43 Forty Three

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Estamos na segunda semana da quimioterapia, papai toma uma dose por semana, nos primeiros dias ele disse que estava se sentindo bem, que não precisava de ajuda com nada, e mesmo percebendo que ele estava com algumas dificuldades em se alimentar e algumas outras coisas, respeitamos ele, mas estamos a todo tempo supervisionado ele.
Margot liga todos os dias, as vezes até duas vezes no mesmo dia, preciso passar relatórios resumido de tudo que acontece com nosso pai. Ela sempre me ameaça.
— Se eu descobri que você esta me escondendo seja o que for, eu juro que largo o trabalho e a faculdade e volto para casa.
Então eu conto até quantas vezes ele vai ao banheiro.
Amanhã será a segunda dose. E hoje ele parece estar tão bem, que ao mesmo tempo que estou feliz, estou triste, se ele piorar, ficar oscilando. Ele já levantou e comeu os ovos mexidos que a Trina fez para ele.
— Cadê o Peter ? Ele está atrasado para nossa caminhada.
Eu e Kitty nos entreolhamos, sem entender. Então surge Trina atrasada como sempre para o trabalho e fala.
— Dan, depois de você ser grosso com ele, e dizer que não quer fazer caminhadas, que ele estava te "importunando" você queria que ele estivesse aqui.
Ele fica pensando, e claro que já enviei mensagem para que me respondeu na mesma hora:
Estou voando para chegar aí.
Claro que tudo se deve, por ele tentar de todas as formar fazer com que meu pai goste dele, ou membro "mais dele"
— Poxa então preciso pedir desculpas, - ele fica um pouco triste. — Vou ir sozinho.
Eu queria deixar Peter fazer surpresa chegando na porta, mas não consigo ver meu pai daquele jeito.
— Ele já está chegando pai, ele vai vir para a caminhada, está só um pouco atrasado.
— E se desculpe com ele viu, não podemos perder ele também. - Kitty fala apontando o dedo.
— Está bem, está bem.
Peter chega todo sorridente se sentindo importante, meu pai todo envergonhado pede desculpas para ele que sorri e fala.
— Não foi nada, o Sr tem todo o direto de ficar bravo, estou aqui para ajudar.
Papai sorri e sai os dois para a caminhada.
— Peter é muito puxa saco do papai. - Kitty revira os olhos.
— Ele só está tentando que gosta dele, ele é paranoico que, papai gosta mais do Josh do que dele, então paciência.
— Homens, e claro que papai gosta dele, todos gostamos dele.
Sorrio feliz, esse sempre foi meu sonho, que todos amassem meu namorado, e até nosso vo, ela toda vez que vem trás presentes para ele e quer sair com ele.

                             *********
Em poucas semanas volto para a universidade e estou em dúvida se fico no alojamento ou se fico em casa, então estou tentando ensinar a Kitty sobre algumas alimentações e remédios, eu fico olhando e me lembro de Margot, Kitty tem a mesma idade que Gogo tinha quando nossa mãe morreu, meus olhos enchem de lágrimas, por que ela precisou crescer e acho que não aproveitou tudo, por conta da responsabilidade. Eu fico ali a observando.
— O que foi Lara Jean, por que essa cara ?
— Se você achar que é muita responsabilidade me avisa por favor.
Ela revira os olhos e levanta a mão se desfazendo.
— Tem a Tri, que vai pegar férias quando você voltar a estudar e agora você vai estará a quinze minutos, então estou tranquila, sei que você não vai sair daqui.
Eu começo a fazer cócegas nela, gosto desse jeito dela, tudo tranquilo, isso me surpreendeu ela está muito bem, com tudo isso.
Desde que descobrimos a doença do nosso pai, perdi já várias noites de sono, já chorei tanto, mas escondi de todos, só Peter sabe, não queria preocupar a Kitty principalmente, e vendo a tão confiante fico feliz de ter alcançado o meu objetivo.

                              ********
Hoje eu e Peter que levamos meu pai para o médico, Trina precisou ir trabalhar, seu trabalho depois da promoção esta muito puxado.
Papai passou muito mais mal hoje, e acabamos demorando muito mais, e o Peter pediu para a mãe dele ficar com a Kitty, para ela não ficar sozinha em casa, por mais que ela seja durona, não sabemos o que passa naquela cabecinha.
Preciso sair um minuto, é difícil ver meu pai naquela situação, ele que sempre foi forte, que sempre foi muito grande pra mim, estava  daquele jeito deitado naquela cama, ele parecia uma criança. Ele estava vomitando muito e sentindo muitas dores, Peter ficou ao lado dele o tempo todo, mesmo que ele estava implicante. O fez beber água e todos os remédios que davam para ele.
Eu me sentei na poltrona na área de espera e só conseguia chorar, coloquei as mãos sobre os rosto e pedi a Deus baixinho: Por favor, Por favor, que meu pai fique bem.
Depois que me recuperei fui ao banheiro e lavei o rosto passei algo nos olhos para não perceber que chorei e voltei para o quarto. Aquela cena eu fiquei admirando por um tempo, Peter estava sentando ao lado do meu pai e conversar sobre alguns quadrinhos novos que ele comprou para meu pai, e certeza que ele decorou a história, a afeição do meu pai já estava melhor e ele até estava sorrindo, um pouco fraco, mas atento em tudo, assim que entro ele me olham.
— Aí está nossa fugitiva, vamos me leve para casa filha. Quero colocar meu pijama e deitar na minha cama confortável.
Faço que sim e ajeito ele para levar para casa, quando entramos no carro ele me diz.
— Se você terminar com ele, eu te troco e fico com ele para mim.
Na mesma hora Peter abre o maior sorriso que eu já vi, e no banco de trás faço uma cara de como assim.
— Então você está trocando sua filha, querida por ele? - faço com dedo com desdém para Peter.
Que está sorrindo como quem acabou de conquistar o maior prêmio. E papai ri também, e ali estamos todos satisfeitos. Peter por conquistar meu pai, e eu por saber que meu pai está feliz com minha escolha.
Mais tarde em casa, quando vou ver se ele está bem, e precisa de algo, ele me pede  para eu deitar ao seu lado, passo os braços em volta de mim, beija minha testa.
— Sabe Lara Jean, eu fico muito feliz, de verdade com você e Peter. No início eu fiquei com um pouco de medo. Mas eu tenho o maior prazer de um dia entregar minha filha no altar para ele.
— Pai ... - meus olhos cheios de lágrimas. - Mas ainda é cedo, para falar sobre isso.
— Sim eu sei, mas um rapaz que cuida do seu pai, mesmo ele sendo rude.
— Verdade o Sr está muito rude.
Ele me dá um tapinha e começa a rir.
— Mas sim, ele ama de verdade. Cuide um do outro.
Dou um abraço o mais forte possível nele, e vou para meu quarto, e mando mensagem para Peter dizendo que tudo que ele precisar estou disponível, e conto do que meu pai disse. Claro que é para ele dormir satisfeito.

Fui ver como a Kitty estava e dar um beijo de boa noite e saber do dia dela com a mãe do Peter e ela estava escondida nos travesseiros chorando.
— Kitty o que aconteceu?
Ela só levantou e me abraçou.
— Por favor me fala, o que aconteceu ?
— Será que ele vai morreu igual o avô do Ronni da minha sala ? Ele teve câncer de pulmão e não sobreviveu a todas as sessões.
— Kitty, não pense nisso, papai está bem, ele vai se sair muito bem.
— Mas hoje ele passou muito mal, por isso vocês ficaram mais tempo no hospital.
— Sim, é normal é muito forte. Vira para lá que vou ficar aqui com você. Não se preocupe, vai ficar tudo bem.
Ela faz que sim com a cabeça.
— Mas você precisa fazer comida, lavar e passar e cuidar das coisas aqui.
Ela me empurra e dou uma risada, e logo estamos dormindo. Amo dormir com ela desse jeito, ela sempre será meu bebê.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora