38 Thirty Eight

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Me espreguiço mas é difícil se mexer muito na cama, por que Kitty está esparramada, e eu e Peter estamos encolhidos e até Jame nosso cachorro está nos nosso pés. Queria empurrar e brigar com ela por ser folgada, mas mesmo assim estou feliz de acordar ali, acho que eles são as pessoas que eu mais queira proteger e acordar e saber que estão bem, é a melhor sensação do mundo, acho que era assim que nossa mãe se sentia quando acordava e sabia que estávamos Margot, Kitty e eu ali na sua cama.
Estou ainda abrindo os olhos ainda e percebo que Margot estava no canto da porta nos observando, ela saiu correndo quando viu que eu percebi. Faço eles se levantarem para se arrumar rápido por que vamos o quanto antes para o hospital e desço para ajeitar o café.
Margot já está na cozinha com praticamente tudo pronto, seu humor ainda parece azedo, sei pelo jeito que pega as coisas, Ravi também está na cozinha e e percebe e tenta puxar conversa conosco.
— Ei Lara Jean, como está a UNC finalizou bem ?
— Está muito bem, me surpreendi lá com bastante coisas. E você como está com o final da universidade?
— Estou com um emprego engatilhado assim que voltar — Ele pigarreia e olha de canto para Margot, que não tenho certeza que esta na conversa. - Para Londres, mas vamos ver.
Estou com os olhos arregalados, será que ele é Margot vão continuar... ele interrompe meus pensamentos.
— Kitty e você? Como esta com a escola?
— Legal, diferente e gosto assim.
— Poucas palavras. - Kitty desdenha dele. - E você Peter ? Como está os estudos e o Lacross.
— Muito diferente do que a escola, tudo bem mais puxados, mas eu gostei. Na verdade esse ano não sei se vou jogar direito.
— Por que ?
— Pedi transferência para a UNC, e não sei se vou continuar jogando.
— Você já pediu ? - Falo num susto, não tinha certeza que Peter havia pedido. E nessa hora acho que Margot prestou atenção na conversa e nos olhos incrédula.
— Eu disse que iria pedir, vamos receber a resposta segunda. - ele cruza os dedos.
Vou para um abraço nele.
— Não acredito Peter, você vai largar tudo que lutou e sonhou para ficar com a Lara Jean? - Ela parece chocada, mas ao mesmo tempo nos olhos de Margot a outra coisa e não entendo.
— Ma verdade gosto de jogar Lacross, mas gosto mais de pensar no futuro. Preciso pensar em algo mais concreto.
Eu o olho com admiração, ele parece um homem falando na cozinha, com planos e um futuro isso me deixa melancólica. Mas de alguma forma isso irrita Margot que joga as coisas na pia e rispidamente sai em direção a porta.
— Chega de besteira, nosso pai está no hospital e quero chegar lá logo para saber das coisa.
Nos entreolhamos, mas ficamos todos em silêncio e acompanhamos, por um breve momento esquecemos todos os problemas e agora estamos aflitos e nervosos pelo que vai acontecer.

                              *************
Margot já mandou e desmandou em todos nós, e até nos enfermeiros, pediu para ver tudo o que deram de remédios para o nosso pai e todos os exames que pediram. E até nos colocou para fora quando estávamos conversando e brincando e caímos na gargalhada.
— Se não sabem se comportar num hospital não fiquem aqui.
Até Ravi saiu do quarto, ela é Trina que pareciam estar num bom momento e relacionamento estão se estranhando, quando alguns enfermeiros entraram no quarto Margot como sempre, quis tomar a decisão de tudo, e Trina por respeito a nosso pai, se retirou, e sentou ao nosso lado na recepção. Ela está os meu lado, dá um longo suspiro enquanto Peter, Kitty e Ravi foram buscar café para nós.
— Estou com medo Trina.
— Eu também, mas não esqueça somos uma família e vamos nos ajudar, independente.
— Sei lá, não quero pensar em perde ele também.
— Então não pense. - ela segura a minha mão.
— Me desculpe pelo jeito de Margot, ela ..
— Não esquenta, eu meio que entendo ela, imagina ela é a que está mais longe.
— Mas isso não é permissão para ela ser uma ..
Nós olhamos e começamos a rir, encostamos a cabeça uma na outra, infelizmente Margot solta vários olhares mortais e eu me encolho na cadeira.
Quando o médio chega corremos todas para o quarto, os meninos ficam um pouco distante respeitando o momento. Ele entra fala palavras difíceis, explica diversas coisas, tentando ser positivo, mas ele fala em seguida.
— Precisaremos fazer uma cirurgia o quanto antes para a retirada, e em seguida iniciar as sessões de quimioterapia o mais rápido possível.
— Mas é muito grave ? Quais os riscos que ele correr ? Quais os cuidados? Quando vai ser, por que não sei se posso ficar muito tempo aqui.
— Margot calma. - papai fala para ela.
— Eu sei que para a família é um choque, e um pouco agressivo esse câncer, mas com todo os procedimentos corretos conseguimos fazer o melhor, fica em paz, assim que ele liberar vamos fazer tudo.
Kitty saiu da sala e Peter foi com ela, eu só fico observando como ele cuida dela, fico feliz e triste ao mesmo tempo, como ele vai para a UNC comigo, não vai mais cuidado dela por mim. Quando volto meus pensamentos para o quarto, percebo que Margot e Trina estão se estranhando.
— Margot, me desculpe querida, mas não é sua decisão, ela é do seu pai.
— Você só está casada com ele a um ano e acha que tem direito de opinar? Lara Jean você não vai falar nada ?
Eu olho perdida, a discussão não sei onde começou.
— Margot Trina tem razão a decisão é minha, eu decido quando vou fazer a cirurgia e não quero fazer agora, quero fazer nossa viagem em família e depois eu volto e faço.
— Lara Jean? Você está aí ? Não vai falar nada sobre isso ? - Margot está gritando comigo e chorando ao mesmo tempo. Ela está visivelmente desesperada.
— Eu, eu não sei.
— Eu não quero que você morra também, se não, eu .... vou ficar sozinha.
— Como assim Margot ? E suas irmãs ?
Ela revira os olhos.
— Kitty vai ficar com Trina, e Lara Jean vai embora com Peter e no máximo vem visitar Trina, e eu ? Vou ter que achar meu rumo se até meu noivo. - ela engasga - vai embora.
Ficamos todos parados de olhos arregalados, por tantas coisas que foram faladas eu não consigo assimilar, noivo, eu ir embora com Peter.
— Margot ? — Nosso pai fala com ela com os olhos cheios de lágrimas. - O que está acontecendo de verdade ?
Ela dá um grande suspiro, e se senta na poltrona,o médico foi embora sem nos dar conta, Ravi está parado na porta imóvel, Peter e Kitty estão se aproximando e Trina e eu estamos paralisadas.
— Estou sozinha papai, não faço mais parte dessa família. Até Kitty que sempre foi minha. - ela engole as lágrimas. - não quer saber mais de mim, ontem quando ela estava com medo ela foi atrás da Lara Jean e do Peter, e ela se acontece algo vai preferir ficar com Trina, e ... ela com certeza não vai me querer por perto.
Trina se aproximou dela, deu um abraço e beijou o topo da cabeça.
— Vocês são minhas garotas, todas as três, NÃO vai acontecer nada, mas se, eu digo se acontecer eu vou cuidar de todas como minha. Você só precisa abrir espaço para deixar eu cuidar de você.
Eu acho essa a cena mais bonita, eu e Kitty correndo e entramos no abraço de Trina em Margot.
— Eu amo você Gogo, mas você está distante e toda vez que vem, nos mantém distante e Peter e Lara Jean estão aqui, sempre, na verdade eu gosto mais do Peter que dela.
— Eiii - dou um tapinha nela, e estamos todos rindo disso.
Margot só estava, na verdade está com medo, - como todas nós - de nosso pai morrer, e ela ficar sozinha. E eu não consegui compreender ela.
— Isso minhas meninas todas bem, mas alguém pode explicar essa história de noivos ?
— Dr. Covey, me perdoe, não era assim que eu queria. - ele tosse. - pedi a mão da Margot em casamento. E na verdade ela não aceitou, então estou confuso.
Todos olhamos com descrença para Margot, que se encolhe na poltrona.
— Você que está fazendo de tudo para ficar sozinha. - Diz Kitty se soltando de nós.
— Vamos conversar depois Ravi, agora vamos decidir essa teimosia de nosso pai.
— Filha, eu entendo suas preocupações, vamos fazer uma viagem pequena e volto sem falta e faço a cirurgia. Vamos aproveitar. - ele abre os braços. - venha todas aqui me abracem e prometem que vamos ser sinceros.
Vamos todas ao encontro dos braços dele.
— Eh a família aumentou, bem rapazes, vocês também são da família e vão ter que me ajudar com tudo isso.
Lógico que eles vão para o abraço e acabamos todos em gargalhadas.

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Conseguimos uma casa na praia para ficar alguns dias e vamos todos da nossa casa, até a Sra. Kavinsky vai com o namorado, lógico que ficamos em cima no nosso pai o tempo todo, que ele briga conosco, dizendo que sabe se cuidado que é médico.
Foi até divertido uma viagem simples, mas as pessoa mais importantes da minha vida estão todos sobre o mesmo teto.
Ravi pediu a permissão em pedir a mão de Margot o que deixou papai emocionado se sentindo velho. Lógico que Kitty e eu ajudamos no pedido. Ele colocou várias velas na areia formando "Casa comigo?" e tocando uma canção que ele disse que era deles, que na minha opinião era brega. Quando ela saiu na varanda ela começou a chorar. E aceitou.
Comemoramos todos com eles.
— Mas e agora ? Você não vai mais voltar ? - Kitty com aqueles olhinhos para ela.
— Não sei minha querida, ainda é cedo vamos ver como Ravi vai se sair no seu emprego em Londres.
Falo baixinho pra ela.
— Você estava com medo ? Dele ir embora?
Ela me olha com os olhos lagrimejados.
E ali entendi, seu medo de era realmente dele ir embora e esquecer dela, mas o medo maior é que ela queria seguir ele onde for, mas não sabia o que fazer em relação a família.
— Vamos ficar bem, onde você estiver você merece ser feliz!
Encorajei ela, e ela sentiu também, me abraçou e disse obrigada. Agora Margot está livre da responsabilidade de ser a mãe da nossa família.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora