Eloïs analisou o pequeno frasco de vidro que segurava e, em seguida, olhou para Frederick.
— O que é isso? — questionou.
— Um presente de despedida.
O Dufour destampou o recipiente e levou até perto do nariz. Inspirou profundamente.
Tinha um forte aroma de rosas.
— Perfume?
— Na verdade, é um óleo. E, bom, serei sincero em dizer que era para o Christian.
Ao ver o amigo franzir as sobrancelhas, Frederick deu risada, e tratou de explicar:
— Esse é o óleo de rosas que prometi a ele durante aquela conversa, lembra? Em que você quis arrancar a minha cabeça e, honestamente, por um instante pensei que o faria.
Eloïs, sem jeito, pigarreou e assentiu.
— Você é muito possessivo, caro amigo.
— Você também será quando, enfim, estiver apaixonado. — retrucou o Dufour.
— Bom, é uma possibilidade.
Encolheu os ombros e bebericou do brandy que o amigo servira minutos atrás. Era sua última visita antes da partida de Eloïs, que retornaria para Northumberland com o irmão e o duque.
— Você realmente não pretende ingressar em nem um dos conservatórios que visitamos? Sabe que conseguiu impressionar os diretores de duas instituições. Eles facilmente o aceitariam.
— Por enquanto, deixarei para outro momento. Sei que não foi justo tê-lo feito percorrer toda Londres e, no final, apenas voltar para o ducado. Desculpe por isso.
— Não se preocupe, huh? — Frederick sorriu — Conheço suas prioridades. E, além disso, você ainda tem mais dois anos para refletir sobre o que pretende fazer em relação ao conservatório.
— Está certo.
Eloïs levantou da cama e foi guardar o frasco que ganhara no baú encostado ao lado da porta. Escondeu-o entre algumas peças de roupa e encarou o improvisado esconderijo uns segundos antes de fechá-lo novamente. Não que alguém fosse suspeitar de um simples vidro com óleo de rosas, mas o intento por trás daquele objeto aparentemente comum, fazia com que o Dufour agisse com uma cautela desnecessária. Talvez tivesse virado hábito ser cuidadoso em excesso.
Uma vez perto do Frederick novamente, Eloïs resgatou o copo e deu um gole, para então dizer:
— Obrigado pelo... Hum... Presente.
— Pensei que não iria agradecer. — zombou.
O Dufour revirou os olhos e calou-se com outro gole. No entanto, não passou despercebido para Frederick a expressão que o mais novo fez. Ele parecia aflito e não precisou de muito para entender qual era a razão. Aproveitando a privacidade do quarto, se apressou em dizer:
— Não posso dizer que a primeira vez será espetacular, especialmente porque você que nunca esteve com um homem antes. No entanto, sei que o amor irá guiá-los. É quase por intuição.
— Será o bastante? — ciciou o Dufour.
— Você não deve ter sido um prodígio do prazer com as moças no início também, não é?! — debochou Frederick — Não se cobre tanto dessa vez. Deixe que seja tudo natural.
— Cale-se! — retrucou Eloïs, chutando a perna do amigo.
Frederick resmungou e indagou aos risos:
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O Mais Belo Vermelho
RomansaJulien Dufour está enredado em um casamento arranjado com a filha mais velha do Duque de Northumberland, amigo de longa data e sócio de seu pai. Sabendo de seus deveres como primogênito e herdeiro, ele nunca se opôs a ideia de expandir os negócios a...