85 Eight Five

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Estou tão focada em escrever sobre Stormy, que não consegui dormir. Fiquei sentada na escrivaninha, anotando algumas das partes mais importantes que ela já me contou. Como eu queria falar dela.
Estava tentando fazer silêncio para não acordar Peter, mas mesmo assim, ele se mexeu e não me encontrou na cama e deu um pulo.
— Você não vai dormir? — Ele se levanta e vem me abraçar. — Não faz bem ficar acordada. — Ele já está me puxando para a cama.
— Eu preciso terminar isso.
— Precisa dormir vem.
Ele me puxa e fico de conchinha, bem grudado no no peito dele, e ele coloca a cabeça no meu pescoço.
— A editora ainda não me ligou. E se eles não gostaram de mim e do meu trabalho.
— Então você vai procurar outro lugar.
— Mas e se eu não for boa. E se escolhi o curso errado, e se eu arruinar minha carreira.
Ele se ajeita na cama, apoiado no cotovelo e me vira para olhar ele nos olhos.
— Você é muito boa, só precisa confiar mais em você. Mas agora vamos dormir, preciso acordar cedo, e você precisa descansar.
Ele me agarra e abraço ele, ficamos bem agarrados.

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Mandei uma mensagem para John, ele disse que sim, me levaria as coisas dela e junto com uma autorização da família. Claro que eu nem sei se vai rolar um dia de fato, mas eu quero escrever. Não só por que ela merece, mas por mim também.
Não combinei nada com ele direito, vai saber também, se ele vai me permitir.

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Estou tão agoniada não tenho resposta do trabalho, e John não me deu nenhuma resposta sobre aas coisas da Stormy. Já fiz várias anotações do que eu tenho dela, mas já estou ficando sem muitas opções. Como as aulas ainda não voltaram, não tenho muito o que fazer enquanto Peter está trabalhando.
Já fiz alguns cookies, caminhei pelo campus, organizei minhas coisas mais de uma vez.
Hoje está chovendo aqui, então não posso sair para dar uma volta, ou ir na biblioteca, então resolvo arrumar as coisas do Peter, tem algumas coisa soltas nas gavetas e começo a mexer para guardar.
Acho o Scrapbook que eu fiz para ele, me sento e folheio as páginas. Entre uma e outra, eu sorrio e suspiro, quantas coisas vivemos, estamos a quase cinco anos juntos, gosto de pensar que temos uma história, na minha opinião uma linda história, que eu espero ainda estar no início dela.
Começo a organizar todas as outras folhas soltas, cartas minhas, bilhetes, documentos e tudo o que tem na gaveta e bem no fundo escondida vejo um caixinha de veludo pequena.
— Eu pego ou não pego! Ele está tentando esconder de mim. Mas ... e se for uma ...
Na hora que estou quase esticando o braço para pegar a caixinha, tomo um susto com a gaveta se fechando.
— O que você está procurando?
— Eu ? — Faço uma cara de quem?. — Só estava organizando as coisas, estavam bagunçadas.
— Covey você é engraçado, vem vamos. — Ele me puxa pelas mãos. — Eu preciso esconder melhor as coisas de você.
— Então é para mim. Hummm.
— Sim é para você, mas não vai ganhar hoje.
— Eu poderia perguntar o que é? — Tento fazer uma cara de cachorrinho pidão.
— Não, é surpresa. — Ele me dá um sorrisinho.
— Estou entediada, não sei mais o que fazer.
Me jogo no sofá, e fico ali de olhos fechados.
— Amanhã você fica com o carro, e sei lá, visita seu pai, sai com a Kitty, ou faz o que você quiser.
— Ótimo vou ficar fora o dia todo.
— Isso, assim você não fica fazendo um "caça o tesouro em casa". Quase estraga sua surpresa.

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Na manhã seguinte depois que eu deixo Peter no trabalho, estou decidindo se vou visitar meu pai, ou visitar alguns lugares que eu estavam com vontade, coloco uma música e vou dirigindo sem rumo, até que meu telefone toca. Enfim a editora me ligou e começo a trabalhar praticamente amanhã. Passo o dia resolvendo algumas coisas para iniciar no trabalho, me ocupo tanto no dia fora que posso até buscar Peter.
Estamos voltando para casa e estou tão empolgada que não percebo que falei o caminho todo no ouvido dele.
— Desculpa falei muito não é?
— Nada do que eu já esteja acostumado.
— Então, está falando que eu falo muito? — Olho para ele de cara feia.
Peter está sorrindo e me provocando, o caminho todo, estou tão empolgada que nem me importo.
Quando estamos chegando no alojamento, do nada percebo que ele ficou sério e está rígido dirigindo.
— O que aconteceu? Você ficou ... não sei sombrio de uma hora para outra.
Ele está com a testa franzida.
— Você mandou John vir hoje? E durante o dia? Eu achei que tínhamos combinado que ele viria sei lá quando eu estivesse em casa.
— Do que você está falando? Eu não combinei nada com ele ainda.
— Então por que ele está ali parado?
Peter aponta para fora e vejo John encostado com algumas coisas na mãos. Tento me lembrar se combinei algo, quando pego meu celular tem uma mensagem: Lara Jean vim fazer uma supresa e fui surpreendido.

Descemos e vamos ao encontro dele, Peter tenta colocar um sorriso tranquilo no rosto.
— McClarem, quanto tempo!
— Peter. — Ele se cumprimentam, e ele se vira para mim. — Lara Jean, como você está.
— Estou bem, muito bem. Mas eu não lembro de combinar nada com você. — Inclino a cabeça para olhar para ele.
Estou um pouco nervosa, não por ele, mas tenho a impressão que toda vez John aparece um desastre vem junto.
— Na verdade, eu quis fazer uma surpresa, mas eu fui surpreendido.
Peter levanta os olhos tentando parecer surpreso e indiferente, mas sinto que ele está se controlando.
— Foi surpreendido? Nossa com o que? Quer entrar na nossa casa? — Ele inclina a cabeça para encarar John.
Os dois parecem tenso, tenho medo disso e quero resolver logo isso.
— Obrigada John. — Quando vou puxar as coisas que acredito são de Stormy, ele me encara e continua segurando.
— Fui até sua casa, ou melhor, a casa do seu pai, e sua irmã me contou de vocês. — Ele abaixa a cabeça e ri.
— Alguma coisa engraçada McClaren? — Peter fala e percebo seu maxilar tenso.
— Eu deveria imaginar não é?
— Imaginar o que John? Você vai me dar as coisas da Stormy. — Falo sem paciência.
— Por alguns minutos, eu sei lá pensei, que as coisas da Stormy seria uma desculpa para que pudéssemos nos encontrar. — Ele abaixa a cabeça e balança e solto um sorriso. — Mas no fundo eu imaginava, o Kavinsky não iria te perder assim. Ele não é tão louco. Mas morar juntos, e na universidade ainda, agora eu posso dizer que perdi todas as minhas chances com você. Pelo que entendi estão praticamente casados.
— Ainda não, bom moramos juntos, mas.. — Não sei o que estou falando não quero dar esperanças para o John, e Peter me olha com cara feia e me interrompe na hora.
— Não acredito, que depois de todo esse tempo você ainda tinha esperanças de ir atrás da Lara Jean.
John da de ombros para ele. E ele Peter ficam se encarando, então resolvo chamar a atenção para mim.
— John você vai me dar os diários dela?
— Acho que era isso que ela queria. Cuida bem das memórias dela. E essa é a autorização para você escrever sobre ela.
Pego nas mãos os diários e as anotações e algumas fotos dela, e sou levada ao passado, e esqueço tudo a minha volta e me recordo dela com carinho.
Mal me despeço de John e já estou entrando perdida nos pensamentos, mas volto a prestar atenção neles.
— Quando ela acabar, envio por correio para você.
Peter fala seco, e percebo que ele quer cortar a relação e passa por John para entrar.
Na mesma hora John chama atenção dele.
— Cuida bem dela Kavinsky, você sabe que ela é muito especial.
Peter se vira e dá um sorriso para John.
— Eu sei. Eu dou minha vida por ela, e desculpa John, mas espero que você ache alguém bom para você. Mas a Lara Jean é min... — Ele solta um suspiro sonhador. —  Para falar a verdade eu sou dela. — Ele fala sorrindo.
Quando Peter entra finjo que não ouvi a conversa deles, sento no sofá e começo a ler. Preciso limpar meus olhos, de ouvir tudo o que ele disse. Ele entra e não me fala nada, eu sei do ciúmes dele, e que ele ficou nervoso.
Estamos nos ajeitando para dormir Peter está em silêncio, eu deito no peito dele e o abraço.
— Eu te amo, e sou sua também.
Ele sorri e me dá um beijo na testa, e já está leve novamente. Eu me aconchego nele para dormir.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora