Depois de voltarem do passeio ao redor da propriedade, Julien, apesar de estar com a cabeça à mil, juntou-se com Eloïs ao duque em seu escritório para conversarem sobre negócios e também partilharem algumas doses de brandy, independentemente de o horário não ser o mais apropriado. Na verdade, reuniram-se para falar sobre o adiamento do trabalho. Uma vez que Hugh sugeriu que começassem de fato a trabalhar depois do baile de noivado e que os irmãos Dufour deveriam tomar esse período para repousarem. O que não foi um grande problema para aceitarem. Pois, considerando a viagem longa e exaustiva que fizeram de navio, seria mais do que justo uns meses de descanso.
A recomendação do duque foi direcionada especialmente para Julien, que deveria passar algum tempo em companhia de sua noiva, não somente para cortejá-la, como também para discutirem sobre os preparativos do baile. O rapaz não estava muito animado quanto a esse assunto, mas concordou que esses meses de folga seriam bons, assim teria a oportunidade de explorar os arredores sem preocupações e ocupar os pensamentos com outras atividades que não fossem suas obrigações como primogênito e herdeiro. Ao menos teria algum tipo de diversão – mesmo sendo apenas um placebo.
Pensava em arrastar Eloïs para àquele bosque próximo a campina onde os gêmeos se divertiam pela manhã. Não sabia exatamente o que gostaria de explorar ali, mas esperava encontrar ao menos um pouco da alegria que os irmãos pareciam desfrutar naquele momento. Nem que fosse uma migalha. Julien só queria sorrir daquele jeito genuíno.
O rapaz estava tão absorto em seus próprios devaneios que sequer notou que o duque lhe chamara a atenção. Somente despertou ao sentir Eloïs lhe cutucar discretamente as costelas. Aprumou-se rapidamente na cadeira e pigarreou sem jeito. Então disse:
— Perdão, do que falava?
— Estava mesmo disperso, jovem Julien. — Hugh repreendeu em tom de brincadeira, mas ainda assim fez o futuro genro se envergonhar — Bem, eu disse que não poderei acompanhá-los no almoço de hoje. Tenho algumas questões para resolver na vila e creio que só voltarei na hora do jantar. Sendo assim, fiquem à vontade para descansar ao longo da tarde e fazer a refeição junto aos meus filhos. Eles preferem comer a mesa.
— Não há mesmo problema, senhor? — indagou o rapaz.
— Os criados estarão presentes, então, não vejo problema algum. Além disso, estamos distantes demais da vila e outras propriedades para causa falatório. Não se preocupem.
Os irmãos consentiram e despediram-se no instante em que um dos valetes do duque pediu autorização para entrar e comunicou que precisavam partir imediatamente.
Na hora do almoço, apesar de um pouco desconfortável, Julien desceu assim que uma criada comunicou que a comida seria servida. Ao entrar no cômodo, deparou com Queeny e fez uma reverência por educação, e acomodou-se; tendo uma atitude oposta, Eloïs apareceu sem demonstrar qualquer incomodo com a situação de estarem sozinhos com os filhos do duque sem a presença do mesmo. Suzanne chegou logo depois na companhia de Adelyn, e ambas sentaram em seus respectivos lugares.
Os gêmeos não apareceram. Julien esperou por outra entrada "triunfal" como de manhã, o que não aconteceu, e ele se perguntou onde os dois poderiam estar. Na campina, talvez? Ou metidos em algum lugar do enorme palácio?
Ele não sabia o que pensar. Porém, reparou que Suzanne e Queeny pareciam aliviadas com a ausência dos irmãos mais novos, enquanto Adelyn, outrora a mais extrovertida, comia em silêncio e com um semblante descontente. Havia ali uma atmosfera completamente diferente da que experimentara pela manhã. Até Eloïs percebera.
As nuances de humor mudavam drasticamente dentro daquela casa.
O primeiro dia na casa dos Bamborough havia sido, apesar de tudo, normal. Julien passou o restante da tarde em seu quarto, uma vez que seu irmão pedira que não o incomodasse até o jantar. Então ele tentou ocupar o tempo com o que fosse, até pegou um dos livros que trouxera no baú para se distrair, mas a verdade é que sua mente estava tomada pelas imagens dos gêmeos correndo livre e alegremente pela campina.
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O Mais Belo Vermelho
RomanceJulien Dufour está enredado em um casamento arranjado com a filha mais velha do Duque de Northumberland, amigo de longa data e sócio de seu pai. Sabendo de seus deveres como primogênito e herdeiro, ele nunca se opôs a ideia de expandir os negócios a...