.
Olho para Jenna e damos gargalhadas.
— Você ainda pensa em mudar Jenna ?
— Como assim? Você vão se mudar?
— E Lily, e assim elas querem ir para a UVA, e Jenna, para de chorar que vi você dando o fora no gatinho amigo de Peter, na casa da Lara Jean, se quisesse poderia ter dormido com ele.
Levantamos para encarar ela, com cara de espanto.
— COMO ASSIM??? - estou gritando
— Ah, sei lá, até dei um beijo nele, - estou com os olhos arregalados, e Lucy rindo e Lily não entendendo. — Mas é difícil né, esse lance a distância. - Jenna deve observar a tristeza que se formou no meu rosto. — Mas não para você e Peter, vocês nasceram um para o outro. E ele é louco por você.
Fico pensando em tudo.
— Quero ir para a UVA e quero ficar aqui.
— Vamos fazer uma lista de pros e contras. - Diz Lucy já pegando papel e caneta. - Vamos, contras a UVA.
- Deixe me ver.
Contra UVA
*Ela me rejeitou
*E não tem vocês
— Ahhhhhhhh. Todas suspiram juntas.
Vai Pros. Lily está animada
Pros UVA
*Amo a biblioteca
*Sempre quis estudar lá
*Fica perto de casa
*Peter
Começo a rir e elas sem entender nada.
Posso colocar outra coisa em primeiro lugar ?
Depende fala
*Sexo com Peter, e será com muito mais frequência.
Nessa hora elas param por um segundo, me olham e começam a dar muitas risadas. Estamos até chorando de rir.
Achei que essa seria a número 1. Mas vai por favor me fala um coisa, por favor como sua colega de quarto. Como é ?
Todas param de rir, e estão me encarando, curiosas, fico vermelha sinto que minha cabeça está pegando fogo.
— Bom ... você sabem,
— Não, não sabemos fala logo, aliás ele é um pedaço de mal caminho. Ou melhor o caminho inteiro.
— Lily. - Falo balançando a cabeça. - está bem, eu tenho vergonha, mas é ... como se ... como se ele fizesse o mundo parar, e só nós dois podemos nos meches e ele me levasse voando até o céu, com todas as emoções de voar, sem medo da queda.
Olho para elas que estão rindo da minha cara, mas como os olhos cheios de paixão.
— Você é muito romântica.
— Você sabe disso desde nossa primeira conversa. Dou um empurrãozinho na Jenna.
— Bem, se fosse eu, já iria pelo último, que é o primeiro item da lista.
— Você e safada Lucy, bora para os contra daqui.
— Está bem, Lily.
Contras UNC
* A história com Noah,
* Medo
*Muito longe de casa
*Peter não está aqui
Pros UNC
*Liberdade
*E as minhas amigas.

Quando falo isso, elas se entre olham e me abraçam, bem forte, Lucy seca os olhos para fingir que não chorou. Eu não quero perder isso. Sempre quis essa amizade, e agora tenho, na UVA só teria Alice. E foi difícil conseguir elas.
Antes de dormir elas me prometem que vão cuidar de mim, independente do que eu descida.

*****
Peter terá treino esse final de semana então, insisto para ele não vir, sei que ele precisa se dedicar a faculdade e não quero ser quem vai atrapalhar. Não vou esse final de semana por conta do nosso voluntariado, teremos um Bingo com os idosos e me sinto na obrigação de ir, pois deixei tudo um pouco de lado por conta dessas coisas. Combinamos de ficar juntos no próximo final de semana, e elaborar nossas fantasias para o Halloween.
Estamos a caminho do voluntariado e percebo que Jenna não está muito bem, um pouco inquieta mas pergunto algumas vezes e ela fala que está bem, então desisti de insistir. Pouco metros antes de entrar na sala vejo Beth, passar no corredor do outro lado. Para um segundo, parede que estou perdendo o ar. Ela me olha, e sai correndo. Preciso me encostar na parede para poder voltar ao normal está tudo girando.
— Lara Jean? Por favor me responde você está bem ?
Ouço a voz de Jenna bem distante.
— S-s-sim, era ela? Por que ela fugiu ?
— Bom ... fiquei com medo de contar e sei lá, o que você faria, ela está... han um pouco diferente. Procurei ela hoje de manhã e ela correu de mim.
— Por que você não me contou ? Por que ???
Dou um empurrão na Jenna e entro na sala sem ela, e acompanho o pessoal para o voluntariado de hoje. Estou com tanta raiva de Jenna, por que ela não me contou ? Eu gostaria de saber o que aconteceu, o que aquele maluco fez ou está fazendo com ela. Eu estou tão brava, que esqueço de me preocupar com a minha volta. Quando chegamos no local, Eddy que é o responsável pelo tour, nos deixa conversando com os residentes e se afasta. Me sento ao lado de uma senhora que lembra muito minha Vo paterna Nana, em tudo até me manda parar de falar que sou tagarela e doi o ouvido dela.
Estou rindo com ela, seu nome é Judy Clerence, e está lá a mais de 3 anos, e não gosta das nossas visitas, por que acha que somos muito "animados", estou rindo ao seu lado, quando meus olhos me levam a um canto afastado de onde estou.
Meu corpo parece que congelou, sinto um arrepio dos pés a cabeça, aquele sorriso que está vindo na minha direção me causa pânico. Não consigo correr, só consigo enviar mensagens para Jenna.
Ele está aqui me socorre, liga para Peter.

