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- Levanta - ouvi uma voz falando bem alto no pé do meu ouvido e acordei de supetão, com o coração na boca. Olhei pro lado e vi Billie ali.

- Que horas são? - perguntei enquanto coçava o olho depois de constatar que com certeza era de madrugada, já que tava tudo escuro.

- Hora de você levantar, anda. Quero te levar em um lugar. Se troca. - falou mais uma vez e eu me levantei, indo até o closet e pegando uma calça de moletom e uma regata - Vou te esperar lá embaixo, não faz muito barulho - pediu me encarando e eu assento vendo ela sair pela porta.

Bom, desde aquele dia que ela machucou a mão, nós não trocamos nem bom dia. Ela tava literalmente evitando olhar pra minha cara, e ok, eu também não ligava muito. Aí do nada o ser humano me acorda sei lá que horas pra sair?

Eu terminei de trocar de roupas e coloquei um chinelo, já que eu não tinha tênis ali, e saí do quarto, descendo as escadas na ponta dos pés e encontrando a garota no sofá, mexendo no celular. Ah, que saudades do meu celular.

Assim que eu me aproximei, seu olhar se voltou pra mim e ela se levantou, saindo dali e indo em direção a parte de fora. Eu obviamente a segui. Logo após ela ligou o carro e eu a acompanhei mais uma vez, me sentando ao seu lado e começando a encarar ela.

- O que foi? - perguntou quando deu arrancada no carro e percebeu que eu a encarava.

- Onde a gente tá indo? - perguntei baixinho e ela me encarou com o canto dos olhos.

- Você vai ver, é bem rápido pra chegar lá - ela murmurou e pegou a carteira de cigarro, acendendo um e começando a fumar.

Eu já pensei na hipótese de ela estar fazendo isso pra realmente me matar e me jogar numa vala, como aquela Noah me falou. Mas eu não consigo sentir medo dela, isso faz algum sentido? Simplesmente não consigo.

Claro que em seus momentos de raiva é diferente, aí sim eu sinto medo. Mas agora ela tá tão serena, tão tranquila, que eu só consigo pensar em como ela é bonita.

- Chegamos - ela falou e eu encarei em volta, vendo um galpão no meio do nada.

- O que a gente tá fazendo aqui? - perguntei enquanto ela saia do carro e eu a acompanhava.

- Eu te trouxe aqui como um agradecimento por ter me ajudado aquele dia - ela comentou e no mesmo momento eu identifiquei outro carro ali. - Pode entrar no galpão, mas não tenta bancar a espertinha, tem segurança escondido em tudo quanto é lado. Você tem dez minutos.

Eu andei um pouco receosa até a porta de entrada do galpão, não tendo idéia do que esperar. Quando cheguei na parte de dentro, pude ver um homem alto, pardo e forte parado de costas pra mim. E eu reconhecia ele de longe.

- Papai? - murmurei com a voz trêmula e ele se virou pra mim, logo fui correndo até ele e pulei no seu colo começando a chorar.

- Minha filha! Você está bem? Tá machucada? - ele perguntou com a voz embargada e se afastou um pouco de mim.

- Eu tô bem papai, e a mamãe? Como ela tá? E o senhor? - perguntei o encarando mais uma vez.

- Eu tô bem, sua mãe tá nervosa com tudo isso, mas tá bem também - ele murmurou - Eles estão cuidando bem de você?

- É - fiz uma careta - Eu nem vejo muito eles. Só mais a Billie.

- Eu juro, minha filha. Eu vou te tirar de lá. Minha vontade é matar todos eles - ele murmura com raiva.

- Tem que manter a calma, papai. Não adianta querer fazer tudo por impulso. - eu comentei e ele suspirou assentindo - Mas eu tô bem, você só precisa fazer o que eles te pediram.

KidnappedOnde histórias criam vida. Descubra agora