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BILLIE EILISH

6 anos atrás

Eu ouvi um barulho na tranca do meu quarto e bufei, sabendo o que viria pela frente. Em poucos segundos senti o cheiro de whisky e cigarro próximo a mim e suspirei esperando pela tortura de hoje.

- Querida, o papai chegou - ele afinou a voz pra falar comigo. Ele sempre fazia isso.

Eu me virei em sua direção e sorri amarelo pro mesmo. Eu não entendia o que tinha feito pra merecer essa merda.

Ele como de costume amarrou minhas mãos na cabeceira da cama e meus pés na ponta, me deixando completamente aberta pra ele. Ele pegou a tesoura e rasgou a camisola que eu usava, fazendo eu ficar totalmente nua.

O que se seguiu foi o que geralmente acontecia comigo todas as noites. Mas toda vez eu desligava. Era como se eu não visse mais nada, enxergasse mais nada, eu só ficava ali, parada, olhando pro teto enquanto ele penetrava em mim. Quando ele acabava, ele se jogava pro lado e ficava ali até estabilizar a respiração e enquanto isso, acariciava e chupava meus seios.

Quando ele terminou, ele me desmarrou e veio pra perto de mim com aquele sorriso nojento e aquele bafo porco dele.

- Você foi muito boazinha, meu amor - veio pra selar minha boca, mas eu virei minha cara com nojo, logo sentindo seus dedos apertarem ao redor do meu queixo me forçando a encara-lo - Eu ja te disse pra você se comportar. - e selou meus lábios forçadamente.

Assim que ele saiu de cima de mim ele foi em passos lentos até a porta e saiu do quarto. Eu comecei a tremer de ódio, sentindo as lágrimas começarem a molhar meu rosto. Eu não aguento mais essa merda. Não da. Desde os meus seis anos de idade. No início eu pensava ser brincadeira, mas conforme fui crescendo, entendi a merda que ele fazia comigo.

E a única pessoa que sabe sobre isso é o Baylor. Quando ele viu a primeira vez, espancou meu pai e falou pra ele nunca mais encostar um dedo em mim. Funcionou por algumas semanas, mas logo ele voltou a fazer tudo de novo.

Eu enxuguei meu rosto com ódio e peguei meu roupão no closet, colocando o mesmo sobre meu corpo. Peguei a arma escondida na minha escrivaninha e
sai do quarto em passos fortes. Assim que cheguei em seu escritório, ele tava sentado na cadeira atrás da mesa com um copo de whisky na mão e fumando seu cigarro. Quando me viu, abriu um sorriso instantâneo. Que nojo.

- Quer brincar mais, boneca? Deixa só o papai terminar aqui e eu ja vou com você. - sorriu e eu travei meu maxilar, tirando a arma do bolso do roupão e apontando pra ele enquanto destravava a mesma - O que você ta fazendo, Billie?

- Só quero brincar, papai - falei quase em um rosnado - De te mandar pro inferno, seu filho da puta - e apertei o gatilho, acertando bem no meio da sua testa.

Depois daquilo, minha cabeça pareceu girar e eu caí de joelhos no chão encarando o corpo sem vida daquele filho da puta que eu chamava de pai inanimado na cadeira. Eu não escutava nada pelo estrondo que o tiro deu na sala fechada, só um zumbido enquanto eu chorava aliviada.

- Billie - ouvi meu nome baixo e olhei pro lado ainda desnorteada - BILLIE! - ouvi o berro e me virei, vend Baylor com os olhos arregalados me encarando - Que merda você fez?

- Eu não aguentava mais - falei com a voz embargada e comecei a chorar - Eu não conseguia mais aguentar Baylor, desculpa, não dava - chorei mais alto e ele se abaixou na minha frente, segurando minhas mãos e me encarando nos olhos.

- Ele voltou a fazer, foi isso? - perguntou e eu assenti fraco - Então que se foda. Só que agora a gente precisa limpar essa bagunça, ok? Você me ajuda? - ele pediu com a voz baixa e eu assenti, me levantando junto com ele e indo até nosso pai - Segura nos pés que eu levo a cabeça. A gente vai ter que fazer ele sumir.

KidnappedOnde histórias criam vida. Descubra agora