Noah se senta ao meu lado e se aproxima de mim e fala.
— Sentiu minha falta ? Eu sabia que aqui você não se recusaria a vir.
Estou em estado de choque que não consigo nem pensar e respirar.
— Olha Lara Jean, você fugiu de mim, e nem me deixou explicar. Não quero seu mal. - Ele tenta colocar a mão no meu cabelo e dou um pulo para fora do sofá, mas ele puxa minha mão com força. Nessa hora Judy, taca com muita força a bengala na mão dele.
— Larga ela seu moleque.
— Calma, ela é minha. - Ele para dá um sorriso que me arrepia. - Namorada.
Judy me olha, e faço que não com a cabeça e ela me puxa, e sai andando e gritando com ele.
— Não vai chegar perto dela, nem sei quem você é. Ela é minha neta, ouviu.
Fico sem entender o que aconteceu, mas acompanho ela.
— Vi o pânico nos seus olhos, por isso fiz esse teatro, vem tagarela, você vai ficar aqui até alguém de segurança vir te buscar.
Só faço com sim com a cabeça e entro numa sala que estão jogando xadrez e ela tenta me ensinar.
Peter me liga logo em seguida, ofegante e desesperado, dizendo que sairá do jogo e chega o mais rápido possível onde estou. Acabo ficando tranquila, e entro no jogo e esqueço as horas, mas fico sempre olhando todos os movimentos, isso faz com que me distraia e esqueça algumas jogadas, mas o jogo está se estendendo.

*****
Vejo o rosto de Trina primeiro entrando na sala, logo atrás vejo meu pai, passando as mãos pelo cabelo, e dando um suspiro de alívio, fico olhando se Peter entra, e fico um pouco triste, queria ele aqui.
— Filha, você está bem ? Cadê ele ? Vamos logo policial procure ele.
Meu pai já chegou com a polícia. Ele e Trina me abraçam mas já começam a movimentação para procurar testemunhas e provas. Judy dá um depoimento e manda eu ir embora que estou atrapalhando ela. Foi tudo muito rápido e estou no carro voltando para a universidade.
— Vamos pegar suas coisas e voltamos imediatamente para casa.
Só faço que sim. Sinto ainda uma dor por que Peter não está aqui, não entendo o por que não. Principalmente por que Jenna ligou para ele, mas não quero ser mesquinha.
No caminho meu pai e Trina tentam aliviar e fazem algumas gracinhas, mas percebem que nada dá resultado. Quando meu pai finalmente entende o que é.
— Filha, eu sei que você estava esperando Peter. Bem, ele estava vindo, bom na verdade eu e ele temos um combinado, sempre que ele puder e você precisar, eu levo o carro para ele e ele vem.
Olho pra meu pai, como se eu não soubesse. Fazendo uma cara como pode ?
Mas quando cheguei lá, ele estava praticamente abandonando o jogo, então forcei ele a ficar, contra a vontade e viemos. Bem amanhã eu falei para ele ir lá em casa te ver. Já mandei mensagem que você está bem.
Me sinto culpada, por jugar, me sinto culpada por ele achar que é responsabilidade dele cuidar de mim, me sinto culpada mais ainda, por sentir que quero que ele cuide mesmo de mim e feliz pelo celular estar descarregado, eu teria falado umas besteiras.

*****
Quando o carro do meu pai para na porta de casa, vejo Peter sentando nos degraus, está ainda com o uniforme do time, ele veio direto, quando eu saio do carro, corro ao seu encontro, Peter me abraça tão forte que sinto seu corpo todo rígido.
— Não era para você esta ainda no pós jogo ?
Peter ainda não me soltou, ele está imóvel, sua respiração está acelerada junto com seu coração que estava disparado.
— Eu não consigo, não consigo te proteger ... estando tão longe.
— Peter não é sua obrigação. E você me protege .
Ele me olha, com lágrimas nos olhos e seu rosto está fechado.
— Eu tenho. Você é -Peter dá uma longa respirada, abaixa a cabeça, e quase como um sussurro sua voz sai. - o amor da minha vida. Se algo acontecer com você. - ele aperta os olhos. - Não sei o que eu faria.
As palavras de Peter até me fazem chorar mais ainda, agora entendo melhor, sua preocupação, seu sentimento de não conseguir fazer aquilo que acha que é sua obrigação, eu o amo mais ainda por esse cuidado e saber que é recíproco sinto a mesma coisa.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora