Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)

Capítulo 33

Não me deixo intimidar. 

No que diz respeito a educação do meu filho, nunca dei a ninguém o direito de intervir.

Ainda muito irritada, respondo a altura:

- Quem você pensa que é pra contradizer algo que eu disse a meu filho?!! Não pode ir contra uma determinação minha, isso eu não permito!!

Digo isso com o dedo em riste.

 Ele vocifera:

- Você está sendo ridícula! O que aconteceu com o que conversamos ontem??!! Eu me abri pra você. Está de brincadeira comigo por acaso? Que mal tem o garoto ir comigo até minha empresa, conhecer meu trabalho? Ainda mais para uma atividade de escola. Não vê que é mais uma chance de nos aproximarmos?

Sinto uma pressão em minha cabeça e estou tão furiosa que não controlo as palavras que saem da minha boca:

- O problema é que ele está se referindo a você como se fosse o pai dele. Cada vez se ilude mais e isso não está certo!

Arthur passa as mãos na cabeça exasperado, como se estivesse lutando para não perder mais a paciência.

- Júlia, isso é maravilhoso! O garoto gosta de mim e eu gosto dele, já é meio caminho andado para nós dois. O que é ? Está com ciúmes que ele tenha mais alguém pra se espelhar além de você?

Essas palavras duras me deixam ainda mais indignada.

Minha mente atormentada, me levava a crer que ele queria entrar em uma disputa em relação a atenção de Miguel. O que falei em seguida, saiu num impulso e foi totalmente sem pensar.

- Não diga besteiras Arthur. Miguel não tem que se espelhar em você que não é nada dele!

Me arrependo na hora em que vejo seus olhos se arregalarem surpresos pela minha declaração. Ele fica pálido e uma profunda sombra de mágoa cobre seu olhar.

 Como Arthur é orgulhoso, se recompõe rapidamente. Porém o tom frio que usa pra se dirigir a mim, é mais cortante que o fio de uma navalha:

- Júlia, eu nunca corri atrás de mulher nenhuma e não vou começar por você. Já fui bem claro nas minhas intenções e isso abrange tudo o que envolve as crianças. Sou capaz de respeitar sua vontade em não querer contar sobre nós a elas por enquanto, mas não vou aceitar ser excluído de suas vidas. Agora é você quem tem que decidir o que realmente almeja para sua vida e pra nós. Assim que chegar a uma conclusão, me procure para termos uma conversa como adultos. É a segunda vez que você desfaz de mim depois de passarmos por bons momentos juntos. Vou repetir pra você entender melhor: Não sou um moleque e também não estou disposto a ser seu capacho!

Dito isso, ele vira as costas e bate a porta com força ao sair. 

Ao me ver finalmente sozinha, desmorono.

 Agora, sem mais a necessidade de esconder as lágrimas que tanto lutei para segurar até aqui.

Deixo o pranto rolar sem pensar em nada por alguns momentos, apenas aliviando todo o desgaste que essa situação me causou.

Nesse instante, não consigo articular as ideias ou pensar se estou certa ou errada. Quero apenas deixar as lágrimas fluírem livremente, como se fossem capazes de levar embora todos os problemas, frustrações e ansiedades as quais tenho que lidar inadiavelmente...