Suzanne não conseguia dormir. Sentia-se inquieta demais e antes fosse somente pelo baile. Sua cabeça fervilhava em pensamentos e levava o seu sossego embora para muito longe.
Por que as coisas estavam fugindo de seu controle?
Apesar de estar fazendo tudo ao seu alcance, ainda tinha a forte impressão de que seus planos não estavam caminhando conforme o planejado. E, para terminar de complicar ainda mais a situação, aconteceu a visita inesperada de Lean. Ah, foi o xeque-mate.
Por que raios aquele homem teve que aparecer tão repentinamente?
Estava ocupada demais matutando uma maneira de retomar o comando para se preocupar com o escocês de modos grosseiros e atrevidos. Ficara possessa ao descobrir que seu pai o convidou para o baile de noivado, mas só restava aceitar e se manter longe.
Quanto mais longe, melhor.
Com a garganta mais seca que o normal, pensou em chamar Julianne para que lhe trouxesse um copo com água fresca, mas mudou de ideia e decidiu ir buscar por conta própria. Precisava caminhar um pouco, talvez assim o cansaço ajudasse a pegar no sono quando voltasse.
Vestindo um de seus robes de seda e amarrando firme na cintura, Suzanne pegou o candelabro ao lado da cama e saiu do quarto. Apesar das velas, o corredor ainda estava relativamente escuro, por isso apressou o passo para chegar logo a cozinha; desceu o primeiro andar e cruzou rapidamente o corredor onde ficava os aposentos dos hospedes. Estava prestes a alcançar as escadas quando uma sombra a deteve. Ela prendeu a respiração com o susto, mas deixou a máscara cair assim que reparou de quem se tratava. Respirou fundo e permaneceu no lugar.
— Boa noite, lady Suzanne.
Lean fez uma reverência exagerada e sorriu.
— O que faz perambulando por aí à essa hora da noite? — indagou ele — Não sabia que não é bem-visto uma dama sair do quarto e ainda mais esse horário?
— Saia da minha frente, por favor.
Ela tentou passar, mas foi impedida no que ele estender o braço para bloquear a passagem.
Encararam um ao outro.
— O que foi? É desconfortável ficar a sós com o homem que você usou e enganou?
O rosto de Suzanne se contraiu.
— Tem certeza de que fui eu quem enganei?
— Que eu bem me lembre, sim.
— O senhor é patético!
— Senhor? — riu debochado — Então voltamos as formalidades?
— Nunca saímos delas.
— Huh...
Lean soprou uma risada e deu um passo para trás, abrindo distância, mas não o bastante para que Suzanne pudesse fugir. De novo, trocaram olhares. Havia recordações demais ligando-os.
Cruzando os braços acima do peito, o escocês relaxou os ombros, e alfinetou:
— Então, quer dizer que o seu pai finalmente decidiu empurrá-la para alguém?
A moça não respondeu e ele se viu tentado a continuar com a afronta:
— O filho de um conde não é nada mal. Pena que ele escolheu o homem errado.
— O que quer dizer? — ela franziu o cenho.
— Julien Dufour não é marido para você.
Suzanne soltou uma risada sarcástica e retrucou:
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O Mais Belo Vermelho
Roman d'amourJulien Dufour está enredado em um casamento arranjado com a filha mais velha do Duque de Northumberland, amigo de longa data e sócio de seu pai. Sabendo de seus deveres como primogênito e herdeiro, ele nunca se opôs a ideia de expandir os negócios a...