83 Eighty Three

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No dia seguinte, estamos todas largadas no meu sofá, só as mulheres, estamos espalhadas nos sofás, espreguiçadeira e no chão. Posso dizer que aproveitei muito a festa, Kitty de todas é a que está melhor, com certeza, pois não bebeu nada. Ela é meu pai estão na cozinha preparando nosso café da manhã, quase almoço. Chris foi a única que não levantou ainda, deixei ela no meu quarto. Jenna que chegou bem tarde na festa, ficou na minha casa também.
— Como se sente agora Lara Jean, maior de idade, responsável? — Pergunta Trina se sentando no sofá e me olhando com expectativas.
— Não sei ... não tive muito tempo para "sentir" algo diferente.
— Acho que nem vai mudar muito coisa. — Chris aparece na sala e se ajeita no sofá. — Essa idade seria sua liberdade, fazer o que quiser, ir para onde quiser, e você fez o que? Foi namorando para a faculdade, e já praticamente casada. — Ela balança a cabeça. — Lembrando que estou magoada por não saber sobre isso. — Ela aperta os olhos e aponta acusando para mim.
— Não estou casada. não ainda. — Falo essa parte baixinho só para mim. — estou morando com Peter, num alojamento da faculdade. E não acho que estou perdendo nada.
— Chris está com inveja isso sim. — Kitty entra na sala na hora, e já solta uma risada.
— Não acredito que está falando isso de mim garota. — Ela fala como se Kitty a magoasse, e ela dá de ombros.
— Eu fui a primeira a ser contra os dois ficarem juntos, não só no início do namoro mas na universidade — Margot que estava cochilando na espreguiçadeira se ajeita e continua. — Mas agora, vendo os dois, e clichê, mas foram feitos um para o outro, e o Peter, bom jamais pensei que iria dizer isso, mas ele é perfeito para ela.
Meus olhos brilham quando ouço minha irmã falar isso, hoje eu sei que não preciso tanto da aprovação dela, mas de um modo, eu preciso e ao mesmo tempo, sinto como se fosse minha mãe. Eu me retiro, pois sei que vou chorar. Minha mãe .. ah como eu a queria aqui.

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Durante a tarde elas me convenceram de ir no shopping. Margot, Chris, Jenna, Kitty e eu, estamos olhando vitrines, paramos para tomar um sorvete, eu queria que a Trina também estivesse aqui, mas ela queria um momento a sós com meu pai, não insiste por que entendo. Não vejo Peter desde ontem, quando ele foi para a casa dele, e hoje disse que precisava resolver alguns assuntos com a mãe.
— Você sabe que se manteve afastada de mim esse tempo todo não é LJ? Agora só vive com Peter e com todo o respeito. — Ela aponta para Jenna. — Sua nova amiga aí, que e até legal.
— Aí Chris você não muda. — Ela esquece que ela que me abandona, mas não vou jogar na cara dela.
— Então vai fazer o que eu mandar hoje.
Solto um suspiro cansado. E as outras estão rindo.
— Ah não Chris.
— Sim, vamos comprar umas roupinhas novas, estou pensando até em cortar seu cabelo.
— Eu também aprovo, gosto dos meus cabelos curtos e acho que você ficaria ótima. — Margot incentivando e rindo do meu nervoso.
Fico olhando assustada mexendo nos cabelos.
— Brincadeira, talvez pintar. — Ela está rindo parecendo uma bruxa. — Tudo bem, tudo bem, mas você vai ter que me deixar comprar algo, seu presente.
— Vamos ver ...
Gasto muito tempo com elas, me sinto até um objeto, de tanto que elas experimentam, medem e trocam roupa e acessórios em mim. Por fim Chris não fugiu muito do meu estilo, mas lógico que teria que ser algo curto e/ou decotado, como ela gosta de se vestir. Ela insistia que era o presente dela, e não reclamei, quem não gosta de ganhar presente.
No caminho Peter me pede para ir na mãe dele, que ela queria me presentear. Ela me deu uma pulseira muito linda, algo que eu já tinha visto na loja dela, e namorei uma época.
— Amei é linda! — Dou um abraço nela.
— Ela e da década de 60, eu sei que você gosta de algo com uma história. — Ela fala baixinho só para eu ouvir. — Ouvir dizer que e de uma história linda de amor.
Gosto mais ainda da pulseira. Na mesma hora Peter aparece de social, com uma camisa de botões linda, e fico só admirando.
— Vamos ?
— Para onde ?
— Não combinamos de jantar com a sua família ?
Será que combinaram e eu me esqueci? Não pode ser, será que eu não ouvi?
— Mas, eu .. nem estou vestida e você todo arrumado.
— Achei que iria se trocar aqui, está com sacola de roupas nas mãos.
— Acabei de ganhar da Chris, e não sei se devo usar em um jantar, mas parece que deveria não é?  Você está todo arrumando. — Passo o braço pela cintura dele, que sorri.
— Decida quer ir se trocar na casa do seu pai ou aqui? — Ele me abraça e fala baixinho. — Eu prefiro aqui, assim se me entende eu te ajudo.
Meu rosto fica corado na hora, e fico nervosa pensando se a mãe dele nos ouviu. Ela está distraída, ou fingindo que não ouviu, e está pegando a bolsa e sai para buscar Owen na casa de uns amigos.

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— Não estou confortável com esse vestido.
— Então vamos passar na casa do seu pai para você trocar. Acho que eles devem estar saindo ainda.
— Não vamos nos atrasar? Sei lá, estou muito arrumada eu acho, e nem sei onde vamos? Espera você não não me disse onde vamos.
Ele me puxa para abraçar e rindo.
— Vamos em um lugar que reservamos para você, não acredito que você não ouviu ontem? Covey, você bebeu tanto assim.
Faço uma careta para ele.
— Claro que não ... só um pouco eu acho, bom mas  foi por insistência de vocês, queria deixar claro.
Ele está sorrindo, e se vira para me olha, tem tanta paixão, que eu sinto que vou derreter.
— Você está linda. Ou melhor você é linda.
— Você também está lindo, eu gosto de você de social sabia.
— Eu sei. Seu olhar te entrega. Vamos ainda estão aí na sua casa, vamos lá para você se trocar.
Peter me guia segurando na minha cintura, quando entramos ele segura minhas mãos, e não me deixa subir para o quarto, me abraça e me dá um beijo.
— Vem aqui, tenho uma coisa para você.
Ele vem me conduzido para o quintal e, me olhando e sorrindo, quando ele abre a porta tomo um susto.
Ouço gritar surpresa e vejo ali no quintal, alguns familiares, alguns amigos, fico toda emocionada, uma decoração linda no quintal, com flores rosas, com alguns balões rosas, as comidas e doces que eu mesma teria encomendado.
Entro e vou abraçando um por um.
— Não acredito que me enganou assim. — Falo para a mãe do Peter.
— Só fui um pontinho na história, a pulseira ainda e tudo verdade.
Dou meia volta e já estou avisando Gabe, ah que saudade dele e do Darell.
Laranjinha ! — Faz tempo que não ouço me chamar assim. — Parabéns saudades de vocês, isso aí cuidando muito bem do nosso garoto.
Olho para Peter e ele está ali me observando se estou satisfeita, então solto o melhor sorriso para confirmar, o que ele até relaxa.
— Acho que ele é quem está cuidando muito bem de mim.
Vou até minha irmãs.
— Você me enganaram direitinho.
— Trina e papai queriam fazer algo para você, por que Margot não estava morando aqui e eles não puderam comemorar.
— Não tenho nada a ver com a história, a minha parte, foi vir para cá, juro se eu não voltasse alguém ali muito insistente me arrastaria. — Ela aponta para o Peter.
Duas festas, duas comemorações, eu não queria nada, e agora acho que eu queria, tem alguns amigos da UNC, e lógico que os da UVA vieram em peso.
Eu me sinto tão feliz, alguns anos atrás, eu estava sozinha, bom, não sozinha, mas iria ficar. Minhas amizades basicamente era formada por minha irmã e o namorado dela. E fiquei com tanto medo de ficar sozinha. Mas ai Peter entrou na minha vida, e meu mundo ficou tão grande, não só com as amizades dele, mas eu acabei conhecendo um lado meu, que não sabia que existia, ou até mesmo um lado que eu precisava. Agora aqui rodeada de amidos e familiares que me amam, que estão por mim aqui, e o melhor jeito de entrar na vida adulta.
Não a melhor parte sem dúvida e ter o Peter, o amor incondicional dele, a companhia dele, a vida ao lado dele.
Vou até ele e dou um abraço e fico ali por alguns instantes.
— Obrigada Peter,
— Eu não fiz nada!
— Você fez sim, fez muito.
— Eu tenho uma surpresa para você ainda.
Eu me ajeito, com os olhos em expectativas, e nervosa fico ali esperando. E ergo as mãos. Ele puxa uma caixinha do bolso e me entrega. E fico tremendo de nervoso. Quando abro tem um broche lindo, discreto em formato de uma rosa. E bem discreto tem as nossas iniciais.
— Um dia você me disse que nos anos 50, só sabia se uma garota era do rapaz, quando ele dava um broche para ela. Sei que era de uma fraternidade, mas esse vai ser o seu anel, até o momento certo, só para saberem que você agora é minha Lara Jean.
Fico tão emocionada, não só pelo presente, mas por ele depois de tanto tempo lembrar de coisas assim.
— Eu sempre fui sua Peter Kavinsky, desde o dia que pulei no seu colo, e você sempre foi meu.
E ali no meio enquanto alguns dançam, brincam, comem e bebem, eu me esqueço que estamos cercados, e o abraço e o beijo. Não é um beijo normal, um beijo de uma confirmação, de uma promessa de uma vida inteira ao lado dele, e não tenho medo, tenho certeza, que eu quero viver com ele, e sei que sempre vou amar, por que o que eu sentia quando começamos a namorar, se transformou em algo maior ainda, e não sei explicar, só sei que é concreto agora.
— Seria muito chato se fôssemos embora?
— Talvez, para onde quer ir?
— Qualquer lugar com você. Para nossa cama de preferência. — Falo baixinho com vergonha.
— Amo como você ainda sente vergonha, vem vamos sair discretamente.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora