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- Eu estudei seu caso e conclui algumas coisas - Sophie começou - Mas pra ter certeza, preciso entrar mais fundo na sua história. Você alguma vez ja sofreu abuso na infância ou no início da adolescência? - ela se inclinou pra frente.

- Abuso? - perguntei confusa - Como assim?

- Seu pai ja utilizou métodos diferentes de aprendizado? Como te bater ou castigar de forma mais bruta? - explicou a pergunta e eu encolhi os ombros.

- Ele me batia as vezes - murmurei brincando com meus dedos - Mas minha família é árabe, originária de lá mesmo. Lá as coisas são diferentes da América.

- Não tão diferentes quanto você pensa - ela murmurou anotando o que eu falei no papel. - Você ja sofreu castigos por mal desemprenho escolar, ou alguma coisa mais superficiais?

- Sim - concordei.

- Como eram esses castigos? - colocou a ponta da caneta no início da boca e eu senti minhas mãos suarem. Ta difícil me concentrar assim.

- Bom, geralmente meu pai me trancava no quarto, era da escola pro quarto, não podia sair pra nada. Me tirava todos os eletrônicos e meus livros de ficção, deixando só os da escola comigo. As refeições eram diminuídas também. - desviei o olhar enquanto falava e ela murmurou um "aham" fazendo mais anotações.

- Ok. E esses castigos traziam um bom resultado? - perguntou mais uma vez e eu suspirei.

- Na maioria das vezes não - falei pensativa.

- E da mesma forma, ele continuava usando o mesmo método? - me encarou e eu apenas assenti, vendo ela fazer mais uma anotação. - Ok... - suspirou - Me fala o pior castigo que você ja teve. Aquele que te marcou.

- Teve uma vez... - falei roendo minhas unhas - Ele me pegou beijando um garoto na saída da escola. Eu tinha doze anos. - limpei a garganta e encarei a parede atrás dela - Nós chegamos em casa e ele me bateu bastante com uma colher de pau - eu ri fraco me lembrando - Aí depois ele me trancou no quarto. Fiquei três dias sem sair de la, sem ir pra escola, nada.

- Ok - suspirou e anotou mais uma vez. - Eu acho que por hoje é só. - murmurou guardando a prancheta na bolsa e eu a encarei surpresa.

- Tão rápido? - perguntei e ela riu leve.

- Sim, nessa semana preferi focar nos detalhes do seu passado. Na próxima, vamos falar do seu futuro - assenti me levantando - Não quero apressar as coisas com você. Quando começarmos a falar realmente sobre seus problemas psicológicos, as coisas vão ficar mais pesadas.

- Como assim? - perguntei enquanto a acompanhava até a porta.

- É difícil conversar sobre os problemas do subconsciente. - ela murmurou - Talvez desencadeie algumas crises, reabra algumas feridas...

- Ah, entendi - sorri sem graça e ela retribuiu - Então, até semana que vem.

- Nos vemos na terça - piscou o olho pra mim como na última vez e mordeu o lábio inferior, saindo pela porta em seguida. Ela ta flertando comigo ou eu to muito doida?

- Rápida essa sessão - ouvi a voz da Billie atrás de mim e me virei, vendo ela me encarar com os braços cruzados e uma cara não muito boa - Eu pensei que eu estava pagando por uma hora.

- Você chegou cedo - sorri fraco e fui até ela, rodeando seu pescoço com meus braços e dando um selinho em seus lábios que não foram retribuídos - Aconteceu alguma coisa?

- Eu só não gostei dessa terapeuta - murmurou com cara de brava ainda.

- Por que? - franzi o cenho.

- Eu não sei. Alguma coisa nela... Não me desce - suspirou. - Mas ela ta te ajudando?

- É - fiz careta - Ela ainda não me falou meu diagnóstico. Mas acredito que ela esteja chegando lá, já que semana que vem a gente vai começar a falar sobre meus gatilhos.

- Então é o que importa - sorriu fraco - Quer ir na chácara? A gente pode dormir lá e amanhã cedo passear pelo lado - ela propôs colocando uma mexa do meu cabelo pra trás e eu sorri.

- Eu iria adorar - murmurei e ela sorriu de volta.

- Então vamos subir pra pegar algumas roupas - ela falou me agarrando e me dando um beijo no pescoço.

- Vamos - me separei e beijei seus lábios, logo acompanhando ela até seu quarto.

-...-

Nós ja havíamos chegado na chácara e eu ja estava deitadinha junto a Billie enquanto víamos um filme que passava na televisão.

- O que você quer comer? - ela me encarou quando perguntou.

- Qualquer coisa? - arqueei a sobrancelha e ela assentiu.

- Sim. - então pode ser você. Ops, melhor não.

- Pode ser pizza - eu sorri amarelo e ela assentiu, ja pegando o celular e começando a fazer o pedido. Deus é mais.

Esperamos a pizza vegetariana chegar e, quando o segurança veio trazer, pegamos ela e deixamos na mesinha de centro da sala, logo começando a comer.

É, era gostosa. Mas eu preferia a tradicional.

- Você ta suja de molho de tomate - ela falou risonha e eu passei a mão em cima da minha boca.

- Limpou? - perguntei e ela riu negando, passei de novo a mão e a encarei - E agora?

- Ainda não, deixa que eu limpo - ela disse se aproximando de mim e beijou o canto dos meus lábios. - Pronto. Limpíssimo.

- Eu senti um ar aproveitador nessa tua atitude - falei brincalhona e ela me encarou risonha.

- Ah, você sentiu é? - arqueou a sobrancelha e riu enquanto dava outra mordida no seu pedaço.

Ei Billie, tua xota tá suja de molho de tomate, posso limpar? PELO AMOR DE DEUS, DARYA. SE CONTROLA! Balancei a cabeça pra conter esses pensamentos e suspirei terminando de comer minha pizza.

- Ai ai, eu to com sono - ela falou bocejando ja no final do filme e eu a encarei.

- Vamos dormir? - perguntei e ela assentiu.

Eu me levantei do sofá e fui em passos pequenos até o quarto. Tirei minha roupa ali mesmo e coloquei meu pijama, me deitando e me cobrindo em seguida. Billie logo chegou atrás e ficou só de camiseta e calcinha, ligando o aquecedor do quarto e se deitando ao meu lado.

Me posicionei pra dormir com ela me abraçando e fechei meus olhos, esperando ela o fazer. Quando ela passou o braço por cima da minha cintura eu arregalei os olhos na hora. Ela ta pegando no meu seio?

Eu me virei vagarosamente e fiquei de frente pra ela, que me encarava com os olhos intensos e a boca semiaberta. Eu tirei uma mexa de seu cabelo do rosto e colei nossos lábios sem nenhuma cerimônia. Diferente de todos os outros beijos que ja demos, esse tinha mais fogo, era mais intenso que todos os outros.

Eu a empurrei pra ficar de costas na cama e subi em cima da mesma, voltando a beijar seus lábios com fervor.

Ela colocou as mãos na barra da minha camiseta pra tirar a mesma de mim, e quando começou a subir na minha silhueta... Seu celular tocou.

- Não atende - praticamente implorei e ela suspirou.

- Pode ser importante. - ela disse me ajudando a sair do seu colo e me deixando sentada na cama enquanto eu encarava ela pegar o telefone e se dirigir pra fora do quarto.

- Oi Finneas - ela começou e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si.

Poxa Finneas, eu tava começando a gostar de você.

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KKKKKKKKKKKKK tchau, SÓ MAIS UM AMÉM ALELUIA

Obs: mudei de icon pois em breve entraremos em uma nova eraaaaa

KidnappedOnde histórias criam vida. Descubra agora