|| VINTE E SETE - ESTOU AQUI, POR QUE TE AMO - MILEY

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Corro o mais rápido que posso até o estacionamento. Destravo meu carro e sem pensar muito dou partida. Meu coração é somente um músculo bombeando sangue a uma velocidade assustadora. Enquanto passo pelas avenidas, repasso a ligação de minha amiga em minha mente. Ela falava muito rápido mas consegui entender que havia uma assistente social na minha casa e que ela estava levando as crianças de lá. Mas que iria segura - los até que eu pudesse falar com eles.

Eu sabia que não poderiam ficar muito tempo comigo sem que eu entrasse com as devidas providências. Eu achava que teria mais tempo. Fato que se provou ser errôneo hoje. Mathias estava ficando melhor, ainda arisco como um gato selvagem protegendo a cria. Mas eu recebia atualizações de minha amiga dizendo que ele parecia mais aberto com Bob. Que ficavam no quintal brincando ou apenas deitados. Ele de parecia mais com uma criança. Uma que deixou de ser tem muito tempo.

Com um olho na estrada ligo para meu advogado para que ele possa ir para minha casa o mais rápido possível. Não posso deixar o garoto ir sem assegurar que vou fazer o possível para tira - los de lá. Que vou ser um homem pela metade se eu deixar que os separem, quebrando duramente a promessa que fiz a eles. Que vou adota - los dando assim um lar para eles. Um verdadeiro lar. Um lugar para o qual não tenham medo de voltar no fim do dia. Onde não terão que ir na cozinha de madrugada para comer escondido.

Meu amor sabe dos meus planos e me deu total apoio. O que já esperava dele. Minha irmã e minhas amigas também estarão do meu lado. Sei que se fosse casado o processo seria mais fácil mas nunca prenderia James ou outra pessoa comigo somente para adotar as crianças. Eu já tinha um maldito plano traçado na minha mente e os papéis seriam entregues hoje. No entanto nada sai sair como eu esperava.

Não demorou muito tempo para eu chegar em casa. Deixei o carro meio atravessado na rua e só então me dei conta de que não usei cinto de segurança no caminho para cá. Pisando duro, entro pela porta da sala já aberta. No centro dela encontro a pior cena que poderia presenciar na vida. Minhas crianças estavam chorando, minha amiga não estava diferente e havia uma mulher que ostentava uma pose imponente. Tomo fôlego antes de falar, para que eu não dê rosnados para ela.

- O que está acontecendo aqui? - digo  olhando a mulher com tanta raiva que vejo, não ter adiantado muito respirar profundamente. A assistente que nem ao menos se apresentou não se abala.

- Estou aqui para garantir o bem estar de ambas as crianças. - não consegui me conter, eu ri alto apontando para eles.

- Bem estar? Chama isso de bem estar? Vê que estão chorando!

- É meu trabalho. Recebi uma denúncia de que você mantém essas crianças na sua casa irregularmente.

- Denúncia?

- Sim e por isso vou leva - los e entrar em contato com o pai. - entro em pânico. Aquele homem é um filho da puta. As crianças não estarão seguras com ele.

- Não! É por isso que estão aqui, o pai delas...- a megera me corta rapidamente.

- Tudo será esclarecido Sr.! Eu preciso levar as crianças!

- Por favor! - implora ainda em lágrimas. Lágrimas essas que me acertam em cheio. Não posso impedi - la de leva - los. Posso até ser preso.

Me quebra em pedaços minúsculos, ver tenta dor em seu rosto. Os olhos castanhos que antes brilharam com vida e esperança e agora só tem a mais profunda mágoa. Deus, eu fiz isso com ele.

- Por favor! Não deixa ela nos levar! - suas palavras firmes e roucas embaladas pelo choro dolorido, me acertam como chicotes.

- Mathias, calma...- dou um passo a frente na intenção de toca - lo na tentativa de acalma - lo. Me lembro que ele não é muito adepto a toques, recuo. - Como você se chama mesmo? - me viro para a mulher.

VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora