Capítulo 20

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Emmy teve uma espécie de surto momentâneo enquanto estava no ônibus e deixava Nova Jersey pra trás, disse a si mesma que jamais voltaria para a cidade muito menos pisaria naquela livraria.
Ela não podia aguentar, não podia aguentar mais todas aquelas consequências, aquela bola de neve gigante que se desenrolava e enrolava a cada instante.
Então sem pensar muito, jogou seu celular pela janela. Dramático? Talvez. Mas aliviou sua raiva, e ela ficaria longe de tudo, inclusive das redes sociais.
Sabia que podia ligar para a mãe pelo telefone da cabana, olhou pela janela do ônibus e viu o céu.
O céu que estava sobre ela, estava sobre Josh, Daniel, Stacy...
Ela mantinha uma esperança em seu coração, que Deus colocaria as coisas no lugar.
                                 ...
E então Emmy chega em Cape May, ainda era de tarde, seu pai a buscou na rodoviária da pequena cidade. Ali ela já podia sentir o cheiro de mar, aquela brisa quente que a deixava tranquila. Avistou o pai acenando para ela e foi em sua direção.
- Oi Pai! Obrigada por me buscar, mas não precisava, eu poderia ir de táxi.
- Eu faço questão querida. Sinto tanto a sua falta, Emmy! Como você está linda. Entre no carro, vamos.
O pai era um misto de alegria e frieza ao mesmo tempo. Ela nunca conseguiu o compreender e já havia desistido a muito tempo.
Seu pai disse que deveriam parar no supermercado, já que não havia nada na cabana para Emmy comer durante a estadia. O pai foi para uma fila e ela foi procurar biscoitos, estava andando pelos corredores.
Era agradável conhecer um supermercado novo, parecia bobo mas naquele momento a distraía.
E então, Emmy a viu. Com seu cabelo loiro, seus olhos verdes afiados a encarando.
- Olha se não é garota que fugiu... bom você tentou, né? Mas eu disse que estaria de olho em você, não disse ?
E então Emmy deixou o pacote de biscoito que segurava cair. Ela não podia acreditar.
Stacy percebeu a expressão de surpresa que Emmy não conseguia disfarçar, então ela fala:
- Calma Emmy, parece que você viu um fantasma, eu não mordo não, tá? E riu de maneira debochada, a mesma risada daquele dia na lanchonete.
Emmy se recompõe e diz:
- Oiii, Stacy, eu não esperava te encontrar aqui..
- Agora só você tem direito de vir a praia, Emmy?
- Calma, Stacy, eu só fiquei surpresa...
- É, eu vi - disse Stacy de maneira ríspida, deu de ombros e saiu sem ao menos dar tchau, simplesmente foi andando como se o encontro não tivesse acontecido.
Emmy foi de encontro ao pai que a levou para a cabana que ficava beira mar. Emmy sentia falta daquele cheiro de maresia, da brisa do mar batendo em sua pele e daquela sensação de paz, tudo aquilo a lembrava sua infância, as férias felizes que passava com a família no lugar. O pai estava em Camp May a trabalho, portanto ele não ficaria junto com ela, provavelmente estaria em algum hotel caro com o madrasta enjoada.
                                     ...
A cabana ficava próxima a mais algumas, todas pareciam estar ocupadas, naquela época do ano fazia um agradável calor, Emmy pode observar as janelas abertas, sons de conversas, risadas, crianças brincando na praia e mulheres tomando sol.
Emmy por um momento conseguiu esquecer o motivo dela der ido repentinamente parar ali, ela tentaria não pensar naquele dia, tentaria não pensar em Josh indo embora com as impressões erradas.
Emmy ficou triste, mas decidiu que iria aproveitar aquele fim de tarde, iria observar o por do sol, ler seu livro que Josh havia dado e.... Ela não acreditava no que estava vendo, da sua varanda pôde observar alguém chegando na cabana ao lado, era tudo que Emmy não precisava, já estava começando a se arrepender de ter ido pra lá.

Amor em JerseyOnde histórias criam vida. Descubra agora