O choro alto e agudo de Ben atravessa minha névoa de sono, me sentei esfregando meus olhos. Olho ao redor meio perdido e quando escuto sua mãe chorar junto com ele, corro rapidamente para meu banheiro, escovo meus dentes e lavo meu rosto torcendo para a água me despertar de verdade. Seco meu rosto e mãos e coloco minha calça de dormir fina e indo em direção ao seu quarto. Encontro - os quase em desespero. Rose usa uma blusa pelo avesso, os cabelos lisos antes perfeitos estão parecendo um ninho de ratos, a expressão cansada denuncia que assim como eu, não tem dormido tão bem.
Ela não me pediu, mas mesmo assim tirei algumas semanas de férias. Tinha duas acumuladas na casa, para dar todo o suporte que ela iria precisar. Ambos somos novos nessa coisa de criar um bebê, mas juntos estamos aprendendo. E tivemos uma enfermeira conosco nos dois primeiros dias para nos dar um auxílio, também. Tudo o que eu puder fazer por eles farei. Ben é meu afilhado, se ele precisar do mundo. Eu darei. Sua mãe é minha amiga, a qual também considero como uma irmã que nunca tive. Estarei aqui para ela sempre que precisar. Então, estamos ambos com noites não dormidas.
Enquanto seu bebê chora a plenos pulmões, ao ponto de suas bochechas ficarem completamente rubras, ela tenta lhe dar de mamar, mas ele não pega, seus pequenos punhos estão fechados com força. Lágrimas estão escorrendo por seu rosto. Com o coração apertado em meu peito, pigarreio baixinho. Mas ela não me ouve, está muito ocupada tentando entender o que nosso príncipe quer.
- Deixa eu pega - lo um querida! - me inclino e passo meu dedo pelos cabelos pretos como a noite dele. Ele faz beicinho.
- Ai Deus! Eu não sei mais o que fazer! - entrega ele e alerta os dedos no colo em seguida. Ben fica quieto por um segundo ou dois para logo voltar a chorar. Seu minúsculo corpo se contorcendo todo em meus braços.
Rose se ergue, é tão diferente vê - la sem aquela barriga toda. Vê - la sem o ventre inchado, me dá a impressão de que ela perdeu algo. Mas ela só ganhou. Com uma semana após o parto que teve duração de quase vinte e sete horas, ela está novamente no que acredito ser seu corpo de antes da gravidez. Pegando seu rosto com uma de minhas mãos livres, limpo suas lágrimas com suavidade.
- Calma amor! - a abraço de lado. - Já viu se ele tem febre, cólica ou...
- Eu...eu não sei. Já vi se está com febre, mas graças a Deus não.
- O que acha de se sentar um pouco? - aponto suavemente para a poltrona branca com detalhes verde água que escolhemos juntos meses atrás.
- Tudo bem! - acena fungando profundamente.
Já instalada, observa - me andar calmamente pelo quarto com Ben. Que já não chora tanto mas somente resmunga fazendo beicinho. Nesse meio tempo consigo verificar se sua fralda guarda alguma surpresa e massageio sua barriguinha. Ele só se retorce um pouco parecendo sentir cócegas mas não chora mais.
- Acha que sou uma péssima mãe? - paro no meio da minha caminhada. Vou até ela e acaricio seu rosto.
- Claro que não! Tudo é novo para você amor! E também para mim. Afinal de contas sou o padrinho dessa delícia não é?
- Você é mais do que isso para ele James. - me dá um sorriso sincero. - Você me salvou. - beija a palma da minha mão, levando - a até sua bochecha ainda úmida. - Você nos salvou. Serei grata por isso até o fim da minha vida.
- Eu só fiz o que era certo. - dou de ombros.
- Fez mais que isso. Me deu uma nova chance e isso não tem preço.
- Para mulher! Fiz o que todo ser humano decente faria. Ajudei alguém que precisava.
- Você não entende meu amigo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]
RomansaPlágio é crime! Capa By: Stephanie Santos Viver de aparências sempre foi uma lei na vida de Miley Sanders, parte disso é culpa da mãe e a outra, de sua covardia para assumir quem é. Covardia essa que o afastou do único que poderia fazê-lo feliz e qu...