Adelyn levantou da poltrona assim que Daryl entrou na biblioteca.
Embora a circunstância não fosse a mais apropriada, estavam sedentos um pelo o outro, e a força que os atraia fez com que se aproximassem e trocassem um beijo apaixonado antes de qualquer palavra ser dita. Precisavam muito daquele contato. Ao menos, por uns minutos.
O jovem médico, em seguida, a aconchegou nos braços de modo que fosse reconfortante. Mesmo que Adelyn tenha mostrado extrema valentia ao lidar calmamente com toda a situação, sabia que ela estava angustiada pelo o que aconteceu ao irmão. Ainda mais porque Christinie havia adoecido, possivelmente, em decorrência do acidente de Christian.
E teve suas suspeitas confirmadas no segundo em que ela, apoiando o queixo em seu peito a fim de erguer o rosto para fitá-lo melhor, indagou:
— Meus irmãos ficarão bem?
— Até o momento, eles estão estáveis. Embora a febre de Christinie me preocupe um pouco, pois, está muito alta. Mas venho aplicando compressas frias para baixar a temperatura.
— E Christian?
— Sem febre ou outro sintoma que sinalize um agravamento. Eloïs está com ele agora. Tenho que agradecer por sua ajuda. Não apenas por dividir a carga comigo, mas porque, se não fosse por ele, eu não conseguiria descer até aqui para encontrá-la. Sei que, na circunstância atual, não é certo. Mas eu precisava fugir para tê-la em meus braços um instante. Estava com saudade.
Daryl acariciou uma mecha do cabelo solto de Adelyn, admirado em como ela ficava sedutora daquela maneira, e imaginando um futuro próximo em que poderia fazer aquilo depois de uma intensa noite de amor. Tal pensamento fez partes de seu corpo despertarem.
Fazia algum tempo desde a última vez em que estiveram juntos. Apesar de trocarem cartas através de um mensageiro dele, que aparecia sorrateiramente no palácio, ansiavam incontrolavelmente tocar e beijar um ao outro. Sabiam que, apesar de apaixonados, era inadequado ficarem sozinhos e entre carícias. Só que o desejo usurpava o juízo de ambos.
— Acho que seria melhor adiarmos a sua conversa com o meu pai, ao menos por ora. — disse a jovem, mudando de assunto — Deve priorizar a recuperação de meus irmãos antes de qualquer coisa, está bem? Surgirão outras oportunidades e em momentos mais alegres.
— De fato. Não é uma ocasião apropriada.
— Espero que não fique triste.
Daryl sorriu, negando com um gesto, e a beijou delicadamente nos lábios. Adelyn era tudo o que buscava em uma companheira. Atenciosa, amorosa, sagaz... A cada dia, seu amor aumentava, e, embora tivesse que esperar mais um pouco antes de pedir formalmente a permissão para cortejá-la, tinha certeza absoluta de que logo a transformaria em sua esposa.
Aproveitando-se da oportunidade, em um tom divertido, ele murmurou:
— Não ficarei triste se, em compensação, receber mais um beijo.
Adelyn deu risada e suas bochechas enrubesceram. Ainda que o pedido inesperado lhe causara alguma vergonha, não intencionar rejeitá-lo. Pelo contrário. Estava tão ávida quanto ele.
— Não acha que é muito atrevimento, Sir? — retrucou com humor.
— Bem, é como dizem: nada arriscado, nada ganho.
A jovem sufocou uma gargalhada e consentiu. Daryl, com a habitual postura séria de médico, tinha seu lado espirituoso e galanteador. Que ela adorou conhecer e viu-se rendida.
Sem mais palavras, Adelyn levantou nas pontas dos pés e, ousadamente, tomou posse dos lábios de Daryl. Ele resfolegou com a surpresa, porém, não hesitou em aceitar o beijo. A língua dela não era habilidosa como as que experimentou outrora, só que o modo destemido com o qual aventurava-se dentro de sua boca, superava qualquer beijo que tenha dado na vida.
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O Mais Belo Vermelho
RomanceJulien Dufour está enredado em um casamento arranjado com a filha mais velha do Duque de Northumberland, amigo de longa data e sócio de seu pai. Sabendo de seus deveres como primogênito e herdeiro, ele nunca se opôs a ideia de expandir os negócios a...