89 Eighty Nine

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Durante o caminho fomos conversando, ela me contou como conheceu o marido dela, que estão juntos desde a faculdade, que ela foi estudar em Londres um tempo e ele ficou esperando por ela durante um ano e meio.
Contei como Peter e eu ficamos juntos, contei do primeiro beijo, das cartas, do namoro falso, e como realmente decidimos ser reais, e no final conto que ele lembra de mim desde a primeira reunião do sexta ano.
— Que história, complicado no início, mas é linda, um amor igual dos livros.
Ela solta uma gargalhada, acho que é a risada mais gostosa de se ouvir, fico encantada, não só pelo som, mas como o rosto sorri junto.
— Você tem sorte, achar o amor da sua vida assim, espera aí, ele e o amor da sua vida não é?
— Sim, ele é, amo Peter de mais, sabe isso tudo, e engraçado, como uma pessoa se torna tão importante na sua vida, a ponto de você não conseguir se imaginar sem ele. Você e seu marido são assim?
— É claro que somos, e o relacionamento se for verdadeiro é claro, é igual vinho, quanto mais passa o tempo, ele fica melhor. As vezes eles nos deixam doidas, mas ahh. — Ela dá um sorriso sonhador, e os olhos ficam marejados. — Não me imagino sem meu Gregory. Eu no início viajava muito, ficava fora por dias, quando era turnê então, já fiquei meses, mas então, ele me surpreendia, chegava de surpresa, ou me enviava algum presente.
— Ah que fofo Clair, ele continua assim?
— As coisas mudam Lara Jean, os presentes não são tão importantes, e largar tudo para me visitar também não, mas quando chego, ele está me esperando com uma xícara de chá, no sofá e com as minhas pantufas e me ouve falar por horas, com toda a paciência, ou quando sabe do que eu preciso só de me olhar. Como disse o amor amadurece.
— Espero que Peter e eu, possamos ser assim também, com todo o respeito, nessa idade.
— Só depende de vocês. Mas eu li alguns resumos que você escreveu, gostei muito, tem paixão, sentimentos e entrega, você tem mais alguma coisa para me mostrar? Pessoal, que você tenha escrito, claro que eu estou curiosa por suas cartas, quero saber como você era naquela idade.
Jogo a cabeça para trás e dou uma gargalhada.
— Minhas cartas, Aiai, muito sentimentos para uma garota, mas eu tenho sim, tenho alguns projetos que estou me dedicando, algo sobre minha mãe, e uma senhora que eu conheci em um estágio no asilo.
— Ainda temos mais uma hora de viagem que tal me contar sobre elas.
Faço um resumo sobre meus trabalhos, conto um pouco sobre minha mãe, e sobre Stormy, Clair se interessa e me pede para levar assim que voltarmos, e claro que ela quer ler minhas cartas, ficou bem curiosa.

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Passamos dois dias para o lançamento, e me sinto encantada, Clair fica rindo de mim, que pareço criança quando vai em uma doceira e fica babando em tudo.
Mas a verdade é que eu amo tudo que tem ali, desde o autor ler e comentar algumas páginas do livro, o café só para editores e que você pode ter um pouco mais do autor e conhecer suas motivações, e claro os contatos com pessoa desse ramo, e quem sabe futuros empregadores.
Quando vou embora, não consigo parar de falar a respeito de tudo que vi, e ouvi, meu encanto por tudo que eu participei.
— Obrigada Clair, obrigada por me trazer.
— Que isso mocinha, eu espero poder fazer mais vezes isso com você, e claro se você quiser.
— Eu quero sim! Pode conter comigo.
Quando estamos chegando na editora, vejo Peter estacionamento me esperando, meu coração salta, e bom a viagem, mas voltar e melhor, e como senti falta dele.
Ele está parado com dois cafés nas mãos, e quando me vê, abre o sorriso que eu amo e que ilumina o rosto dele.
— Que saudade. — Pego o café e o abraço afundando meu rosto no peito dele.
Nos despedimos da Clair e vamos embora.
— Como foi sua primeira viagem de lançamento.
— Foi incrível.
Conto para ele de como foi um pouco, e como a Clair e maravilhosa, ele só fica me olhando e ouvindo, as vezes parece que ele está nervoso.
— Mas não vejo a hora de chegar em casa, você terminou nossa decoração de natal?
— Acho que sim, espero que você aprove, não deu para fazer muitas coisas, por que o lugar é pequeno então você sabe.
Me viro para ele e dou um beijo na bochecha.
— Não me importa, só de pensar em você tento todo esse trabalho, eu aposto que está maravilhoso.

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Assim que chego em casa eu levo as mãos na bochecha, Peter fez tudo tão lindo, aquele lugar parece que saiu de um filme, tem uma árvores pequena no canto, com um tapete no pé dela, fofinho branco, piscas pisca, e bolinhas de natal, tem até aquelas de vidro com fotos nossa dentro e que parece que tem neve caindo, tem algumas decorações espalhadas pelo cômodo, meias com nossos nomes, e o melhor o cheiro de biscoito, ele assou alguns biscoitos.
Eu não consigo falar, nem me mexer só consigo olhar de uma lado para outro e amar Peter mais ainda por todo o trabalho e cuidado para me agradar, quando me viro de costas para abraçar ele, meu coração salta a milhões por segundos,
Peter está de joelhos atrás de mim.
— Lara Jean, eu fiquei procurando o melhor momento, o melhor dia, a melhor hora para propor para você, mas a verdade que isso não existe. Por que ao seu lado, quando estou com você, é sempre o melhor momento, o melhor dia, a melhor hora, e eu não consigo mais, passar nem uma minuto sem perguntar para você. Você aceita se casar comigo?
Peter está ali de joelhos me pedindo em casamento, seu olhar tem uma mistura de amor e pânico, nunca o vi tão nervoso assim, sua voz sai embolada quase falhando e seus olhos estão com as lagrimas presas e ali diante de mim vejo nos olhos dele o garoto que conheci um dia. Um garoto despreocupado, tranquilo, tão seguro de si. Mas ali de joelhos não é o garoto que está me propondo casamento. É o homem. O Homen que ele se tornou. O Homem que eu amo.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora