Capítulo 42

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Ele silencia e sinto sua ansiedade.  

Percebo que é a minha vez de retribuir a confiança que ele me depositou.

Acabo contando todos os meus receios, meus pensamentos, minha batalha interna durante a semana, minha insegurança por nossa desigualdade, minhas preocupações em relação a Miguel e como me senti pressionada.

Arthur não me interrompe, ouve atentamente, analisando cada palavra dita. Todas elas carregadas dos meus medos mas também, repletas de sinceridade.

Ele respira fundo e contrapõe:

- Entendo como é difícil pra você confiar em alguém depois de tudo que passou Júlia. Pra mim também foi complicado, mas aqui estamos nós. Estes últimos dias pra mim também foram uma merda. Por isso, resolvi dar minha última cartada e contar tudo pra você. Quanto ao Miguel, não enxergue nossa convivência como uma disputa de autoridade, essa jamais vai ser minha intenção. Veja como uma divisão de atenção, carinho e responsabilidades. Lisa também precisa de nós dois. Eles já são como dois irmãos. Com eles tudo é tão simples, nós adultos é que complicamos as coisas. Já vimos que temos diferenças e podemos  contorná-las...juntos. Também já vimos o quanto somos compatíveis...

Ele diz isso, deslizando a ponta dos dedos no meu braço, depois subindo até a nuca e deposita um beijo no meu pescoço, me causando um forte arrepio. Meu mamilos ficam entumecidos sob o tecido da blusa fina. 

Arthur dá um sorriso presunçoso e completa:

- Vê?! É necessário apenas um toque...assim como é comigo. Tenho certeza, que isso não acontece com qualquer pessoa.

Oh céus, isso tudo não tem condições de ser ignorado.

 Como posso simplesmente me afastar e esquecer tudo o que sinto?

Uma pontada de esperança toma conta do meu coração...

Poderíamos fazer dar certo...não poderíamos?

Como saber, se não tentar?

No final, somos duas pessoas quebradas, tentando nos reerguer...

Por que não nos apoiarmos um no outro?

Contando um com o outro...Juntos?

Minha cabeça gira com o excesso de informações. Não consigo elaborar minhas ideias ou juntar as palavras para trazer o conforto que tanto Arthur, quanto eu precisamos.

O silêncio acaba ficando incômodo quando ele percebe que não sou capaz de alcançar suas expectativas nesse momento, devido ao meu estado meio atônito.

Eu simplesmente não consigo agir no seu tempo, talvez isso o  decepcione um pouco.

Arthur fica em pé, estende sua mão, a qual pego de bom grado e me puxa até ficar de frente pra ele. Prende algumas mechas do meu cabelo atrás das orelhas e fala:

- Vou dar um tempo pra você, sei que é muita coisa pra pensar. Também preciso de um pouco de tempo para me restabelecer. Criei uma perspectiva muito grande pra nós e quando tiver sua resposta Júlia, se me aceitar...quero você por inteira. Sem mais dúvidas, sem mais restrições ou receios. Não sou capaz de aceitar menos que isso.  Só...por favor...não me torture por muito tempo.

A vontade que eu tenho é de me atirar em seus braços e gritar SIM!!!

Quero tudo o que está me oferecendo!!

Mas não posso ser impulsiva e me arrepender mais tarde.

Sua intimação para uma resposta definitiva, me amedronta.

Esse tempo oferecido para eu colocar a cabeça no lugar, é mais que bem-vindo.

Me aproximo mais, envolvo sua cintura com meus braços e descanso minha cabeça em seu peito, ouvindo as batidas cadenciadas do seu coração.

Ele me abraça forte e cerro meus olhos inebriada com a sensação.

Recebo um beijo terno no topo da minha cabeça e digo num tom baixo:

- Obrigada.

Ele sorri, pega minha mão e vamos em direção a casa.

- Vem, vamos entrar que está tarde e muito frio.

Eu o acompanho, sentindo meu coração uma tonelada mais leve.

Por favor meninas, não deixem de comentar o que estão achando.

Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora