O caminho todo até a casa do menino é feito comigo ultrapassando todo e qualquer sinal de trânsito. Os sinais vermelhos para mim era como nada para mim. Em alguns momentos eu quase sofri um acidente mas pouco me importei. Estava ocupado demais falando sozinho e xingando o universo. Vez ou outra o pequeno mas muito marcante diálogo entre eles é sussurrado por uma voz baixa na minha mente. Não pude de o rosto de nenhum dos dois no momento, mas sei que James estava tentando de tudo para não demonstrar o quão horrorizado estava e Mathias na certa estava amedrontrado o suficiente para revelar algo de si. Pelas poucas vezes que nos vimos, ele não me permitiu chegar muito perto.
Estaciono o carro de qualquer jeito, olho ao redor e não vejo ninguém nos quintais ou nada ruas pouco pavimentadas do bairro. O carro de Daren está a algumas casas de distância mas não vejo ninguém nele. Ótimo. O que pretendo fazer vai ser rápido e se eu tiver sorte vai deixar algumas costelas quebradas no processo. Pulo para fora do carro e praticamente corro em direção a casa que sei ser onde ele mora. Quando pedi que o melhor amigo do meu namorado os seguisse após deixar o hospital, ele me informou por mensagem onde eles moravam. Eu gravei o endereço na minha mente e nunca poderia esquecer.
Diante da porta vermelha, com a tinta lascada pelo tempo eu ergo meu punho e bato com todas as minhas forças. A madeira balança e acredito que até racha no processo mas estou pouco me fodendo para isso. Eu quero é ensinar uma lição para o lixo de ser humano como se deve tratar os filhos.
Meu celular em meu bolso frontal toca pela décima vez mas não atendo. Não, quando sei que é James e que vai exigir que eu volte para casa. Eu vou. Mas antes tenho que descarregar minha raiva em alguém. E esse alguém será esse homem.
Quando ninguém vem a porta, bato de novo.
- Já vou! Não precisa derrubar a porta. - a mesma se abre revelando o rosto do infeliz.
É quando a raiva me inflama completamente. Eu não penso e nem quero. Só faço. Fecho minha mão e soco seu rosto com tudo. Ele grita de surpresa e tropeça nas botas gastas, batendo na parede da entrada. Entro fechando a porta atrás de mim devagar, o movimento contrastando com todo o turbilhão que há dentro de mim. Com a mão no rosto e olhos arregalados, tenta se afastar de mim. Mas não lhe dou espaço para isso. Pego em seu colarinho e jogo - o na parede mais próxima. Ficando nariz a nariz com ele, quase vomito com o cheiro de bebida que vem dele. A impressão que tenho é que ele ficou mergulhado em um tonel de cerveja.
- Agora assim estamos nos entendendo! - soco seu estômago lhe arrancando o ar. - É bom não é? Bater nas pessoas? - bato com ele mais três vezes na parede.
- Cara...o que está fazendo aqui? Você me bateu porra! - consegue dizer entre ofegos. Dou uma risadinha, quem vê de fora na certa vai dizer que estou louco. Elas terão razão. Eu realmente estou louco, mas é de raiva desse homem monstruoso.
- Bati! - lhe dou mais três socos. - E pode apostar, vou bater mais! - grito no seu rosto.
- Eu não sei...
- Oh não sabe? - levo - o pela casa batendo - o pelos móveis no caminho, ele geme a cada instante mas não ligo. Eu não estou fodendo para muita coisa no momento. - Me diz onde! - ordeno com a garganta seca. Pareço um psicopata e não me reconheço.
- Como?
- Me diz, onde você batia nele? - realização toma seu rosto. Ele grunhe e a raiva em seu rosto sangrento é evidente.
- Aquele merdinha...- ele não termina, pois a rasteira que lhe dou o cala imediatamente. Estamos na cozinha, entre a pequena e muito gasta mesa com apenas uma cadeira nela e a pia. O chão está tão sujo quanto o restante da casa.
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VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]
RomansaPlágio é crime! Capa By: Stephanie Santos Viver de aparências sempre foi uma lei na vida de Miley Sanders, parte disso é culpa da mãe e a outra, de sua covardia para assumir quem é. Covardia essa que o afastou do único que poderia fazê-lo feliz e qu...