105 One hundred Five

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Nas últimas semanas depois de sabermos que o bebê será nosso Tommy, e também por que ele está mexendo muito mais, principalmente a noite, Peter tem conversado e cantando para ele, e claro que tem um efeito sonífero em mim. Hoje dormi antes de todo o ritual dele, com um novo projeto no trabalho, trago para casa, para deixar o mais pronto possível antes de sair de licença maternidade, mas acordei com a voz de Peter cantando. Eu finjo continuar dormindo por um tempo, para apreciar esse momento que me encanta.
The monster's gone, He's on the run and your daddy's here, Beautiful, beautiful, beautiful, Beautiful boy ( O monstro foi embora, Fugiu e o papai está aqui, Lindo, lindo, lindo, Menino lindo)
    Ouça: Beautiful Boy (Darling Boy) - John Lennon

Ele percebe que estou acordada por que começo a sorrir, ele para e me olha.
— Está nos espiando?
— Não por mal, mas já disse que amo quando você canta não é? E essa música. — Sorrio. —  Acho que é perfeita, e ele está bem agitado. — Coloco a mão na barriga junto com a dele.
— Eu me lembro de ouvir quando era criança, e sei lá gosto dela.
— Eu também, a única que conheço e a que meu pai canta do Stevie Wonder, mas é para menina.
— Tudo bem, o próximo se for menina, cantamos essa. — Ele pisca para mim.
— Só você — Digo sorrindo — Nem nasceu esse, e já está planejando o próximo. — Me espreguiço e bocejo junto. — Vem, vamos dormir, amanhã o dia vai ser cheio.
Ele se ajeita na cama, me deitando no peito dele, me abraçando e acariciando minha cabeça.

                              **********
Parece que os dias estão voando e me sinto ainda mais sem tempo. Peter foi promovido, e estou adiantando o máximo de trabalho possível, e já estamos as vésperas do natal e me sinto frustrada por que o quarto do bebê não está pronto, e não montei a decoração de natal, e fiz a Margot mudar a data do aniversário de um aninho da Evie, claro que como os pai do Ravi só vão vir no natal colaborou com a troca, mas também me sinto culpada. Eu que gosto de tudo bem organizado e planejado, estou irritada com todas as mudanças de planos.
No telefone Margot me acalma.
— Lara Jean, e assim mesmo, filho nos deixa sem planejamento, eles que mandam agora.
— Mas preciso pelo menos arrumar o quarto do Tommy, a previsão para nascer e entre março e abriu, já estamos no final de dezembro, e se acontecer alguma coisa, ele antecipar. — Eu acho que fico em pânico, que não consigo respirar, Margot percebe do outro lado e começa a rir.
— Calma, não é assim também, pode adiantar, mas não agora e você está bem não é? — Faço que sim, mesmo ela não me vendo. — Vai dar certo, combinamos de voltar com vocês depois do natal, e vamos te ajudar. E o Peter já fez a troca do carro?
Como o carro é de dois lugares, foi o que o Peter mais se preocupou.
— Sim, essa semana.
— Viu só, menos um item da lista. — Ouço o choro no fundo. — Preciso ir qualquer coisa me liga.
Estou dobrando umas roupinhas, quando ouço Peter entrando conversando e várias vozes. Nossos amigos Jenna, Simon, Lucas  e Sarah- que agora mora a algumas quadras - chegaram em casa com rolos de pintura, tinta, furadeiras.
— Achou que vamos deixar você na mão? — A Jenna me abraça e beija na bochecha. — Fica quietinha que vamos fazer o pesado.
— Melhor, faz aqueles biscoitos que só você faz.
Lucas me dá abraço e já segue para o quarto.
Eu agradeço a todos e preparo lanches, agora as coisas estão voltando para os trilhos.

                             ************
Estou de repouso já tem duas semanas, só por precaução, tive um pequeno sangramento, mas a médica, meu pai e o Peter me obrigaram a ficar quietinha, contra minha vontade claro. Trina veio ficar comigo e a mãe do Peter vem trocar com ela em quinze dias. Estou trabalhando de casa, ou melhor da cama, Trina é tanto super protetora quando Peter. Só posso levantar para banhos, e usar o banheiro, e algumas refeições, mesmo eu dizendo que estou ótima.
— Querida conheço você, se deixar você vai sair da cama e já vai estar na rua em dois minutos e para o seu bem e do meu netinho. — Com um sorriso.
— Trina eu sei, mas preciso de sol. — Faço um biquinho para ela.
— Não a deixe enganar Trina, eu a levo quase todos dia para tomar sol. Repouso amor, repouso.
Peter me abraça e sai para o trabalho.
— Ei que tal já deixar a mala da maternidade pronta? Vai fazer o tempo passar mais rápido.
— Não está cedo? Quer saber deixa para lá, e melhor estar tudo adiantado. — Olho para ela faço beicinho. — E também amo ver aquelas roupinhas.
Ela cai na gargalhada e vamos para o quarto do Tommy, separar as roupas dele para levar, e as minhas também.
Toda vez que entro aqui, fico mais empolgada, só falta ele, o quarto está com uma parede branca e outra azul, e colocamos papel de parede de ursinho em um balão, o nome dele está pendurado na parede, e tem abajur, e vários outros detalhes com esse desenho.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora