Como prometido, Miguel pode utilizar o transporte escolar para continuar estudando. O trabalho era cansativo mas estava me rendendo uma boa economia, já que minhas despesas estavam sendo poucas.
O meu objetivo de mudar daquela casa, ainda estava bem distante. Porém, tomei uma decisão que poderia me render muitos frutos no futuro, voltei a estudar.
Consegui uma bolsa de estudos eu uma faculdade através de um processo de seleção. Estudava na modalidade de ensino à distância e me esforçava muito para dar andamento ao tão sonhado curso de administração.
Mais adiante, poderia dar início a minha carreira estagiando em alguma grande empresa.
Sr. Arthur parava muito pouco em casa. Passava dias viajando e mesmo quando não estava, passava muitas noites fora.
Quando nos encontrávamos, me dirigia apenas algumas palavras sobre a rotina doméstica ou orientações sobre as roupas que levaria na mala.
Já com Miguel, me surpreendia sua aproximação. Sempre perguntava interessado sobre alguma coisa da escola.
Numa das noites que passou fora, ao recolher suas roupas no quarto enquanto ele dormia, encontrei marcas de batom em sua camisa.
Não sei por qual motivo, senti um aperto no peito e o olhei com raiva. Não imaginava que ele era "esse tipo de homem."
Ele dormia de bruços em sua cama, vestindo apenas uma cueca box preta.
Percorri o olhar em suas pernas bronzeadas esticadas sobre o lençol, cobertas de pelinhos dourados, sua bunda redondinha preenchia a peça justa que a cobria.
As costas eram largas e seus braços estavam dobrados em baixo do travesseiro, destacando assim os músculos de seus bíceps.
Seu semblante estava relaxado no sono e ele era realmente muito...muito bonito.
Percebi que estava mordendo meu lábio inferior enquanto o analisava e por um momento, parece que esqueci que precisava de ar para sobreviver.
Me sobressalto com seu movimento na cama e me apresso em sair dali, com medo que ele acorde e me pegue o devorando com os olhos.
Enquanto esfrego aquela bendita marca em sua camisa, fico imaginando como deve ter sido sua noite.
Como será que ele era na intimidade, seus toques eram gentis ou pesados? Pela sua postura máscula, acredito que sua pegada era dura e forte.
Uma inquietação involuntária do meu corpo me remete calor a uma parte do meu corpo que nunca reagira dessa maneira, me fazendo contrair as pernas inconscientemente.
Aquieto meus pensamentos libidinosos ao lembrar quem realmente é meu patrão.
" De que adianta ser tão bonito, se é arrogante e se acha tão superior? As mulheres que ficam com ele devem ser todas do mesmo estilo."
Desço ao mercado para providenciar itens para o almoço e ao passar em frente a uma floricultura, acabo comprando um ramalhete de girassóis que são minhas flores favoritas.
Aquela casa é muito cinza, precisa de uma cor. Coloco-as num vaso no centro da mesa da cozinha.
É ali que fico a noite assistindo as aulas com o meu celular e cadernos, para que a luz não incomode o sono de Miguel.
Estou de costas, concentrada no preparo do almoço e ouvindo música alta com meus fones de ouvido. Está tocando uma música da Beyoncé que eu adoro.
Não resisto e começo a cantarolar e, enquanto pico os tomates, começo a balançar meus quadris de um lado pro outro, rebolando conforme o ritmo da música.
Em determinado momento no embalo do refrão, desço girando os quadris até o chão e subo novamente. Quando me viro dou de cara com o Sr. Arthur escorado no batente da porta, vestindo apenas uma calça fina e sem camisa.
Seus braços estavam cruzados sobre o peito, e ele me observava com um olhar que era uma mistura de espanto, divertimento e... desejo?
Dou um pulo com o susto. Meu coração sofre uma taquicardia e me obrigo a colocar a mão no peito como se pudesse segurá-lo no lugar. O meu rosto fica exatamente da cor do tomate que eu estava picando.
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Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)
RomansaJúlia teve todos os seus sonhos interrompidos por conta de uma gravidez na adolescência.Sem ter onde morar com seu filho, ela vai trabalhar na casa de Arthur. Um homem pedante que deixa claro que despreza a sua origem humilde e não suporta crianças...