Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)

Capítulo 10

- Meu Deus que vergonha!!! Desculpa Sr. Arthur eu não sabia que estava acordado.

Ele continua se aproximando lentamente em silêncio e não tira seus olhos dos meus que nem piscam de apreensão.

Sinto que a temperatura aumentou uns dez graus naquela cozinha, trazendo um calor muito sufocante e o ar parecia tão denso que não chegava até meus pulmões. 

Ele chega tão perto a ponto de me encurralar no balcão da pia, colocando um braço de cada lado do meu corpo.

Sem desviar os olhos do meu rosto, ele pegou meu fone pra se certificar do que eu estava ouvindo.

Sua voz sai num tom rouco quando pergunta:

- Beyoncé? O que a faz estar radiante como uma adolescente mo meio da minha cozinha?

Seu hálito tinha cheiro de menta e sua proximidade me deixou desnorteada e muda. Sinceramente, não sabia realmente o que responder a essa pergunta.

De repente ele se vira e enxerga o vaso de flores em cima da mesa. Seu semblante fecha na hora e seu tom de voz se torna ríspido quando questiona:

- Ganhou flores, está cantando e dançando ... Algum namorado novo D. Júlia?

Engulo em seco e aspiro o ar profundamente para ter forças de respondê-lo:

- Honestamente, não acredito que minha vida pessoal lhe diga respeito.

Como de costume, Sr. Arthur se demonstra irritado. Sem encostar em mim, mas tão próximo como se o tivesse fazendo, me desconcertando com o peito nu na altura dos meus olhos.

Ele baixa a cabeça até chegar com os lábios perto do meu ouvido, o que faz um arrepio percorrer todo o meu corpo e diz:

- Diz respeito, se estiver trazendo alguém pra dentro da minha casa.

Acho um absurdo essa insinuação e retruco indignada:

- Eu jamais faria isso!!!

Nesse momento, Miguel abre a porta e o Sr. Arthur dá um longo passo pra trás se afastando imediatamente de mim.

Na hora, minhas pernas amolecem e aperto a bancada com força para sustentar em pé o peso do meu corpo.

Minha respiração está ofegante e sinto falta do calor de sua proximidade. Como isso é possível?!

Miguel em sua inocência não repara nada de estranho. Se aproxima pra me cumprimentar com um beijo, dá bom dia ao meu patrão e recebe um meio sorriso e um afago na sua cabeça, espalhando seus cabelos em resposta. 

Sr. Arthur olha pro meu filho com uma certa admiração que me chama a atenção. Me pergunto quando isso aconteceu já que se referia a ele de uma maneira totalmente diferente.

Miguel se retira rapidamente em direção ao quartinho como havia sido instruído.

Assim que ficamos a sós novamente, seu olhar retornou pra mim. Sr. Arthur aparentou ficar ainda mais irritado e antes de sair da cozinha ainda rosna:

-Da próxima vez, tente controlar seus ... ímpetos. Minha casa não é salão de dança, existe lugar certo pra isso.

E simplesmente sai.

Eu queria gritar de tanta raiva. Esse homem é um cretino, eu detesto ele!

Mas por que Santo Deus, o meu corpo tem que reagir dessa maneira, toda vez que ele chega perto de mim? 

Eu me odeio mais ainda por isso.

Solto um suspiro de frustração e retorno ao preparo do almoço.