Para viver intensamente. (Editando)

112 One Hundred Twelve

Com meu livro sendo o mais vendido entrando na lista dos Best-sellers, as coisas ficaram diferentes, Elle agora é minha "agente literária". Agente literária, quem diria, ela marca entrevista, me leva a alguns lugares para eu apresentar o livro, já fui a algumas feiras de livros por aqui, e dei autógrafos, tirei fotos, e tudo, me senti estranha, extremamente estranha. Ainda não me acostei com toda essa atenção.
Quando deixei Tommy na escola os pais estavam me parabenizando, me perguntando tantas coisas, e eu toda sem graça sem saber o que realmente responder. Só sorrio e balanço a cabeça. Saio quase correndo, entro no carro e respiro muitas coisas para processar. Mas  meu telefone toca.
— Lara Jean? Aqui é a Elle tudo bem?Tenho uma grande notícia, prepara as malas que vamos para a Bienal em NY. Estou indo te encontrar para combinar a viagem.
Eu ouço tudo devagar, tentando entender.
— Como assim? Elle calma que Feira ...
— A de NY, Lara Jean. — Ela fala impaciente. — a maior feira do país. E você foi umas das convidadas de escritora revelação, e vão te dar uma hora para apresentar seu livro, contar sua inspiração e tudo. Estou saindo daqui a uma hora, te encontro no restaurante. Beijos.— Ela não me deixa responder e desliga.
Minha cabeça está latejando, e não sei o que falar.Saio dirigindo e chego até o trabalho do Peter. Não costumo vir sem avisar.
Eu e Hollie entramos e como todas as vezes que chegamos aqui, somos recebidas calorosamente. Uma das funcionárias da portaria se inclina e brinca com ela.
— Olha está cada dia mais linda. — E Hollie abre o sorriso enorme e se exibe. — Ela parece você, mas ainda tem os traços do Peter.
— Pois e Mary, ninguém merece não é? — Trocamos sorrisos, mas digo com orgulho.
Assim que chego no andar do Peter, a secretaria dele, Posy, me olha de cima a baixo, e torce o nariz.
— Olá Sra. Kavinsky. — Ela fala num tom que me seguro para não revirar os olhos. — Infelizmente o Sr. Kavinsky não pode receber ninguém.
— Ele está com alguém na sala?
— Não.
— E você não pode avisar que estou aqui?
— Sinto muito. — Ela inclina a cabeça e me olha com desdém. — Ordens do meu chefe.
Eu não gosto dela, argh. Mando mensagem para Peter enquanto Hollie, anda olhando os detalhes da sala. Ela é curiosa igualzinha a mim. Enquanto isso Posy finge que não estamos ali.
— Papai. — Hollie grita assim que ele aparece e Já pula nos braços dele. E ele já está beijando e mordendo  as bochechas fofinhas dela, e ela o aperta com toda força. Ele olha intrigado para Posy.
— Por que não me avisou, ou melhor deixou elas entrarem na minha sala? — Ela se ajeita na cadeira.
— Desculpa Sr. Kavinsky, me pediu para não atrapalhar. Então ..
— Minha esposa e meus filhos jamais me atrapalham, podem deixar entrar. — Para mim ele fala. — Vem amor, preciso terminar um relatório e vamos almoçar.
Assim que entro na sala dele e fecho a porta, me jogo na cadeira em frente a mesa dele. E aperto as têmporas.
— Já disse que não gosto da sua secretária?
— Ela não é "minha" secretaria, é de todos os diretores, e também é sobrinha do Dave. — Reviro os olhos.
Ele se aproxima e me abraça por trás e fala contra meu pescoço.
— Está com ciúmes? — Beija minha bochecha e da sorrisinhos. — Sabe que acho fofo, mas também sabe que não tem com o que se preocupar.
— Não é ciúmes. Já viu como ela se veste? E como ela me olha. — Reviro os olhos, ele senta na cadeira e Hollie pula no colo e fica desenhando em um papel que ele deu. — Toda vez que eu venho aqui. — Eu estremeço. — Ela ... me irrita é muito esse jeito.
— Já disse inúmeras vezes se ela maltratar você.— Ele ergue a sobrancelha. — A esposa do Jeff reclamou também, quem sabe o Dave, não leva ela para Seattle com ele. Mas enfim você nao parece bem, o que aconteceu?
Jogo a cabeça para trás, e procuro as palavras.
— A Elle me ligou. — Ele me olha atento.— E quer me encontrar hoje, com uma nova agenda, cheia de coisas.
— Isso é bom não é?
— É.— Tento falar. — Mas outra coisa me deixou preocupada. — Explico para ele sobre NY.
—Mas isso é incrível Lara Jean. — Ele me olha. — Não é? Acho que o objetivo dos escritores. — Balanço a cabeça. — Mas qual o medo?
— Só .. não sei, se é o tempo agora.
— Ei, é o seu momento, tudo o que lutou até aqui. Tudo o que depender de mim vou fazer. — Ele segura minha mão. — Começando por hoje, vamos almoçar e vou ficar com a Hollie. — Ele faz cócegas nela. — Dia de pai e filha, e você vai na reunião despreocupada.
— E o Tommy?
— Nossa esqueci que tenho dois filhos, será que dou conta? — Ele fala com sarcasmo e jogo o lápis nele, que gargalha. — Vai e arrasa.
Encaro ele e não consigo não sorrir, é impossível.