Capítulo 47

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Arthur

Meu corpo, que estava totalmente relaxado, tensiona na hora em que ouvi essas palavras.

"Quero que fiquemos juntos."

Era tudo o que eu queria ouvir. Mas ao mesmo tempo, me causa uma apreensão sufocante, porque não sei ainda quais serão seus termos.

Respiro fundo e mesmo com medo da resposta, decido perguntar:

- Ok...e o que isso significa exatamente pra você?

Júlia me direciona um olhar preocupado.

- Como assim?

Inquieto, levanto da cama catando minha cueca do chão, visto a bermuda e jogo uma camiseta pra ela que a segura com insegurança.

Apesar de nervoso, esclareço para tranquilizá-la:

- Esse é um assunto muito sério Júlia. Não devemos iniciá-lo pelados, pois com certeza, iríamos nos distrair.

Ela assente em silêncio e se veste. Sento ao seu lado e seguro suas mãos entre as minhas.

Inicio o meu discurso com muito medo do desfecho dessa conversa:

- O que eu quero saber Júlia, é o que "ficarmos juntos" significa pra você.  Pra mim, significa dividirmos a mesma casa e a mesma cama. Conpartilharmos nossas crianças, as alegrias e as responsabilidades. Enfrentarmos juntos todos os problemas e adversidades que surgirem. Eu já fui bem claro, me abri totalmente e estou disposto a ser seu por inteiro. Da mesma forma, quero você inteira pra mim. Não desejo um amor fragmentado, não sou capaz de aceitar isso. Me desculpe a sinceridade, mas não percebo em  você, essa mesma confiança.

Ela me olha, claramente afetada com minhas palavras e tenho certeza, que não esperava essa atitude minha.

- Mas Arthur, as crianças...

Eu a interrompo, pois esse é um assunto repetido e já debatido, não tem porquê ir adiante nisso.

Meu coração está disparado e minhas mãos trêmulas.

Puta que pariu, nunca achei que passaria por isso novamente.

É indisfarçável a mágoa e a frustração que sinto ao perceber, que apesar de tudo o que conversamos, ela não se sente segura comigo.

Sinto minhas esperanças se esvairem. Trazê-la aqui e revelar meu passado, foi minha última tentativa de conquistar um lugar na vida dessa mulher.

- Júlia, não vou suportar ter que te encontrar às escondidas. Não quero ter que disfarçar na frente das crianças ou de me privar de te tocar quando sentir vontade. Além disso, se  algum dia fôssemos pegos no flagra, elas se sentiriam enganadas. Já pensou nisso? Eu falei pra você que se me aceitasse, seria sem restrições. Então...por mais que me doa sua rejeição, esta decisão é somente sua.

Seus olhos estão marejados, a pontinha do nariz vermelho e seus lábios trêmulos.

Isso desperta em mim um instinto protetor, uma vontade de acolher essa mulher em meus braços e tirar toda a sua dor.

Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora