Ainda de pé, enfio ambas as minhas mãos em meus bolsos frontais. Assim impeço minhas mãos de tremerem devido o nervoso ou de criarem vida própria e tocarem cada centímetro de seu corpo macio. Ele na certa não mudou nada. Sua postura não é nada relaxada, se comparada com a que exibia ao lado do tal amigo. O sorriso fácil que enfeitava seu bonito rosto e que morreu assim que me viu parado feito uma estátua na sua porta tão cedo. Como sempre a dor com a qual tentei me acostumar no decorrer dos anos, me acertou com força total, quase me arrancando o ar dos meus pulmões. Pois um dia esse mesmo sorriso que me foi negado com tamanha rapidez e facilidade, foi meu. Eu era o responsável por coloca - lo lá. E também fui o responsável por apaga - lo.
Ele mantém o contato visual, o desafio firme em seus olhos escuros e que tem o poder de me desarmar por inteiro. Ele parece tão seguro de si, na verdade essa é uma das qualidades que ele tem que me atraíram nele desde o início. Mesmo eu estando ainda um pouco confuso na época da faculdade, James sempre foi essa torre forte que é hoje. Se ele queria algo, ele ia lá e pegava. Quando chegou para se juntar ao nosso trio de amigos, consegui esconder com muita dificuldade o efeito ele tinha sobre mim. Mas sempre o estava observando. Em casa minha mãe tagarelava sobre o fato de Julieta ser uma boa menina e que nós deveríamos ter um compromisso. Por dois motivos: a família dela assim como a minha era abastada e de muita influencia e por seremos amigos desde sempre. Na época eu achei que dona Lilian estava brincando, mas eu deveria imaginar que a mulher que me deu a vida não brinca em nada.
Ela levou uma rede de restaurantes bem conceituados a punhos de ferro depois da morte do meu pai com maestria. De uma hora para outra ela foi de uma simples dona de casa para uma empresária.
James me suportou sendo uma massa de confusão e indecisão por um longo tempo. Uma torre forte, repleta de confiança e pensar nisso leva - me a abrir um sorriso involuntário, que quase rasga meu rosto, tamanho o orgulho que sinto dele. O que coloca uma carranca no dele.
- O que é tão engraçado? - dou de ombros.
- Você!
- Está rindo de mim? - aperta os olhos em minha direção. O gesto o deixando com um rosto quase infantil.
- Não...
- Esse maldito sorriso de lado diz o contrário.
- Sorriso de lado? - agora sorrio de verdade e ele me acompanha e por alguns segundos não há mais nada entre nós.
Não há mais mágoa, ressentimento, tristeza ou raiva marcando nossas vidas. Somos apenas dois homens no auge de sua idade, ocupando um mesmo espaço e sorrindo de algo bobo mas que foi capaz de acabar com a distancia entre nós por sólidos e maravilhosos segundos. Mas nada nessa vida é para sempre e então o clima tenso toma seu lugar e o silencio desconfortável se instala.
- O que veio fazer aqui Miley? - nada de tom caloroso de segundos atrás. Agora acredito que iremos falar sério.
Eu tinha toda a intenção de dizer tudo que está entalado em minha garganta por tanto tempo. Mas minha intenção foi para o maldito inferno quando ao chegar aqui, vejo Daren, a pedra no meu sapato e o cara mais corajoso que eu, bem ao seu lado.
- Eu já te disse. Pedir uma chance. - digo calmamente. Ele me fita por um segundo para logo rir tanto que quase cai do sofá. Bem agora, é ele quem claramente está rindo de mim. Seguro um grunhido. Acho que estou fazendo alguma coisa errada.
- Eu vou te perguntar novamente, você por acaso está vendo algum palhaço aqui?
- Não. Mas pelo visto quem está fazendo o papel de bobo da corte sou eu não é? - digo amargamente.
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VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]
Lãng mạnPlágio é crime! Capa By: Stephanie Santos Viver de aparências sempre foi uma lei na vida de Miley Sanders, parte disso é culpa da mãe e a outra, de sua covardia para assumir quem é. Covardia essa que o afastou do único que poderia fazê-lo feliz e qu...