Capítulo 32

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Fiz uma pequena maratona de capítulos porque minha semana vai estar corrida e talvez não consiga postar tanto como gostaria. Espero que a história esteja agradando pois está sendo um prazer escrevê-la. Sou muito grata a quem está acompanhando, de verdade. Obrigada meninas..

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Antes de amanhecer, acordo com as pernas entrelaçadas em Arthur e ainda nua. Me desvencilho com todo cuidado para não acordá-lo. Recolho minhas roupas e ando rápido até meu quarto, como uma criança escondida fazendo arte.

Após um banho revigorante, me dedico a preparar o café da manhã das crianças. Em pouco tempo, escuto suas vozes infantis e eufóricas invadindo a cozinha e meu sorriso é imediato.

Lisa é a primeira a se manifestar:

- Bom dia Júlia! É verdade que assim que chegarmos da escola, vamos poder jogar vídeo game até cansar?

Dou um suspiro desanimado. Sabia que esse presente de Miguel acabaria por me trazer mais aborrecimentos.

Antes que eu pudesse responder, uma voz firme e autoritária toma a frente:

- Não é bem assim Lisa. Tanto você quanto Miguel têm seus deveres e atividades e com certeza, terão horários definidos para poderem se dedicar aos jogos.

Ele diz isso e dá uma piscada de olho pra mim. Parecia esperar minha aprovação para a sua afirmação. Só que eu estava perdida em seu perfume que me atinge antes de sua presença no ambiente.

E me deixa totalmente desconcertada.

Sou pega de surpresa por um pedido inusitado de Miguel ao meu ...

chefe/ ficante/ namorado/ amante.

Que papel estou representando em sua vida?

Com qual rótulo serei taxada?

Ainda divagando sobre isso, ouço Miguel falando com Arthur meio encabulado:

- Sr. Arthur, tenho que fazer um trabalho para a escola onde devemos passar um dia no trabalho do pai...O senhor se importa de me levar um até sua empresa, qualquer dia desses?

Arthur esboça um enorme sorriso que morre no exato momento em que dou um grito:

- Não Miguel!!

As crianças me olham espantadas e Arthur enruga a testa, voltando ao seu corriqueiro semblante irritado.

Miguel me dirige um olhar triste e incrédulo.

- Mas mãe...

Ao retrucar, acabo sendo mais rude que o necessário:

- Nada de "mas" Miguel! Para um dever desses, é comigo que você deve falar em primeiro lugar e não ficar incomodando o Sr. Arthur.

De cabeça baixa, meu filho apenas responde:

- Desculpa mãe...

Arthur me encara de braços cruzados e em silêncio. De onde estou, é possível sentir toda a raiva que está vibrando dele em minha direção. Minhas mãos estão tremendo em antecipação ao enfrentamento que sei que teremos, assim que as crianças se dispersarem.

Arthur se aproxima de Miguel, faz um carinho em sua cabeça e fala num tom suave e controlado:

- Vou conversar com sua mãe e, se ela concordar, levo você um dia comigo tá bom?

Aquelas palavras trazem esperança no olhar do meu filho, porém me deixam ainda mais revoltada pelo atrevimento dele em se intrometer em uma determinação dada ao MEU filho.

O interfone toca para avisar da Van escolar e as crianças se vão. Queria poder sair dali e não ter que iniciar meu dia com uma discussão.

Ao menos, não depois de tudo o que aconteceu na noite anterior...

Infelizmente, sabia que seria inevitável e da mesma forma em que estava receosa, sabia ser necessário que esclarecêssemos melhor nosso maior e mais importante ponto de divergência, que era como agir em relação às crianças.

Assim que a porta bate atrás dos pequenos, Arthur detona sem rodeios:

- Posso saber que diabos foi isso??!!!!

Meu Chefe Indomável (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora