Capítulo 22

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Stacy a encarou e saiu. Emmy sentiu como se um furacão estivesse acabado de sair junto com ela. Tudo ficou confuso de novo. Pareceu muito fácil se livrar da mini Regina George... se ela se ofendeu, certamente retaliaria, e então Emmy sentiu medo do que a garota poderia fazer. Mas era tarde demais e Emmy juntou o útil ao necessário, descontou seu estresse em Stacy ao mesmo tempo que falou algo que talvez ninguém nunca tivesse falado para ela antes. Notou que não sabia nada a respeito dela. Não sabia nem mesmo sua idade, se morava com os pais, se estudava ou trabalhava... Então percebeu o seu erro. Desde que chegou em Jersey tudo girou em torno dos irmãos Mclean. Isso acabou a cegando, Emmy se sentiu culpada, triste. Que Stacy era maldosa ela já sabia, mas então como ela pode agir no mesmo nível ? Decidiu que na manhã seguinte procuraria a garota e elas iriam resolver as questões pendentes... mais quais eram? Sabia que Stacy estava na cabana ao lado da sua, iria até lá de manhã. Aliás, quem era aquela senhora que abraçara Stacy tão amorosamente? Emmy tomou um chá, leu a sua Bíblia e começou a refletir sobre o perdão. Como é difícil poder liberá-lo sem ouvir o pedido em si... seu pai, Daniel, Stacy... e ela mesma que magoou profundamente a Josh. Ela nem mesmo conseguia pronunciar seu nome se quer em sua mente sem sentir algo se retorcer dentro de si. Subiu para o quarto e adormeceu.
Na manhã seguinte Emmy acordou com o a luz do sol invadindo a cortina do seu quarto, o dia estava lindo, o céu azul, os pássaros cantavam e as crianças já enchiam a praia.
Emmy prepara um suco, come uma torrada com geleia de morango e já começa a passar em sua mente o que ela falaria para Stacy, ela ainda não estava certa de que realmente faria isso, então decide caminhar enquanto pensa...
Ela veste uma jardineira de saia jeans, pega seu óculos escuro e sai, ao pisar na varanda Emmy observa Stacy logo cedo acordada também, a garota estava sentada nos degraus da pequena escada da entrada da cabana em que ela estava ficando.
Então Emmy decide não esperar, ela simplesmente iria até lá e iria resolver essa história e seria agora. Stacy revira os olhos quando percebe que Emmy se aproxima e logo fala:
- Me deixa em paz, Emmy, por favor, eu não quero papo, não venha estragar meu dia logo cedo.
- Espera, Stacy.... Eu sinto muito pelas palavras que eu te disse ontem, de verdade, eu não tive a intenção de te ofender, mas você tem sido tão rude desde que eu cheguei em Nova Jersey, não entendo o motivo, eu te fiz alguma coisa?
- Não, Emmy, você não fez nada, eu simplesmente não sei o motivo pelo qual eu tenho agido assim, as coisas ficaram tão difíceis ultimamente, eu tenho sido péssima, estar aqui com a minha vó é um escape, a única felicidade que eu tenho é estar aqui com ela - nesse momento as lágrimas já molhavam a pele de Stacy, borrando todo seu rímel e deixando manchas enquanto escorriam.
- Olha, Stacy, as coisas também não tem sido fáceis pra mim, muita coisa aconteceu, então eu te entendo, mas você não precisa criar essa armadura em volta de si, você ser rude com metade das pessoas que você encontra, não vai diminuir sua dor, ninguém tem culpa, mas se você quiser conversar, eu estou aqui... não tem sido fácil não ter uma amiga também.
Nesse momento Stacy enxugava suas lágrimas de maneira rápida, tentando se recompor, ela odiava demonstrar fragilidade, mas por um momento, ela olhou para Emmy e sentiu que podia contar a ela o que vinha corroendo ela emocionalmente, o que vinha exaurindo toda felicidade e tudo que havia de bom nela. Ela ficou em silêncio, então Emmy sentiu que talvez ela não quisesse falar, ela respeitava isso, então estava prestes a deixar Stacy ali e sair caminhando quando ela diz
- Espera, Emmy...
Stacy chorava enquanto contava, Emmy ficou triste pela menina, a mãe havia engravidado muito nova, então sem preparo nenhum, ela simplesmente a abandonou com o pai, que na época também era muito novo, então grande parte da infância, Stacy recebeu os cuidados da avó, aquela senhorinha que a tratava com tanto afeto e cuidado. Até que o pai dela conheceu Maise, uma mulher que não liga para ela, que a trata como se ela fosse um estorvo, eles casaram e tiveram 2 filhos, dois meninos que gastam toda a energia deles irritando e brigando com Stacy, Embora o pai seja bom pra ela, a madrasta se empenha muito em tentar tirar Stacy do caminho, é como se ela os atrapalhasse, como se ela nem fizesse parte da família, mas ela sentia pena de deixar o pai lá, ele trabalha muito e Maise gasta até o último centavo dele com roupas pra ela e brinquedos para os meninos.
- Eu já tentei, sabe... Já falei para ele deixar ela e virmos ficar com a vovó, mas ele tem os meninos, ele não faria isso, não me abandonou quando minha mãe fez isso, não vai ser agora que ele vai abandonar os meninos - Emmy nunca imaginaria, Stacy havia passado por tanta coisa, agora ela entende o motivo do comportamento dela, ela não permitia que as pessoas se aproximassem para tentar poupar mais sofrimento, então Emmy tem uma ideia.
- Ei, Stacy, você está livre à tarde?
Stacy a olhou meio perplexa. Nem acreditava que havia acabado de desabafar tudo aquilo com Emmy, a única pessoa que sabia o que acontecia era Daniel e ela sentia que nos últimos tempos ele já não se importava mais. Mas quem era ela para cobrar algo de alguém?
- Estou... eu acho.
- Vamos tomar um café no Louisa's!
- Tudo bem. A gente se encontra na praia as quatro.
Dizendo isso, ela se virou e entrou na casa. Emmy percebeu que a garota era dura como pedra, mas existia ali um coração que clamava por socorro, amor e atenção. Emmy só queria levar Stacy até Jesus e ser talvez uma boa amiga. Entendeu que a garota não era necessariamente maldosa, mas usava aquela capa de ironia como um escudo.

Amor em JerseyOnde histórias criam vida. Descubra agora