Capítulo 37 - Nas entrelinhas

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Olá pessoa, tudo bem? :3

Primeiro, eu gostaria de agradecer a todos que estão acompanhando a história, estou muito feliz que ela esteja crescendo (aos pouquinhos, mas vamos em frente <3). Segundo, eu quero avisar que semana que vem não teremos capítulo. Estou com um trabalho acumulado e preciso focar nele para conseguir escrever tranquilamente. 

Espero que entendam :3

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A presença de Frederick ainda provocava certo desconforto em Christian.

Embora tenha dito a Eloïs que estaria bem se continuassem sendo amigos, seu coração era traiçoeiro e incapaz de não ficar enciumado ao vê-los juntos, mesmo em situações corriqueiras, como uma simples conversa. Era tão frustrante. Sabia que o Dufour lhe amava, afinal, ir contra todos os princípios de uma sociedade e viver a margem da lei eram provas o suficiente disso.

Porém, como dissera a irmã, era normal perder a fé em si mesmo às vezes e ele obviamente não era uma exceção. Especialmente quando se tratava de Frederick, que, ao contrário de si, era maduro e entendia mais do mundo. Do tipo de amor proibido que eles viviam escondido.

O ruivinho desceu as escadas vagarosamente, aproveitado que Eloïs terminava de se arrumar, e seguiu no sentido da sala de visitas. Frederick viera para levar o amigo em outro conservatório, como haviam combinado, e era a oportunidade de lhe falar. Refletira muito antes de tomar sua decisão, mas a verdade era que não tinha outra pessoa a quem recorrer. Claro que aquela conversa poderia desviar para um rumo que o desagradaria, só que precisava arriscar.

Frederick folheava o jornal distraidamente à espera do Dufour, até ouvir uma voz:

— Poderíamos conversar em particular?

Ao levantar os olhos, encontrou Christian junto a porta, com uma expressão séria.

Ficou surpreso e demorou um segundo antes de concordar, e então acompanhar o ruivinho até um lugar mais reservado. Ele pensou que seria a sala de música, mas surpreendeu-se novamente ao notar que tomavam a direção oposta; Christian abriu uma porta idêntica as demais no corredor e revelou uma bonita biblioteca, tão grande quanto a que possuía em casa.

Uma vez que entraram, caminhou calmamente até a mesa relativamente comprida no centro do cômodo e escorou-se ali, tomando um minuto para admirar as estantes repletas de livros enquanto Christian certificava-se de que ninguém iria ouvir o que quer que fosse a conversa – e que ele estava bastante curioso para descobrir do que se tratava, dadas as circunstâncias.

Cruzou os dedos em frente ao corpo, em uma postura relaxada, e ficou observando. Ainda que quisesse dizer o contrário, a beleza de Christian e seu olhar ferino eram muito atraentes, e nem mesmo toda a experiência do mundo seria capaz de desfazer o encanto que arrebatou Eloïs.

No instante em que o conhecera, soube que não tinha qualquer chance – em verdade, antes disso. Frederick nunca se apaixonara. Até o que sentia pelo Dufour não passava de uma forte atração física, portanto, tentar se intrometer em um amor verdadeiro por capricho não coincidia com seu caráter. Tinha consciência de que não deveria investir em algo infrutífero.

Fez-se um minuto de silêncio, que foi quebrado por Christian:

— Sinceramente, eu não sei como iniciar essa conversa, já que é um assunto bem... Íntimo. Logo, serei direto.

Frederick não moveu um músculo sequer, aguardando as palavras seguintes e que, de certo modo, suspeitava sobre quais fossem; Christian, com as bochechas corando, questionou afobado:

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