Faziam cinco dias que eu e a Billie não nos falávamos. Finneas ja havia voltado pra cá, Baylor quando passava por mim, fazia piadas, e minha vida que eu pensei que iria melhorar sem ela, só piorou.
A realidade é que eu tento não ser impulsiva, mas é praticamente impossível. Eu acho que realmente tenho algum problema, porque não é possível. Tudo que me fez tomar no cu até hoje, foi por causa do meu impulso absurdo e minha falta de noção.
Nesse momento eu estava na cozinha, jantando. Eu e Offred conversávamos as vezes e eu tentava não me focar em outra coisa além daquele momento, porque se eu pensasse na Billie, eu com certeza ficaria triste.
Assim que terminei de comer, pedi licença pra ela e dei boa noite, já começando a ir em direção a sala de estar. Quando comecei a subir as escadas, ouvi o barulho da porta e olhei pra trás, vendo Billie e uma outra garota entrando. Billie segurava ela pela cintura e ria quando a menina falava alguma besteira. Eu fiquei ali estática, só encarando. Quando elas resolveram subir as escadas, a Billie simplesmente nem olhou na minha cara, e a menina até esbarrou em mim. Puta.
- Me desculpa, fofinha - a retardada falou pra mim e riu com a Billie, subindo as escadas em seguida e indo até a porra do quarto dela.
Eu bufei e subi as escadas com ódio, indo até meu quarto e batendo a porta. Tranquei a mesma e me deitei na cama encarando o teto. Não deu nem cinco minutos e eu comecei a ouvir gemido, a garota parecia uma autêntica cadela no cio de tanto que gritava. Billie anda transando com atriz pornô agora, é?
Eu bufei colocando o travesseiro em cima da minha cabeça e tentei dormir, torcendo pra conseguir tirar do meu pensamento a garota de cabelos coloridos e tentando ignorar o fato de que ela superou rápido até demais.
-...-
Ja faziam três dias desde a primeira vez que a Billie tinha trazido uma verdadeira PUTA pra cá, e todo dia ta vindo uma diferente. Quando eu penso que vou ter paz, eu to enganada. Isso começou a me deixar mais triste do que com raiva, ainda que a raiva estivesse muito presente em mim.
As últimas duas noites eu passei chorando enquanto ouvia os gemidos das cadelas no cio que ela come, foi a cena mais deprimente da minha vida, eu ouvindo a garota que eu gosto transando com um monte de vagabunda, e o pior, sabendo que isso era por minha causa. Pra ter idéia, eu tô até evitando de ir jantar pra não acabar dando de cara com ela e suas garotas.
Eu parei de ouvir os gemidos de repente e sequei meu rosto, estranhando que tenha sido tão cedo, ja que a menina chegou não faz nem meia hora. Eu agradeci mentalmente e me virei, tentando dormir. Ouvi um barulho na escada de alguém descendo rapido e de repente parou.
- Você é uma escrota, eu não deveria ter vindo aqui! - ouvi uma voz enjoada e fina, e deduzi ser da puta.
- Me desculpa, eu... - a fala dela foi interrompida num tapa na cara, e logo ouvi alguém descer as escadas de novo.
Comecei a ouvir como se alguém estivesse chutando ou socando a parede e me levantei devagar, destrancando a porta e olhando pra minha garota, que parecia estar transtornada.
- Problemas no paraíso? - perguntei sacana e ela me encarou com ódio.
- Não enche - praticamente rosnou e se virou pra ir ao seu quarto.
- Da próxima vez vê se pega uma que berre menos, por favor - falei alto e entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim. Em menos de dois segundos, a porta foi aberta com brutalidade e eu encarei a garota ali, me encarando igual o demônio.
- Você não tem direito de exigir nada, ta ouvindo? - falou alto enquanto chegava perto de mim - Se eu to trazendo puta pra essa porra, a culpa é sua!
- Uau, eu não sabia que eu tinha colocado uma arma na sua cabeça e dito "Ou você come puta, ou morre" - sorri cínica pra ela e ela virou a mão na minha cara. Continuei sorrindo apesar da dor, e la vamos nós de novo.
- Você terminou comigo, Darya. VOCÊ! - apontou o dedo na minha cara e eu ri.
- Ainda bem, né? Porque mesmo dizendo que gosta de mim, ainda me bate. Imagina se eu ficasse com você? - arqueei uma sobrancelha e ela quase rosnou de ódio, chutando o pé da cama em seguida.
- Você terminou comigo por medo, então você que se foda! - exclamou gesticulando com as mãos e eu revirei meus olhos.
- Então que merda você ta fazendo aqui? Se é eu que me foda, sai fora do meu quarto! - falei irritada.
- A casa é minha, se eu quiser eu não saio! - exclamou de novo e cruzou os braços.
- Pois então não saia, caguei - me deitei de novo e virei pro lado - Boa noite. - murmurei e fechei os olhos. Fiquei sentindo o olhar dela queimar sobre mim, até que, provavelmente ela se irritou e fez eu me virar pra ela, segurando meus braços e me encarando com ódio.
- Você é uma filha da puta, sabia? - praticamente rosnou próximo ao meu rosto.
- Pelo menos nós temos algo em comum - falei baixo encarando seus olhos e ela me soltou, saindo de perto de mim.
- Eu espero que você se foda, Darya. - murmurou com raiva e foi até a porta.
- Vou procurar alguém pra me foder então - falei a encarando e ela me olhou com ódio, saindo do quarto e batendo a porta.
Eu realmente não conseguia entender todo esse ódio que ela tava sentindo por mim, ela mesma queria que eu me afastasse por conta do irmão maníaco que ela tem, ai quando eu peço pra ela se afastar, ela vem dar uma de louca pra cima de mim? Não é assim que funciona não.
Eu bufei me sentando na cama e começando a encarar a parede a minha frente. Tinha perdido qualquer pingo de sono. Eu decidi ir até a cozinha pra pegar algo pra comer.
Sai do quarto e desci as escadas correndo, assim que cheguei na sala, percebi que ela tava toda escura, mas mesmo assim tinha alguém ali. E eu reconheci por ser a Billie. Ela segurava uma foto nas mãos, enquanto encarava a mesma.
- Por que você teve que ir embora, em? Eu sinto tanto a sua falta. - ouvi ela falar com a voz embargada. - Eu pensei estar conhecendo outra garota igual você, mas ela não é. Ela não foi como você, ela ficou com medo do Baylor e me largou - riu sem graça - Mas talvez ela tenha razão. Talvez você devesse ter feito isso também. - suspirou - Eu acho que o que me resta é acabar sozinha mesmo, tudo isso por causa do meu próprio irmão. - e beijou a foto em suas mãos.
Eu engoli em seco e entrei numa batalha interna de se eu deveria ou não ir ali e conversar com ela, mas achei melhor não. Ainda mais por causa da nossa discussão a pouco. Eu suspirei baixo e subi as escadas de novo em passos leves, até chegar ao meu quarto. Assim que cheguei, entrei no mesmo e me tranquei la dentro, me jogando na minha cama e olhando o teto em seguida.
Agora eu entendo. Entendo porque ela ta trazendo um monte de puta pra cá, porque ela ta fingindo que eu não existo, porque ela se estressou tanto. Ela ta magoada comigo, com o irmão, com toda a situação dela. E, querendo ou não, é minha responsabilidade consertar isso. E eu só espero que, se eu conseguir arrumar a zona que eu fiz, eu comece a pensar antes de fazer as merdas que faço.
__________________
EU NÃO POSTEI O TERCEIRO ONTEM porque eu postei da outra fic ok. Não me odeiem. Amo vcs, até depois.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Kidnapped
FanfictionVocê ja parou pra pensar como sua vida pode mudar em questão de minutos? Ou como uma decisão pode mudar todo o curso da sua história? Hoje eu fico pensando: e se eu tivesse dito não? Se eu tivesse simplesmente recusado e seguido com a minha vida? Eu...