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Com a notícia da gravidez da Margot a família está toda nas nuvens, meu pai quase desmaiou quando ela contou, ele ficou tão perdido na notícia, que se atrapalhou todo na hora, desligando o notebook ao invés de aumentar o volume. Ele queria viajar na mesma hora para a Escócia, mas por sorte Trina puxou ele para a realidade.
Ele ficou por horas falando para ninguém em especial.
— Eu vou ser avô, vou ser vovô. — E ligou para todos da família.
Margot segurou a notícia até passar as 12 semanas, por toda precaução e por que ela ficou bem assustada. Eu fiquei tão feliz em ver meu pai pulando de alegria daquele jeito, parecia uma criança, isso que não contamos a mudança da Margot, eles estão esperando uma resposta de um emprego para Ravi, e achar a casa para a mudança, então não vejo a hora de ver a reação dele. Eu e Peter estamos visitando algumas casas para eles comprarem, em segredo claro, mas eu estou amando essa parte.

                              **************
— Mais coisas de bebê ? — Peter está com a encomenda nas mãos.
— Só mais umas coisinhas nada de mais.
— Lara Jean você não para mais de comprar coisas para a bebê.
Desde que a Margot descobriu a gravidez e soube que é uma menina, entrei em modo tia, não paro de comprar coisas fofos para o bebê, desde meias de bichinhos, a roupinhas cheias de fru-fru.
— Mas a Margot não vai ter muito tempo pra comprar as coisas para Evie. — Margot quer homenagear nossa mãe.
— Você e seu pai vão mimar muito. Ele me ligou pedindo ajuda para comprar umas coisas na internet, eu ouvi a Trina gritar de longe que não tem mais espaço na casa. — Ele ri. — Eles chegam semana que vem não é?
— Estou muito empolgada, não vejo a hora de ver a Margot grávida.
— Como assim? Ela te envia foto praticamente todo dia.
— Mas e diferente pessoalmente.— Ele revira os olhos.

**********
Kitty, Peter e eu, estamos pintando o quarto da bebê, meu pai está apanhando com Ravi para montar o berço, Trina está preparando os lanches e verificando os detalhes para o chá de bebê que será amanhã. E Margot está sentada nos dando ordens, ela não passou muito bem esses dias, o parto está previsto para daqui a duas semanas, mas ela está sentindo contrações de treinamento.
— Kitty por favor pega o livro que deixei na minha cama.
— Ela está muito folgada, por que tem que ser eu?
— Por que você é a mais nova. E não fala assim, ela está grávida. Tem direito a tudo.
Ela sai reclamando.
— Depois de muito trabalho enfim finalizamos. Peter coloca a mão na cintura e admira.
— Isso vamos colocar agora os móveis no lugar, e claro essa parte deixo para vocês e vou ver como está a preparação para o chá.
— Fugindo do trabalho pesado. — Ele joga um tolinho em mim, e consigo desviar.

