Introdução ao novo mundo

313 33 78
                                    

Prólogo

Toronto não era mais a mesma cidade de três anos atrás, assim como todas as cidades pelo mundo. O caos havia se alojado principalmente nas grandes cidades que restaram de pé e as destruído de dentro para fora. Nova Iorque era agora apenas um amontoado de prédios abandonados e cheios de ladrões e assassinos que disputavam os poucos gatos, ratos e coelhos para se alimentar. Miami era um grande e assustador pântano com grandes parques que enferrujavam e se partiam como tudo em sua volta. Washington, a grande capital americana, estava deserta, com tanques de guerra abandonados na frente da Casa Branca e helicópteros militares caídos sobre as vias e casas da cidade.

O Havaí no Pacifico, e todo o oeste americano; San Diego, Los Angeles e São Francisco, Portland e Seattle mais ao norte, junto de Vancouver no Canadá, e a costa oeste mexicana foram as primeiras baixas, cidades inteiras destruídas. O primeiro dos três golpes de destruição foram os terremotos mais devastadores que o ser humano já presenciou, e para quem vivia na costa oeste, era como estar dentro do filme 2012. O segundo foram ventos de mais de duzentos quilômetros por hora, arrancando telhados, árvores, destruindo casas, arranha-céus, monumentos, tudo pelo seu caminho. O terceiro e ainda mais devastador foram tsunamis de mais de cem metros de altura, arrasando o que havia ficado de pé e matando qualquer sobrevivente do Havaí até os parques florestais em Nevada, Arizona e a costa do México.

E isso não se limitava ao Canadá e Estados Unidos. Todo o Pacifico e suas lindas ilhas paradisíacas eram agora um lamaçal apodrecido mil vezes pior do que o que havia acontecido em dezembro de 2004. Da Papua-Nova Guiné ao Japão e mais a oeste na Índia, tudo havia sido destruído pelos terremotos, ventos e tsunamis. E tudo aconteceu nas três primeiras horas após o impacto.

Barcelona, Madrid, Paris, Praga, Zurique, Roma, Milão, até Atenas e Istambul eram agora sombras das grandes cidades que um dia foram, estavam abandonadas com seus museus, estádios de futebol e monumentos sendo consumidos pelas forças da natureza. Veneza a muito já era apenas uma cidade no fundo do Mar Adriático e Napoli destruída pelo Vesúvio, assim como metade da ilha da Sicília destruída pelas forças do Etna.

As grandes cidades do norte europeu; Oslo, Estocolmo, Helsinque, Talin, Riga, Vilnius, Varsóvia, Novossibirsk, Omsk, São Petersburgo, Moscou, Berlin, Hamburgo, Copenhague, foram as primeiras grandes cidades a ficarem soterradas em toneladas de neve que caíram sem parar a três anos quando o inverno nuclear começou. Todo o leste europeu foi consumido pelo inverno no primeiro ano. A neve misturada a cinzas e poeira começou a cair em menos de um mês após o impacto e todo aquele inverno só parou um ano e meio depois. E metros e mais metros de neve haviam a muito soterrado os sobreviventes daqueles lugares, os trancando para sempre onde esperavam sobreviver.

Do Paquistão ao Marrocos, não ouve tsunamis, não ouvi terremotos fortes o suficiente que afetassem suas estruturas, mas tiveram as tempestades de areia e os ventos com velocidade suficientemente fortes para arrancar telhados e quebrar as vidraças dos arranha-céus dos shakes milionários da Arábia Saudita e Emirados Árabes, cidades e capitais, todas soterradas pela areia do deserto. A lendária Alexandria e as pirâmides do Cairo estavam agora em baixo de metros e metros de areia fina.

Johanesburgo, na África do Sul, além de cidades pelo Brasil e Argentina haviam se transformado inicialmente nas cidades mais populosas do mundo com a abertura de suas fronteiras aos refugiados vindos de todo lugar, mas logo se mostrou ser os seus maiores erros, e não levou muitos meses para sucumbirem a fome, doenças, miséria e criminalidade. Suas forças policiais, bombeiros e exércitos não foram suficientes para deter os inúmeros crimes, rebeliões, protestos, incêndios e então caíram e cidades como Johanesburgo, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, e Fortaleza logo foram controladas por facções. E não demorou para que outras grandes cidades do mundo caíssem como peças de dominó e fossem abandonadas ou transformadas em grandes fortalezas controladas por essas facções que se transformaram em juízes e carrascos para aqueles que não cumpriam suas ordens. As cidades de São Paulo e suas cidades próximas chegaram ao número de 45 milhões de sobreviventes, mas em menos de um ano não restava mais do que 7 milhões de sobreviventes em todo o Brasil. E isso aconteceu em todos os lugares que por muitos seria o lugar onde o mundo renasceria.

E foi assim que o mundo começou a desabar a três anos atrás.

ANO 2033Onde histórias criam vida. Descubra agora