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Acordei com a luz do sol batendo no meu rosto e pisquei algumas vezes pra me acostumar com a claridade. Assim que meus olhos abriram eu levei um susto, mas logo me acalmei por lembrar do que aconteceu.

Ontem depois da minha conversa com a Billie nós ficamos aqui e ela decidiu que iriamos dormir aqui mesmo, fez uma sopa pra mim, ja que meu estômago ainda não ta muito bom, e nós duas ficamos conversando até tarde da noite.

Fiz ela prometer que nunca mais iria encostar em mim, e assim ela fez. Eu também prometi que iria perdoar ela, já que era essa a condição. Mas eu decidi que era melhor ficarmos só na amizade.

Ouvi a porta da casa ser destrancada e me sentei abruptamente na cama.

- Billie? - ouvi uma voz masculina chamar por ela e eu chacoalhei s mesma que parecia uma pedra dormindo. - Billie - ele abriu a porta do quarto e olhou pra ela que abria os olhos um pouco desnorteada, mas fechou a cara assim que me viu.

- Que foi porra - ela murmurou coçando os olhos e ele a encarou com a cara fechada.

- Tu tem celular pra enfeite é caralho? - falou mal humorado - E a gente precisa ter uma conversinha, pode levantar - me deu um sorriso falso e ficou esperando no pé da porta por ela até a mesma se levantar e ir contra vontade com ele.

Assim que ela passou por lá, ele fechou a porta atrás de si e eu fui correndo até ela pra tentar ouvir alguma coisa.

- Que porra de idéia foi essa de trazer essa garota pra cá? - ele perguntou irritado.

- Eu não sabia que eu precisava de autorização pra fazer algo que eu queira - disse cínica e ouvi o ruivo bufar.

- Você sabe que ter ela viva é essencial pros nossos planos com o pai dela - ele tentou falar baixo - Não pode acontecer a mesma coisa com ela que aconteceu com a Carly, ta ouvindo?

- Eu ja te disse que... - ela começou a falar em um rosnado, mas ele a interrompeu.

- Eu não quero nem saber dessa ladainha de que você não matou a Carly, todo mundo sabe que foi você! - falou duramente - Se arruma, te espero em uma hora e meia no galpão. - e saiu batendo a porta.

Assim que garanti que ele havia saído, eu abri a porta e encarei a garota sentada no sofá enquanto encarava suas mãos. Ela parecia triste. Eu fui em passos leves até ela e me sentei ao seu lado, pegando sua mão e segurando a mesma enquanto apertava levemente. Ela me olhou e deu um sorriso fraco, que eu sabia que não era nem um pouco sincero.

- Por que você não conta pra ele a verdade? - perguntei baixinho e ouvi seu suspiro.

- Porque ele não vai acreditar em mim - riu nasalado - Fora que, quando ele soube, a gente teve uma briga feia, mas se fosse com o Baylor, tenho certeza que ele tinha arrebentado ele na porrada.

- Ele merecia - pontuei e ela concordou.

- Eu não sei o que eu tava pensando naquela época. Ele me chantageou com um monte de merda nada a ver e eu cai direitinho - deu de ombros - Mas, de qualquer forma, em breve ele vai cuidar dos negócios no Canadá e eu vou ficar mais em paz.

- O Baylor? - perguntei esperançosa.

- O Finneas - ela acabou com minhas esperanças - O Baylor vai cuidar em Londres.

- E você vai ficar aqui sozinha? - arqueei uma sobrancelha e ela concordou. - E eu?

- Você vai ficar aqui. De qualquer forma, uma vez por mês eles vão vir pra cá pra gente organizar as finanças e ver o lucro de cada país. - suspirou - Por isso anda tão corrido.

- Pelo menos vai valer a pena - eu sorri animada - Nem acredito que o Baylor vai sair daquela casa.

- Ai você vai me dar uma chance? - arqueou a sobrancelha sacana pra mim e eu estreitei os olhos em sua direção.

- Muito cedo pra isso, Billie. - falei séria e ela riu.

- Ok - suspirou - Vamos? Ta na hora.

- Vamos sim - assenti e me levantei, seguindo com ela pra fora da casa e indo até seu carro.

Vamos voltar pro inferno, então.

-...-

- Bom dia, Offred - entrei na cozinha sorrindo pra ela e a mesma abriu um sorriso feliz.

- Que bom ter minha menina de volta! - disse animada - Você ta melhor, querida?

- Eu to ficando - suspirei e sorri pra ela - Mas pro café eu quero só uma fruta.

- Ok, menina. Vou preparar uma salada de frutas pra você, pode ser? - ela perguntou e eu apenas assenti sorrindo, me sentando na mesa do refeitório de novo.

Alguns minutos depois ela me trouxe a salada de frutas e eu comi enquanto s gente conversava. Depois disso eu me despedi dela e voltei pro meu quarto, deitando na minha cama e adormecendo logo em seguida.

-...-

- Darya - ouvi a Billie falar preocupada enquanto entrava no meu quarto em desespero.

- O que foi? - sentei na cama a encarando e a mesma veio até mim, me puxando pra um abraço e enterrando o rosto no meu pescoço - Ei, o que aconteceu?

- O Finneas quer que eu assuma Londres no lugar do Baylor - ela murmurou com a voz embargada e eu me separei a encarando.

- O que isso quer dizer? - perguntei ja sentindo minha boca secar.

- Que em um mês eu provavelmente vou embora e você vai ficar aqui sozinha com aquela porra daquele maníaco! - exclamou com ódio e se levantou, começando a chutar os móveis. Eu permaneci estática encarando a parede, sem saber nem o que pensar sobre isso. Eu só sentia medo. Muito medo.

- Billie, isso é porque ele me viu com você hoje? - desviei meus olhos dela e ela praguejou.

- Sim. Esse filho da puta ta achando que eu vou te matar, porra! - falou irritada e eu suspirei.

- Então você precisa contar pra ele sobre o Baylor - assim que eu falei isso ela parou de andar e me encarou.

- Eu não posso. Eu... - eu a interrompi.

- Você não pode é me deixar com a porra de um psicopata sozinha, Billie! - exclamei irritada - Você precisa contar pro teu irmão!

- Ele não vai acreditar em mim, Darya - falou como se fosse óbvio e eu bufei.

- Ele tem a porra de um arquivo descrevendo tudo que ele fez com ela. Tem um monte de fotos daquilo. Pelo amor de deus, pega aquela merda e mostra pro Finneas! - falei desesperada e ela suspirou, negando em seguida. - O que foi? Prefere me deixar na mão de uma porra de um maluco?

- Não. Eu vou pensar num outro jeito, só deixa.... Deixa eu pensar - ela suspirou e eu a encarei indignada.

- Por que você protege tanto a porra do teu irmão? Essa porra desse psicopata do caralho? - murmurei irritada - Ele que merecia apodrecer numa vala, Billie. Não foi só a Carly, ele estuprou e matou várias crianças, até uma de dez anos!

- EU SEI! - ela gritou me interrompendo e eu a encarei espantada - Eu sei, ta legal? Mas ele também guarda segredos meus, Darya. E o Finneas é a única pessoa que não pode saber deles.

- Ah é? Por que porra? Eu aposto que não é mais grave do que o que aquele maníaco do Baylor faz! - disse como se fosse óbvio e ela me encarou, se sentando na minha frente e dando uma risada irônica - Ta rindo do que? - cruzei os braços a encarando.

- Tem certeza? - arqueou a sobrancelha me encarando - Nem ter matado meu pai?

Assim que ela proferiu essas palavras eu me calei e fiquei a encarando. Cada dia que passa eu vejo que a vida é cheinha de surpresas, cada uma pior que a outra pra sempre fazer eu tomar no meio do meu cu.

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Kkkkkkkkkkkk o próximo cap vai ser continuação desse papo incrível. Vcs preferem na visão da Billie ou da Darya? TO DANDO A CHANCE DE ESCOLHEREM. amo vcssssss ♥️

KidnappedOnde histórias criam vida. Descubra agora