                            **********
Trina tem um talento para a decoração, ficou tudo tão lindo, ainda estamos dividindo as tarefas, eu estou preparando o bolo, e Margot insistiu que ela queria tentar fazer alguns patês das receitas da mamãe, ela está tentando participar, mas está com dificuldade o que a deixa frustrada.
— Querida deixa isso aí, vai se arrumar que o chá vai começar daqui a pouquinho. — Trina coloca as mãos no ombro da Margot.
— Mas tem muita coisa para fazer.
— Nos damos conta. Ravi ajuda a Margot a subir e se arrumar. — Antes que Margot possa falar algo, Trina já a expulsou, para mim ela fala. — Vamos precisar acelerar, daqui a pouco os convidados chegam.
— Certo, Kitty você dá conta de colocar os recheios nos canapés?
— Sim e eles vão ficar perfeitos. — Ela fala com arrogância, e reviro os olhos.
— Tudo bem só faça. Os pais de Ravi vão chegar antes ou depois do nascimento? — Pergunto para Trina.
— Depois, para ficar para o natal. E falando em natal, como vamos fazer esse ano? — Trina franze a testa. — A família do Ravi tem alguma tradição?
— Não sei, vou perguntar e não poderemos fazer nada muito extravagante a Evie vai estar com alguns dias só.
— Não vou comprar presente para Margot esse ano, só um cartão dizendo que o presente e a sua filha. — Encaramos Kitty que cai na gargalhada.
Os homens saíram enquanto o chá esta rolando, só tem mulheres, amigas de Margot da escola, nossas tias, primas e nossas avós.
Margot está ganhando muitos presentes, e está muito feliz, Trina fica ao lado dela como um guarda, ela está preocupada com a Margot, e não sai de perto um segundo.
Estou conversando com nossa tia perto da mesa de doces quando ouço um grito e vejo Trina e Margot agitadas na cozinha, corro para perto delas, e Trina já está ligando para meu pai.
— A bolsa estourou — Margot está segurando meu braço, e me olhando em pânico.
— Tudo bem, vamos lá, calma Gogo, respira fundo,  expira, inspira ...
— O que você está fazendo? — Kitty me para.
— Eu não sei. — começo a massagear as costas dela. — Eu vi em um filme.
— Pronto vamos para o carro e eles nos encontram no hospital, Kitty sobe e pega a mala. Lara Jean, me ajude a colocar ela no carro. — Trina da às ordens.
Margot está bem nervosa e suas contrações estão aumentando, enquanto estamos colocando ela no carro, vou sentar ao lado e ela gruda em Trina.
— Por favor, por favor não me solta, não me deixe.
Trina fica toda comovida e fica ao lado dela, e me manda dirigir.
Kitty e eu ficamos nas sala de espera, aguardando. E quando Ravi e papai entram correm para a sala do parto e Peter se senta ao nosso lado.
— Por que vocês demoraram?
— Você não vai acreditar, seu pai ficou tão nervoso na hora, que perdeu a chave do carro. — Peter conta a história e já estamos rindo.
Pouco tempo depois nos chamam para entrar no quarto, a primeira cena que vejo é a Margot com o bebê nos braços Ravi ao lado abraçando e admirando as duas. E meu pai babando na cadeira ao lado. Se eu pudesse colocaria essa cena em um quadro e guardaria para sempre.
Ela está com a aparência de tão cansada, mas nunca vi Margot tão feliz desse jeito. Seus olhos estão praticamente vidrados na bebê, e segura os dedinhos dela. Quando ela nos vê, pede pare nos aproximar.
— Você vai conhecer suas tias agora, você pode contar sempre com elas.
Pego no colo, e sinto uma emoção tão grande, ela é uma perfeita mistura da Margot e do Ravi, e a bebê mais linda que eu já vi, mas é minha sobrinha, e claro que eu vou dizer que é perfeita.
Passamos de colo em colo, cada um segurando um pouco, Kitty ficou boba, não me lembro dela com algum bebê, mas ela fica vidrada, conversando e contando todas as coisa "legais" que vai ensinar. Peter não é diferente, ficou babando nela, mas ficou com medo de segurar.
— É muito pequena e delicada, não consigo.
— Quero ver quando for o de vocês, vai ter que se virar. — Papai fala para ele e pega ela no colo, Peter me olha e pisca, e levanto a sobrancelha para ele.

*********
Amo morar me NY, sinto que é nosso lugar, mas agora com o nascimento da Evie, fiquei triste, precisei voltar logo por conta do trabalho, mas com o recesso de natal e ano novo, vamos voltar em três semanas, e fico contando os dias.
Hoje já liguei duas vezes para ver como elas estão, e matar a saudade. Trina e papai estão ajudando muito eles, o que a Margot disse que é salvação dela.
Peter e eu resolvemos sair para curtir a noite e fomos a um show de comédia, e no caminho toco no assunto de filhos.
— Você ficou com medo quando viu a Evie?
— Quando vi a cara do Ravi e da Margot. — Ele ri e balança a cabeça. — Parece que eles não dormem a dias.
— Ela disse que estão mesmo sem dormi. — Eu admito para ele. — Mas você nem segurou ela no colo, ficou com medo do que?
— Você viu o tamanho dela? Achei que eu iria derrubar, ou sei lá ela iria quebrar. Você não ficou com medo?
— Morrendo! Vi trocando a fralda e dando banho, e fiquei assustada só de olhar. — Fico pensativa por um tempo. — Mas a Margot parece que já sabia fazer isso a tempos. Tudo bem que cuidou da Kitty, mas fez pouco isso de fralda e banho, mas parecia uma habilidade sabe? Estou orgulhosa da minha irmã. — Começo a sorrir e ele concorda com a cabeça e continuamos andando. — Será que vou ser assim também? Nuca cuidei de criança.
— Você vai ser a melhor, uma mãe incrível.
— Para de puxar saco, não vai ganhar nada a mais com isso. — ele faz beicinho.
— Estou falando por que eu sei que você vai ser tão boa quanto ela.
— Fala isso por que me ama.
— Também, e por que eu vejo você assim. — pisca para mim.
Começa a nevar e ele me abraça me colocando dentro do casaco dele e saímos andando.
— Você vai precisar de um curso de cuidar de bebê, ou melhor de segurar bebê. Na verdade Peter você precisa de um curso de não ter medo de bebê.
— Você vai pegar mesmo no meu pé não é?
— Claro, esse é o meu melhor passatempo.
Continuo pegando no pé dele até nossa casa, e ele só balança a cabeça e ri, e também ameaça a colocar neve na minha roupa, e me solto dele e corro para longe, mas volto para me aquecer.

Para viver intensamente. (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora