Capítulo 2

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Foi com surpresa que recebi o convite para ir à festa de comemoração da formatura. Como toda adolescente, fiquei deslumbrada por Flávio ter me chamado.

Ele era lindo. Já tinha dezoito anos, seus olhos verdes eram hipnotizantes e foi tão simpático que eu não pude e nem quis negar.

Contei a minha mãe que concordou na hora, pois eu sempre fui responsável e se animou porque se dizia triste por não me ver com amigos da minha idade.

Se esforçou mais naquela semana e se deu ao luxo de me presentear com um vestido novo para o evento.

Passei aquela semana nas nuvens, idealizei cada detalhe da noite. Desde Flávio me buscando em casa dizendo o quanto eu estava linda, até a primeira dança na festa e enfim... meu primeiro beijo.

As provas já haviam terminado e como previsto, estava aprovada e com ensino médio concluído. Havia ainda um mês pela frente antes do vestibular.

Então, fantasiar sobre essa festa, era o que tomava conta dos meus dias.

Infelizmente, não foi nada daquilo que eu estava esperando...

Depois do convite, não conversei mais com Flávio. Ele ficava com sua turma de amigos e vez ou outra, quando eu passava por eles, ouvia alguns cochichos e risadas.

Não tinha ideia sobre o que falavam, então não dava importância nenhuma. No último dia de aula que ele veio até mim para marcar o horário que me buscaria.

Como combinado, ele apareceu pontualmente, foi super educado com minha mãe e fomos em silêncio no seu carro até o lugar da festa.

Foi um dia inteiro me preparando. Me dediquei a minha aparência cuidadosamente. Não tinha como ir a um salão, e fiz o que pude em casa.

Cabelo hidratado com máscaras caseiras, unhas pintadas, uma leve maquiagem. Tudo o que eu tinha direito para minha primeira festa e para agradar ao meu "príncipe encantado", já que eu tinha certeza que ele estava interessado em mim.

Afinal, foi por isso que havia me convidado, certo?

ERRADO

Quando chegamos na festa, o lugar estava lotado. Era uma casa enorme e praticamente todos os alunos das três turmas de terceiro ano estavam ali. Flávio me alcançou um copo de bebida e me puxou para sentar num sofá.

Depois de apenas cinco minutos, saiu dizendo que ia pegar uma bebida pra si e sumiu.

Já havia bebido mais da metade daquele copo com um líquido de gosto amargo e não conseguia engolir sem fazer uma careta. As pessoas dançavam no meio da sala escura e com jogo de luzes coloridas.

Percebi minha visão meio turva e um leve mal estar me acercava, uma tontura fazia tudo girar em minha volta causada pela mistura do álcool com o estômago vazio.

Vi meu "acompanhante" conversando com seu grupo de amigos e perdi a noção de quanto tempo estava sentada sozinha ali. Minha vontade era de ir embora, mas infelizmente, dependia dele para me levar de volta.

Não sei se foi pela insistência de encará-lo, mas de repente Flávio se vira em minha direção e o vejo cochichando algo no ouvido do seu amigo. Eles cruzam o ante-braço, numa espécie de cumprimento e finalmente parece que terei um pouco de atenção.

Nunca vou esquecer dos seus olhos enquanto vinha em minha direção. Na hora não consegui decifrar mas me deixou muito apreensiva, era um olhar malicioso e muito determinado.

Assim que chegou na minha frente, estendeu a mão para eu acompanhá-lo. Me levou até um quarto no andar de cima, trancou a porta e sem nenhuma palavra começou a me beijar.

Seu beijo é bruto, sua boca é firme e sua língua invade minha boca rígida. Não há nenhum sinal da suavidade no toque como eu havia sonhado.

Fechei meus olhos e me deixei levar, só pensei que finalmente estava dando meu primeiro beijo.

Achei que ia gostar mais, que seria mais delicado, que teria "borboletas voando" pelo estômago, mas...não.

Também nunca havia trocado experiências com amigas para ter alguma comparação se poderia ser diferente.

"Talvez com o tempo melhore." Pensei.

Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora