Arthur arregala os olhos surpreendido pela minha atitude.
- Mas...o quê?...
Aproveito a força que tive para me afastar e decido falar tudo de uma vez. Com o dedo em riste, despejo tentando manter minha voz firme, apesar de sentir meu corpo inteiro tremer.
- Olha aqui Sr. Arthur, eu sei muito bem meu lugar nessa casa e tenho certeza que no contrato que assinei, não me atribuía satisfazer suas necessidades sexuais. Portanto, se é isso que espera de mim, eu peço que me dispense agora pois não trabalharei mais aqui!
Ele pisca perplexo e tenta se aproximar de mim.
- Não é nada disso, eu...
Me afasto mais ainda e o interrompo:
- Não sei que tipo de mulher o senhor é acostumado a lidar, mas posso garantir que não sou como possa estar imaginando.
Ele trava no lugar, aquela frieza no olhar está de volta e retruca com desdém:
- Ora, não me venha bancar a puritana agora D. Júlia. Estou certo de que não imaginei a senhora retribuindo muito bem aos meus avanços e além disso, gostando... e muito. E com certeza, seu filho não foi gerado pelo Espírito Santo.
Uma súbita raiva toma conta de mim, pelo orgulho ferido dele me jogar na cara o quanto fui receptiva aos seus "avanços".
Mas o pior foi ele ter tocado no nome do meu filho, mais uma vez julgando meu caráter pelo fato de ter sido mãe cedo.
Levanto a mão com a intenção de esbofetear seu rosto, mas ele é mais rápido e segura meu pulso que fica parado no ar.
Seus olhos soltam faíscas de ódio quando fala entredentes:
- Jamais tente fazer isso novamente, ouviu?
Me desvencilho dele num puxão, com lágrimas nos olhos de raiva, mágoa, vergonha e frustração.
Tudo isso misturado, faz com que eu me sinta a mesma menina acoada, medrosa e humilhada, como quando contei ao Flávio sobre minha gravidez naquela praça.
- Nunca mais use o nome do meu filho para tentar me ofender. Ele é a coisa mais pura e importante da minha vida. É por ele e pra ele que eu vivo. E principalmente por isso, que me preservo e me dou ao respeito. E mesmo assim sou julgada a cada instante como se tivesse cometido o maior pecado do mundo. Pois acredite Sr. Arthur, nunca me arrependi e jamais me arrependerei de ser mãe que é melhor parte de mim. Se o senhor não é capaz de entender e respeitar isso, sinceramente não posso permanecer aqui.
Observei que seu olhar suavizou enquanto ouvia eu falar sobre meu filho e pareceu até que havia se arrependido do que disse.
Passou suas mãos pelos cabelos, puxando eles pra trás e suspirou, baixando o olhar. Mas seu tom foi duro e frio quando falou:
- Quer saber de uma coisa? Dane-se!! Não se preocupe que não vou encostar mais nenhum dedo na senhora daqui por diante. Não há a necessidade de ser dispensada. Leve a menina às compras que vou providenciar uma escola.
Dito isso, virou as costas e me deixou ali tentando me recompor enquanto as lágrimas deslizavam sobre meu rosto sem que eu conseguisse segurá-las.
Assim que me recuperei, fui atender a Lisa e quando saímos, pude me distrair um pouco com sua doçura e graciosidade.
Pessoal por favor, não esqueçam de deixar seus votinhos e comentários que é isso que nos incentiva continuar a escrever. Beijos no coração.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)
RomansaJúlia teve todos os seus sonhos interrompidos por conta de uma gravidez na adolescência.Sem ter onde morar com seu filho, ela vai trabalhar na casa de Arthur. Um homem pedante que deixa claro que despreza a sua origem humilde e não suporta crianças...