1.1 - Primeiros vôos ✈

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"Voar verbo intransitivo que significa sustentar-se ou mover-se no ar por meio de asas, ou de máquinas (aviões, balões, planadores); deslocar-se pelo ar."

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Yoongi

Desde muito pequeno, eu olhava o céu e via grandes coisas voando bem lá em cima, eu achava que eram apenas passarinhos, mas com o tempo aprendi que não eram. Descobri, no auge dos meus dois anos, que o nome daquelas figuras no céu era avião.

Então, a medida que fui crescendo, passei a ficar muito curioso em saber como aquelas máquinas imensas se sustentavam lá em cima e quando descobri que, humanos comandavam elas igual se dirigia um carro, eu passei a ter o sonho de pilotar uma.

Meu pai, que sempre foi meu melhor amigo, quando tomou ciência dessa minha paixão, passou a me levar no aeroporto só para eu ver aquelas máquinas imensas levantarem vôo e eu ficava fascinado, olhando com brilho nos olhos, me imaginando, um dia, entrando em uma.

Passou a ser o nosso programa semanal, todos os fins de semana estávamos lá, o pessoal do aeroporto já até nos conhecia.

Ele, também, passou a me dar aviões de brinquedo, então eu passei a colecioná-los, um vício que sustento até hoje. Uma vez, ele me deu um que era de montar e passamos um fim de semana inteiro montando. Em um outro momento, ganhei de natal um modelo de controle remoto e aquele foi o melhor presente que ganhei em toda a minha vida.

Eu amava dividir esses momentos com meu pai.

Infelizmente, a alguns anos, ele parou de fazer isso comigo, pois ficou doente vindo logo a falecer, deixando eu e minha mãe aqui nesse mundo. Fiquei muito abalado na época, tinha apenas 12 anos e lembro que nos primeiros momentos não quis saber de aviões, pois eles me remetiam as lembranças que eu tinha do meu pai, mas conforme os anos foram passando, a dor foi amenizando e, então, retirei todos os aviões que ele me deu de dentro da caixa que havia guardado e pus de volta todos na estante e voltei a frequentar o aeroporto e foi nesse dia, quando eu tinha 15 anos, que decidi ser piloto de avião e que ia transformar esse meu sonho em realidade.

Com 16 anos eu me descobri gay, minha mãe me apoiou de primeira, me deu todo o amor e carinho que uma mãe poderia dar nesse momento e eu agradeço aos céus a mãe generosa que tenho e acredito que, se meu pai estivesse aqui, ele também me apoiaria, então passei a namorar os meninos sem medo.

Tive meu primeiro beijo, minha primeira vez e várias outras vezes depois.

O aeroporto até se tornou o local frequente em meus encontros amorosos. Eu era o cara que, ao invés de levar meus namorados ao cinema, eu levava para ver avião decolando debaixo do cobertor e algumas comidas e bebidas.

Claro que nem todos entendiam essa minha paixão e se cansavam logo depois, o relacionamento mais longo que tive durou apenas 3 meses, mas eu não ligava, comecei a achar que, talvez, eu não tivesse nascido para ter relacionamentos longos, mas também nunca me apaixonei de verdade, nunca senti esses rebuliços todos que alguns amigos diziam sentir ou aquela conexão especial no primeiro olhar.

O sexo era bom, me satisfazia na hora, mas não era nada muito extraordinário, então fui levando assim a minha vida, com relacionamentos rasos digamos assim.

A minha única paixão, a que de fato eu amava de verdade, era os aviões, inclusive, tenho um tatuado em minha pele, nas costas.

Meu amor eternizado.

E foi movido por esse amor por aviões e pelo sonho de me tornar piloto que me inscrevi no curso de aviação civil, talvez esteja começando tarde afinal, estou com 20 anos, mas devido a depressão que tive com a morte do meu pai, eu tranquei os estudos, o que me atrasou um pouco, mas como minha mãe diz nunca é tarde e que tudo acontece quando tem que acontecer, então eu estou aqui, no 1º dia de aula, do meu curso de aviação civil na Universidade Nacional de Seul.

Acima das nuvens - YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora