Bato na porta e o encontro sentado em sua poltrona, com um copo de whisky na mão. Seu olhar é triste e exausto.
- Onde estão as crianças?
Respondo com a voz insegura:
- Estão brincando no quarto.
Sr. Arthur puxa os cabelos com força pra trás e percebo uma raiva latente nesse gesto. A pergunta sai num tom bruto e não permite rodeios:
- É ele não é? Flávio é o pai do menino?
Fecho os olhos e cerro os punhos. Sinto como se um punhal atravessasse meu peito e a resposta sai quase num lamento:
- Sim...
Ele dá um tapa na mesa e eu pulo de susto.
- Ele sabe?
Apenas balanço a cabeça em negação e abraço a mim mesma em forma de auto-proteção.
Sr. Arthur eleva a voz. Não o suficiente para que as crianças pudessem ouvir-nos, mas sim o bastante para me abalar. Ele despeja em tom acusativo:
- Eu perguntei D. Júlia se teríamos problemas nesse sentido quando começou a trabalhar pra mim. Você me disse com todas as letras que não.
Continua com seu discurso me acoando:
- E agora tenho que lidar com um filho da puta, do qual não posso me livrar porque já assinei um contrato, se gabando na sala da minha casa, dizendo que dormia com a minha empregada e relatando o quanto ela é gostosa.
Ele vai aumentando o tom de voz até quase gritar e eu me encolho ainda mais. Abro a boca sem pensar e o que sai é:
- Uma vez...
Ele pisca atordoado e pede uma explicação:
- O quê?
Eu respondo seca, engolindo todas as minhas emoções. Não tenho mais nada a perder já que pretendo ir embora dali.
- Foi uma única vez, tinha dezesseis anos e eu só queria me sentir uma adolescente normal. Só não foi a pior coisa que me aconteceu, porque meu filho é definitivamente a coisa mais sagrada que tenho. Quando o encontrei e falei que estava grávida, ele me tratou como um lixo, me ameaçou e ainda mandou eu abortar. Depois disso, nunca mais nenhum homem encostou a mão em mim...antes de você. De qualquer forma, isso não será um problema seu, pois hoje mesmo vou embora com Miguel. O senhor não precisará se incomodar com os dilemas de sua empregada e seu filho bastardo. E também não posso correr o risco do meu filho saber quem é o traste do pai dele.
Viro em direção a saída mas sou puxada pelo pulso com tanta força, que me faz girar e bater de encontro ao peito de Arthur. Preciso levantar a cabeça para poder encará-lo.
- Vocês não vão a lugar nenhum!
Seu tom é imperativo e sinto seu hálito de bebida. É totalmente involuntário, mas meu corpo todo reage num arrepio, por essa proximidade.
Ele pressiona o corpo no meu e vai andando, até que eu sinta as costas na parede. Prende minhas mãos acima da cabeça e se aproxima perigosamente.
Afunda a cabeça no meu pescoço e aspira forte, me cheirando. Então fala com a boca colada no meu ouvido antes de envolvê-lo e brincar com o lóbulo, dando uma mordida de leve:
- Não consigo definir qual sentimento está me dominando nesse momento Júlia. Se o ódio daquele infeliz ter tocado em você e ainda por cima ser o pai daquele garoto espetacular ou se fico envaidecido por ser o único que te teve depois disso.
Não sei o que pensar dessa declaração. Sinto meus pensamentos perdidos em algum lugar entre fazer ele se afastar ou seguir minha vontade de me entregar a meu chefe, ao menos uma vez antes de partir.
Esse homem mexe com todas as minhas estruturas...Uma das mãos que me prendem, vem escorregando pelo meu braço suspenso, passa pelo meus pescoço e pára no meus seio, onde se demora brincando com meus mamilos, trazendo um prazer quase dolorido.
Solto um gemido alto enquanto sua boca deixa um rastro de beijos em meu rosto e pescoço. Já me sinto inebriada com o calor do seu corpo. Quero tocá-lo também para que sinta prazer com meus carinhos.
Sinto seu arfar quando ele desce a mão até minha coxa e levanta a barra do vestido para chegar até minha intimidade, pulsante e molhada. Prendo minha perna em volta da sua cintura e o aperto voraz em minha coxa com certeza vai deixar alguma marca em minha pele branca.
Mas nesse instante, a única coisa que sinto é prazer e vontade de retribuir. Consigo desvencilhar minhas mãos afundando em sua nuca e cabelos,o puxando para um beijo aflito de desejo.
Enquanto me acaricia, movendo sua mão pra cima e pra baixo e pressionando meu clitóris com sua palma, Arthur geme:
- Me diz Júlia...Ele fazia você se sentir assim? Você gozou na mão dele, como fez comigo outro dia?
Quase perco o controle com suas palavras, puxo forte seu cabelo e aperto minha perna em volta de sua cintura, o puxando pra mais perto de mim, pedindo mais.
Sua boca aprisiona a minha. Nosso beijo é febril, as línguas travam uma batalha de buscas e encontros, idas e vindas.
Sinto seus dedos me penetrarem e é uma sensação indescritível. Meu quadril se força pra frente e se movimenta veloz. Com uma audácia que não me pertencia, desço minha mão até seu membro por cima das calças e o aperto, sentindo, tateando, quero libertá-lo.
Desejo experimentá-lo em minhas mãos. Quente, vibrando...tenho vontade de saber como é senti-lo em minha boca. São tantas coisas que desperta em mim e se pudesse, faria tudo com ele...só com ele.
Atiro a cabeça pra trás em êxtase quando o ouço:
- Puta que pariu Júlia, que tesão.
Achava que esse tipo de comentários na hora do sexo, era vulgar. Mas por Deus, elevava minha adrenalina a ponto de quase perder meus sentidos. Não seguro os gemidos que escapam da minha boca.
Levo um tempo para entender que de repente tudo parou.
Quando abro os olhos, vejo que suas mãos estão espalmadas na parede, atrás de mim. Ele cola sua testa na minha e de olhos fechados, tenta controlar a respiração entrecortada. Puxa o ar com força, eu não quero que ele pare.
Tento beijá-lo mas ele apenas prende meus lábios entre os dentes. Respirando fundo uma vez, ele diz:
- Preciso sair daqui antes que seja tarde...isso não pode acontecer.
Então dessa vez, ele é quem sai da sala batendo a porta com força me deixando com a frustração do desejo não saciado.
Meninas o capítulo saiu um pouquinho maior mas foi por uma causa justa kkk. Obrigada por estarem acompanhando e comentando. Por isso me esforço para não demorar com os capítulos. Até quando será que esses dois vão resistir hein?? kkkk
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Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)
RomanceJúlia teve todos os seus sonhos interrompidos por conta de uma gravidez na adolescência.Sem ter onde morar com seu filho, ela vai trabalhar na casa de Arthur. Um homem pedante que deixa claro que despreza a sua origem humilde e não suporta crianças...