Capítulo 30

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Emmy foi direto a loja que vendia celulares e comprou o primeiro que viu, ela não tinha tempo pra futilidades, fazendo ligação e enviando mensagens já estava ótimo.
Ela liga imediatamente ao banco:
- Alô? Meu nome é Emmy Miller, e eu queria fazer uma consulta ao saldo da minha conta, é urgente..
A moça do outro lado da linha imediatamente responde:
- Só um momento senhorita Emmy, vou checar...
Silêncio de 2 minutos.
- A senhorita tem exatos 75 mil reais.
Emmy não havia checado aquele valor antes, era muito dinheiro, mas isso não era nada perto do que o pai tinha, ela ficou feliz, era o suficiente pra salvar a livraria.
Emmy então pergunta:
- Eu preciso pagar uma dívida nesse banco, como eu faço? Ela não está em meu nome... mas eu quero que seja anônimo, não quero que saibam quem pagou, é possível?
- Sim, a senhorita deve vir aqui, assinaremos um contrato de confidencialidade e você poderá pagar a dívida sim.
Emmy nem esperou a moça terminar e desligou o telefone, tinha pressa, foi imediatamente para o banco sem pensar muito.
Emmy entrou no banco e ficou aliviada quando viu que estava vazio, seguiu até a atendente que a guiou até uma salinha privada, lá Emmy fez o certo, ela finalmente sentia que estava dando um bom destino aquele dinheiro.
Emmy assinou o contrato e quitou a dívida daquela pequena livraria, se sentia feliz por ser abençoada com aquele dinheiro, por meio dele ela pode ajudar o tio de Josh.
                                   ...
Emmy estava em seu quarto, já era noite, estava com seu pijama velho pronta para dormir... mas então antes que pegasse no sono toda aquela adrenalina exultante de felicidade foi passando. Os pensamentos começaram a clarear e a aparecer de forma mais aparente.
Ela estava tão feliz de ter ajudado o tio de Josh, mas fora isso, como seriam as coisas agora? Ela nem tinha falado com Stacy, já que não tinha o número dela em seu novo celular, também não tivera tempo de passar em sua casa, suspeitava que a amiga nem se quer sabia que ela estava na cidade. Stacy estava muito ocupada cuidado dos preparativos do baile. E Daniel? Também não tinha visto. Ele não estava na livraria, nem na rua da sua casa... Emmy sentia incerta de como as coisas seriam dali pra frente. Ela queria pular essas parte da fofoca, do constrangimento, de uma vez. Como seria quando andasse pela cidade e visse Daniel ou Josh? Com Daniel as coisas estavam em bons termos, mas com Josh... ele a detestava, ela sabia.
Então Emmy perdeu o sono. Se levantou da cama e ficou andando pelo quarto... pegou o celular na mão e começou a escrever uma mensagem para Josh inúmeras vezes. Mas as palavras ficavam muito soltas, sem sentido. Ela poderia até se sentir patética por enviar uma mensagem para ele depois de tudo, mas as coisas estavam tão inacabadas, e Emmy precisava que acabassem oficialmente antes de seguir em frente com sua vida. Mas era isso que queria? Seguir em frente?
Então ela se deparou com um bloquinho de papel em sua mesa, sua mãe a deu de presente para sempre "clarear as ideias", pois conhecia a filha pensativa que tinha. Decidiu então que iria escrever uma carta. Os dias sem celular a fez perceber que ficar sem usá-lo é muito agradável, e então porque não uma mensagem escrita à mão? Em outra circunstância soaria tão romântico para ela, mas dessa vez parecia mais para trágico.
Ela se sentou em sua cadeira, pegou uma caneta preta e começou a escrever :

"Querido Josh...
Sim, eu começo essa carta o chamado de querido. Você ainda é muito querido por mim. Uma parte de mim ainda o quer, ainda o espera de alguma forma, e talvez sempre seja assim, talvez nunca deixe de ser querido, mas receio que já não seja mais meu.
Eu teria lhe enviado uma mensagem, seria mais prático, mas sinceramente, desde que tudo começou as coisas entre nós nunca foram práticas, não é mesmo? Tudo sempre se marcou por desencontros e confusão. Mas quero que saiba, mesmo em meio a tudo isso, sempre que eu via o seu rosto, era como se uma paz pairasse sobre mim, uma sensação de conforto, de lar. Eu achei que poderia passar a minha vida me sentindo em casa com você, apenas por você ser você ao meu lado.
Eu deveria deixar de me apegar ao que poderíamos ter sido. Talvez seja a esperança que me faça falar nesse tom.
Aquele dia, a primeira noite em que nos vimos na sua casa na reunião dos jovens... você falou comigo o tempo todo. Enquanto escrevo esse trecho, sorrio ao lembrar de você tentando chamar a minha atenção e falando sobre tantas coisas. E sabe? Fico chateada por não lembrar de tudo, por ter me distraído. Mas depois dessa noite, cada palavra que você disse está guardada em meu coração.
Sei que você deve estar estranhando tudo isso, na última vez que nos vimos eu falei com muita raiva. Eu não queria sentir raiva, estava apenas desolada com o que tinha visto. Queria que aquela conversa tivesse sido diferente, e que tivesse sido encerrada de outra forma também.
Sinto falta dos seus braços, sinto falta do seu cabelo bagunçado, sinto falta de sentir sua mão na minha. Acho que é isso.
Desejo que você seja feliz. Do fundo do meu coração! Pois você me proporcionou muita felicidade e sempre que me lembrar de você até mesmo com todo os problemas que aconteceram, você ainda me fará feliz.
Não posso pedir que se lembre de mim. Eu não deveria lhe pedir nada dada as circunstâncias, já que eu nem sei mais o que somos.
Eu o amei. Queria poder ter lhe dito isso. Ficar longe de você, pensar onde você poderia estar, toda aquela preocupação e incerteza me fez o amar ainda mais. E eu o amo.
Com carinho, Emmy"

Quando Emmy terminou de escrever o papel tinha ganhado alguns borrões de lágrimas. Emmy dobrou a carta e colocou em um envelope. Na manhã seguinte acordou bem cedo e colocou na caixa de correio para que o carteiro levasse para ser entregue ao seu temido destinatário. Voltou para o seu quarto, e ao se deitar logo adormeceu novamente, sem nem imaginar como a essa altura um boato corria pela cidade.

Amor em JerseyOnde histórias criam vida. Descubra agora