Para viver intensamente. (Editando)

76 Seventy Six

Estou sentada na cama de pernas cruzadas com uma xícara de chá, um livro e alguns marca-texto e um caderno que Peter me deu para minha histórias.
Hoje ele trouxe alguns caras do time para uma reunião de equipe e jogando algo para aliviar o stress, então os deixei em paz.
Estou lendo um romance de época, e estou tão mergulhada no meu livro que nem percebo que Peter entrou no quarto, só me dou conta quando ele deita na cama e coloca a cabeça no meu colo e me abraça a cintura.
— Eu acho tão sexy entrar no quarto e ver você assim.
Olho para ele e faço uma cara: diz por favor né?
— É serio, você lendo e tomando o chá que preparei para você. E minha visão preferida.
Ele sabe de como gosto de chá e que o meu preferido era o da mamãe Night-Night, ele tentou várias vezes com a Margot fazer igual, desistiu e aprendeu um com a mãe dele, e que por incrível que pareça, e o meu preferido agora, lógico que o da minha mãe será sempre o melhor, mas como sei que ela não vai poder fazer mais, esse aqui é o preferido agora.
— Como foi com o pessoal?
— Tranquilo, as vezes é bom se distrair. Sabe, vamos amanhã em uma festa comigo? Vai o pessoal todo do time e faz tempo que não vamos.
— Por isso estava me adulando? — Eu franzo a testa.
— Não sua boba, eu gosto muito de ver você assim, mas não tem nada a ver com festa.
— Vai ser bom ir.
Somos interrompidos pelo meu celular. Olho preocupada, e a Margot, essa hora.
— Oi Gogo aconteceu algo ?
— Não ... só estava com saudades.
— Como está a vida de casada ?
— Está boa. — Ela sorri do outro lado. — Estou me adaptando. Mas e a sua de pecado.
— Margot ? — Falo num tom reprovador.
— Estou brincado, mas como estão as coisas com Peter? Como tem sido essa experiência.
Olho para ele ali deitado e abro um sorriso.
— Maravilhosa. Claro foi uma adaptação no início, mas estamos conseguindo nos virar.
— Fico feliz por vocês, em dezembro estaremos aqui na casa do Papai e quero conhecer seu lugar viu.
— Claro que sim, queremos receber vocês.
Fico toda animada e já fico fazendo planos.
— Poderíamos viajar não é? Eu sinto falta das viagens em família, agora ela está um pouco maior, mas acho que vai ser melhor ainda.
— Eu também ... mas preciso fazer as pazes com o papai até lá, uma vez ele me disse que queria ir para  Wintergreen no natal, quem sabe.
— Então faça logo as pazes com ele. E faça mesmo Lara Jean. Preciso ir dormir que amanhã acordo cedo. Amo vocês.
Desligo e fico ali pensando em como fazer as pazes com meu pai, eu já tentei tantas coisas mas não funcionou.

                             **************
Desde que estamos morando juntos e aqui, algo engraçado vem acontecendo, além de uma inspiração que não sei explicar, algumas vezes de madrugada eu tenho acordado e com uma vontade louca de escrever.
Agora não é diferente, perdi o sono e me sentei na escrivaninha que a mãe do Peter me deu. Eu já escrevi uma história, que sinto que estou na metade, alguns contos rápidos, e poemas e histórias curtas, mas hoje quando pego o papel e a caneta, começo a escrever, preciso parar alguns momentos para limpar as lágrimas, estou colocando todo meu sentimento pelo meu pai.
... Saiba que você foi à pessoa mais forte que já conheci, meu super-herói ...
... só a saudade que sinto de você tem força suficiente para me deixar em prantos...

Peter acorda nesse momento e se levanta e me abraça forte.
— O que foi ? O que aconteceu?
Permaneço em silêncio, vi que o papel está com as gotas das lágrimas. Enquanto me afundo do peito dele, ele lê por cima da minha cabeça.
— Você vai entregar para ele?
Faço que não com a cabeça. E ele continua me abraçando.
— Vamos amanhã visitar eles e passar o final de semana lá.
Levanto os olhos confusa, normalmente não ficamos lá o final de semana, sempre voltamos no mesmo dia.
— E a festa?
— Ela não é importante. — Eu sei que ele está mentindo.
— Vamos depois então da festa.
Não quero pegar ninguém desprevenido então aviso a Trina que vou passar o final de semana lá, que fica muito empolgada, preparando uma programação para nós.