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- Por que você me trouxe aqui? - perguntei receosa encarando a Billie é cruzando meus braços enquanto encarava o campo aberto em minha volta, cheia de entulho.

- Você disse que tem muita raiva o tempo inteiro, certo? - ela pontuou e eu assenti - Então agora você vai colocar essa raiva pra fora. - ela murmurou e me deu um taco de baseball.

- Ok... - murmurei incerta e ela bufou.

- Pode destruir, Darya. Fala alguma coisa que te da raiva, e imagina que você tá descontando todo seu ódio dessa coisa em algo daqui - ela murmurou e eu levantei meus olhos a encarando.

- Em qualquer coisa? - perguntei e ela assentiu.

- Tudo que ta aqui é pra você. Pode destruir tudo se quiser. - deu de ombros e eu segurei meu sorriso.

Andei até uma caminhonete antiga e bati o taco com força no espelho, ouvindo seus estilhaços em seguida. Encarei a Billie que sorriu me encorajando. Eu suspirei e voltei a bater com o taco no carro. Quebrei os espelhos, o vidro do carro inteiro, destruí a lataria e tudo isso enquanto pensava em tudo que eu passei do início do ano pra cá.

Soltei o taco e comecei a pegar as louças pousadas numa mesa ao lado, jogando com força em direção ao carro destruído. Eu senti minha garganta se fechar com o choro preso e soltei um grito de ódio enquanto liberava minhas lágrimas. Peguei o taco de novo e comecei a bater com força no mesmo carro de novo. Bati com a maior força que eu podia enquanto gritava querendo tirar todo o ódio de dentro de mim.

Comecei a chutar enquanto batia mais e mais forte até sentir meus braços queimarem pelo esforço que eu tava fazendo. Fui em direção a mesa com as louças que sobraram e bati com a maior força que eu tinha, ouvindo o barulho dos estilhaços em seguida. Nesse momento tudo passava pela minha cabeça. A Billie matando meu pai, Baylor me torturando, Baylor me estuprando, a tortura da Brianna, eu torturando o Baylor. Tudo passava como um filme na minha cabeça. Eu estava esgotada. Com ódio de tudo. Por que isso aconteceu comigo? O que eu fiz pra merecer isso?

Senti meu peito começar a subir e descer enquanto abaixava o taco e encarava a destruição que eu havia feito. Eu comecei a chorar e larguei o taco no chão, me sentando e respirando fundo no intuito de me acalmar.

Me levantei e encarei mais uma vez aquela bagunça, secando meu rosto e me virando, indo em direção a Billie. Assim que cheguei la, a surpreendi com um abraço e senti ela me abraçar forte, suspirando em seguida.

- Me desculpa por tudo que eu te fiz - murmurei arrependida e ela passou as mãos no meu cabelo, beijando o topo da minha cabeça.

- Só se você me perdoar por tudo que eu fiz pra você também - ela murmurou e eu levantei a cabeça, a surpreendendo de novo quando selei nossos lábios.

- Eu perdôo - eu sorri e ela me acompanhou.

-...-

- É sério isso? - perguntei ao encarar ela parar o carro em frente a um fast food vegano. Isso existe?

- Sim. Venha pro lado verde da força e salve os animais. - ela falou e eu ri alto.

- Salva os animas e mata os humanos, a senhora vai ser bem criticada, viu? - eu brinquei e foi a vez dela rir.

Ela foi até o drive thru e fez os pedidos dos lanches. No outro guichê nós ja pegamos rapidamente e logo ela saiu dali, dirigindo até a mansão.

Assim que chegamos subimos até seu quarto e nos deitamos na cama, ligando a tv em um canal qualquer da discovery e começando a comer.

- Não é tão ruim - eu admiti e ela riu.

- É tão gostoso quanto carne - ela deu de ombros.

- Não força - murmurei e ela me empurrou de leve, rindo. Eu não sei em qual momento eu consegui quebrar todas as barreiras de proteção dela a ponto de chegar até aqui, mas fico feliz com isso.

- O que foi? - ela deu uma risada nervosa e foi só ai que eu percebi que ainda a encarava. Senti minhas bochechas esquentarem e dei outra mordida no meu sanduíche, dando de ombros.

- Eu só tava pensando - suspirei - Nunca imaginei que a gente estaria aqui agora, sabe. Pra ser bem sincera, nunca nem imaginei que você tivesse sentimentos.

- Uau - ela riu alto - Obrigada pela parte que me toca.

- É verdade! - eu exclamei rindo - Aquele meu primeiro dia na mansão foi o melhor, você cheia de raiva de mim e eu só querendo foder contigo. - murmurei e ela me encarou com os olhos arregalados, rindo logo em seguida.

- Eu não acredito nisso. - negou com a cabeça tomando um pouco do seu suco.

- É verdade - eu ri fraco - Lembro que te olhei e pensei exatamente isso: "Ela parecia quase como um carro alegórico. Quase porque nenhum carro alegórico é sexy." - falei e ela riu alto.

- Por que carro alegórico? - perguntou ainda rindo.

- Fala sério, as vezes tu usa mais acessório que uma árvore de natal - murmurei e ela riu mais uma vez.

- Bom saber que você pensa isso de mim - ela fingiu estar ofendida e eu me estiquei até ela, selando nossos lábios.

- Eu te acho perfeita - murmurei séria e pela primeira vez, a vi envergonhada.

- Que isso - riu sem graça e eu suspirei, fazendo ela me encarar.

- É sério. Você é perfeita. - eu murmurei e vi todos os pelos dela se arrepiarem. Ela suspirou, largando o suco de lado e me puxando pela nuca pra um beijo.

Eu não sabia quanto tempo fazia que nós duas não nos beijavamos dessa forma, mas eu sabia que era muito. Diante de todas as confusões e rasteiras da vida, nós nos esquecemos do mais importante: o que nós tínhamos. Nada ao redor importava o suficiente pra apagar esse sentimento de amor e ódio que tínhamos criado durante esses quase dez meses que eu estou aqui. E tudo que me bastava, e me fazia continuar apesar de todas as circunstâncias era isso. Esse tipo se momento. Esse tipo de toque. Ela inteira.

Nos separamos pela falta de ar e ficamos alguns minutos com nossas testas encostadas só curtindo aquele momento que, pra ser sincera, eu acredito que nós nunca tivemos. Eu queria eternizar ele na minha cabeça e nunca mais me esquecer que, no final de tudo, é isso que importa.

Afastamos as nossas testas e sorrimos uma pra outra com uma imensa sintonia. Eu sentia meu peito queimar enquanto via seus olhos brilharem ao me encarar. Algumas palavras ficaram presas na minha garganta e eu sentia urgência de falar. Precisava colocar elas pra fora de uma forma que nunca precisei antes. Eu coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha e ela abaixou a cabeça levemente, sorrindo envergonhada mais uma vez. Eu levantei seu queixo e olhei seus olhos, tendo certeza que ela é a única coisa que eu sempre tive certeza desde o momento em que eu entrei nessa mansão, mesmo que de forma inconsciente.

- Eu te amo. - soltei de uma vez com a voz baixa e, no mesmo instante, ela sorriu surpresa.

- Eu também te amo, Darya.

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FIM

mentira, tem mais um cap. Gente eu cortei 3 capitulos pq não tem mais salsicha pra eu enrolar nessa fanfic, entao SIM o próximo é o último.

AMO VCS, BEBAM AGUA E VEJAM DANGER RSRSRSRSRRS parei bjs

KidnappedOnde histórias criam vida. Descubra agora