JAMES- Oi amor, como você está hoje? - digo animado mesmo não recebendo nada como resposta. Me sento na poltrona ao lado da cama e envolvo seus dedos nos meus. - Hoje é um dia muito especial pois está fazendo trinta anos. E são pés de galinhas que vejo em seus olhos? - limpo uma lágrima sorrateira que insiste em habitar meus olhos, enquanto toco a área mencionada notando que não há nada ali. - Hoje nosso bebê nos mostrou seu primeiro dentinho, acho que era seu presente de aniversário mas você não estava lá.
Silêncio. Só recebo isso em troca.
Hoje fazem exatamente dois meses que ele está assim. Não há regressão em seu quadro clínico mas são poucas mas muito significativas suas melhoras, como por exemplo o fato dele não precisar mais de aparelhos para respirar e não necessitar estar em uma UTI, onde as visitas eram escassas e restritas. Ele foi movido para um quarto duas semanas depois do atentado e somente após exames que confirmaram a veracidade da sua melhora.
Pedi um período de licença para que pudesse lidar somente com sua estadia no hospital que acredito seria por pouco tempo. Essa sendo minha maior esperança. Julie voltou de sua viagem no terceiro dia após tudo acontecer e tive receio que ela tivesse uma recaída tamanha a tristeza e desespero que vi em seus olhos quando chegou. Desde então todos nós nos revezamos em ficar com ele. Quando tenho que ir para casa tomar um banho e trocar de roupa, sempre há alguém disponível para estar com ele, que sempre odiou ficar sozinho. Sua irmã só pode visita - lo uma semana depois, quando já estava em casa e como ela mesmo disse "se sentindo mais humana!". Tive que sair do quarto para não desabar com ela quando o viu tantos tubos saindo dele. Mas ainda ouvi ela chorar e dizer em uma voz cheia de dor que queria muito apresenta - lo para seu sobrinho recém nascido.
- Sabia que Rose conheceu alguém? - dou uma risadinha antecipando em pensamentos sua reação se estivesse acordado. Ele faria uma careta, encheria o peito amplo de ar e diria que iria conversar com o carinha para que tratasse ela bem, se não se veria com seus punhos. - Ela e meu irmão realmente vão ser somente amigos. Depois que conheceu Kelly, o pediatra gostoso do hospital, nunca a vi sorrir tanto. Sério ela tem muita sorte, além de ser um médico, ele é gato. Eu sei, você é mais! No entanto não sou cego sabe?
- Isso é tortura carinho! - me viro, encontrando - o recostado na porta. Ele hoje está usando roupas informais, o que indica não estar trabalhando.
- Não, não é! Só estou atualizando - o das novidades daqui.
- Certo, e dizer que acha outro cara gostoso vai acorda - lo em um instante sabe? - me pisca um olho.
- Você é quem está dizendo isso! Não sei de nada! - o chamo e logo ele está ao meu lado. Um pouco de seriedade toma suas feições.
- Como ele está? - indica com o queixo o loiro deitado diante de nós. O rosto agora com uma sombra de barba clara, daqui há alguns dias terá que faze - la novamente. Algo que eu mesmo faço com a autorização do médico. É mais um momento só nosso.
- Nada ainda. As vezes acho que nunca vou ver seus olhos brilhando de felicidade novamente sabe?
- Ele vai acordar carinho. - um sorriso enorme toma seu rosto. - Se não, eu vou me casar com você no lugar dele.
- Ridículo!
Ele não demora muito e diz que tem que ir. Mesmo com o caso de Mary resolvido, ele intercala sua estadia entre Portland e Nova York, a cidade onde mora. Depois de recolherem todas as provas necessárias juntamente com meu depoimento que dei, ela foi indiciada por tentativa de homicídio. Ficou alguns dias na prisão mas por não estar em um estado mental estável o suficiente, foi encaminhada para um instituto psiquiátrico no qual está até hoje. De acordo com o que ouvi de Daren, ela não fala e não interage com ninguém, ficando presa em sua própria cabeça caótica. Depois de se despedir, ainda converso um pouco mais com ele. Acaricio seus dedos longos e pálidos.
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VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]
RomancePlágio é crime! Capa By: Stephanie Santos Viver de aparências sempre foi uma lei na vida de Miley Sanders, parte disso é culpa da mãe e a outra, de sua covardia para assumir quem é. Covardia essa que o afastou do único que poderia fazê-lo feliz e qu...