Capítulo 16

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Arthur arregala os olhos surpreendido pela minha atitude. 

- Mas...o quê?...

Aproveito a força que tive para me afastar e decido falar tudo de uma vez. Com o dedo em riste, despejo tentando manter minha voz firme, apesar de sentir meu corpo inteiro tremer.

- Olha aqui Sr. Arthur, eu sei muito bem meu lugar nessa casa e tenho certeza que no contrato que assinei, não me atribuía satisfazer suas necessidades sexuais. Portanto, se é isso que espera de mim, eu peço que me dispense agora pois não trabalharei mais aqui!

Ele pisca perplexo e tenta se aproximar de mim. 

- Não é nada disso, eu...

Me afasto mais ainda e o interrompo:

- Não sei que tipo de mulher o senhor é acostumado a lidar, mas posso garantir que não sou como possa estar imaginando.

Ele trava no lugar, aquela frieza no olhar está de volta e retruca com desdém:

- Ora, não me venha bancar a puritana agora D. Júlia. Estou certo de que não imaginei a senhora retribuindo muito bem aos meus avanços e além disso, gostando... e muito. E com certeza, seu filho não foi gerado pelo Espírito Santo.

Uma súbita raiva toma conta de mim, pelo orgulho ferido dele me jogar na cara o quanto fui receptiva aos seus "avanços".

Mas o pior foi ele ter tocado no nome do meu filho, mais uma vez julgando meu caráter pelo fato de ter sido mãe cedo.

Levanto a mão com a intenção de esbofetear seu rosto, mas ele é mais rápido e segura meu pulso que fica parado no ar.

Seus olhos soltam faíscas de ódio quando fala entredentes:

- Jamais tente fazer isso novamente, ouviu?

Me desvencilho dele num puxão, com lágrimas nos olhos de raiva, mágoa, vergonha e frustração.

Tudo isso misturado, faz com que eu me sinta a mesma menina acoada, medrosa e humilhada, como quando contei ao Flávio sobre minha gravidez naquela praça.

- Nunca mais use o nome do meu filho para tentar me ofender. Ele é a coisa mais pura e importante da minha vida. É por ele e pra ele que eu vivo. E principalmente por isso, que me preservo e me dou ao respeito. E mesmo assim sou julgada a cada instante como se tivesse cometido o maior pecado do mundo. Pois acredite Sr. Arthur, nunca me arrependi e jamais me arrependerei de ser mãe que é  melhor parte de mim. Se o senhor não é capaz de entender e respeitar isso, sinceramente não posso permanecer aqui.

Observei que seu olhar suavizou enquanto ouvia eu falar sobre meu filho e pareceu até que havia se arrependido do que disse.

Passou suas mãos pelos cabelos, puxando eles pra trás e suspirou, baixando o olhar. Mas seu tom foi duro e frio quando falou:

- Quer saber de uma coisa? Dane-se!! Não se preocupe que não vou encostar mais nenhum dedo na senhora daqui por diante. Não há a necessidade de ser dispensada. Leve a menina às compras que vou providenciar uma escola.

Dito isso, virou as costas e me deixou ali tentando me recompor enquanto as lágrimas deslizavam sobre meu rosto sem que eu conseguisse segurá-las. 

Assim que me recuperei, fui atender a Lisa e quando saímos, pude me distrair um pouco com sua doçura e graciosidade.

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Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora