Queeny entrou na sala onde as irmãs se encontravam e deixou um suspiro encantado escapar no instante em que desabou em um dos sofás. Suzanne, que bordava uma prenda como pedido de desculpas para o noivo, pousou o arco sobre o colo e perguntou:
— Deu tudo certo?
A irmã sorriu. Um ar apaixonado ao seu redor.
— Do jeito que está suspirando, só posso considerar que sim.
— Céus! O senhor Eloïs é tão gentil e galante. Como imaginei que fosse.
Suzanne esboçou um sorriso e voltou a bordar. Então disse:
— Mas isso não significa que será cortejada.
— Se tivesse escutado o que ele disse, não faria esse tipo de comentário. — retrucou, sentindo-se despeitada — Além disso, o senhor Eloïs é tímido, e terei que tomar a iniciativa até que ele esteja confortável e tenha segurança para me cortejar.
Adelyn, sentada do outro lado da sala, escondeu o sorriso debochado atrás do livro que segurava. Sua irmã era realmente uma tola em acreditar que Eloïs Dufour tinha pretensões de cortejá-la. Queeny podia ser bonita e refinada, quase uma cópia de Suzanne, mas estava longe de alcançar as expectativas daquele rapaz. Que, diga-se de passagem, não demonstrava qualquer interesse em contrair matrimônio.
Fez-se uma pausa na conversa. Isso até Queeny, recostada nas almofadas, dizer:
— Ainda bordando o lenço para o seu noivo? Pensei que já tivesse terminado.
— Não. Quero fazer com bastante capricho para presenteá-lo. — admirou o pano em suas mãos e sorriu — Será o bordado mais bonito que já fiz em toda a minha vida.
— Ela está tentando compensar a indelicadeza do que fez àquele dia. — comentou Adelyn, incapaz de frear a própria língua.
As irmãs mais velhas olharam para ela, que retorquiu:
— O que? Estou mentindo?
— Não se meta em assuntos que não correspondem a você. — repreendeu Suzanne, contrariada - Além disso, ele mereceu por ter sido rude comigo.
— Convenhamos que ele teve razão.
Suzanne franziu o cenho, mas não respondeu. Somente lembrar que fora repreendida por causa de Christinie reavivava sua irritação. Negava-se a entender o porquê de todos tentarem proteger aqueles dois, quando sequer era "perfeitos". Era inaceitável.
Respirando fundo, a mais velha tornou a falar:
— Independentemente do motivo, ele foi grosseiro com as palavras e eu sou uma dama respeitável e digna. Não poderia me sujeitar a ele tão facilmente.
— Mesmo que fosse o caso, ter conversado com o senhor Julien seria melhor do que simplesmente ignorá-lo. Se tivesse escutado o que Queeny aconselhou ao invés de ser teimosa, não teria a necessidade de comprar o perdão de seu noivo com regalos.
Sentindo-se ultrajada, Suzanne endireitou a postura e respondeu com arrogância:
— E o que você sabe sobre como lidar com os rapazes, huh? Sequer foi cortejada desde o seu debute. Então, não meta o nariz no que não sabe, está certo?
Irritada, Adelyn fechou o livro com força e levantou, encarando as irmãs em seguida. Deu um risinho anasalado, cheio de desdém, e soltou:
— Espero que o senhor Julien aceite o presente de bom grado e que fiquei realmente bonito. Porque, sinceramente, será a única coisa boa que ele ganhará de você.
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O Mais Belo Vermelho
RomansaJulien Dufour está enredado em um casamento arranjado com a filha mais velha do Duque de Northumberland, amigo de longa data e sócio de seu pai. Sabendo de seus deveres como primogênito e herdeiro, ele nunca se opôs a ideia de expandir os negócios a...