Suspiro me sentindo satisfeito comigo mesmo, enquanto guardo minhas coisas em minha bolsa. A sensação de estar no lugar correto e fazendo a coisa certa é o que ajudou a seguir em frente sempre que deixava as crianças felizes e sonhando com as histórias que conto. Queria fazer mais por elas, tirar por exemplo de alguma forma o sofrimento delas. Ter palavras o suficiente para confortar os pais que precisam mostrar estar fortes p tempo todo. Mas se é contando histórias das mais diversas, que faço a diferença na vida desses pequenos seres, é o que vou continuar fazendo.
Me despeço de cada uma delas com um beijo e um abraço muito apertado. As mães estão presentes hoje e algumas derramam lágrimas de agradecimento, o que me deixa um pouco constrangido. Só estou fazendo minha parte e amo tudo isso. Jhonny acena animadamente para mim com a mãe ao lado. A mulher que é sua cópia fiel também tem lágrimas nos olhos, o motivo vai além de se emocionar com uma história infantil. Mas sim, o fato do tratamento do filho está ocorrendo tudo como detalhado pelo médico e que em breve o filho iria para casa. O pai ainda segue viajando a trabalho, pelo tempo que passo com ele, sei que é algo que o deixa triste. Mas ele tem a mãe e vejo que ela faz de tudo para ele.
- Tio, onde está o seu James? - Emma agarra minhas pernas e me olha ansiosamente. Seguro uma risadinha ao ver que não fui só eu quem cativou essas crianças curiosas. Quando James vem ele faz questão de se vestir a caráter. Hoje ele era a Rapunzel.
- O meu James? - a pego em meus braços. Ela enrola os finos bracinhos ao redor do meu pescoço, se apertando contra mim. - Ele foi se trocar, sabe? Ele só pode ser a Rapunzel para vocês.
- Por que? - os olhinhos castanhos estão fixos em meu rosto. Curiosidade é nítida neles.
- Vocês são muito especiais. A transformação dele só acontece para as crianças lindas que há aqui.
- Oh! - sua cabeça cai para o lado. Sua boca aberta em um "o" perfeito. Ela pensa por um instante e me presenteia com seu melhor sorriso, aquele que é tão forte e quente que me toca profundamente. - Eu sou especial? E linda?
- Muito especial mesmo! E linda assim como eu! - ela ri alto, batendo palmas animada.
- Você também é especial então tio! Mas não acho bonito não! - ofego dramaticamente. Fingindo tropeçar atingido por suas palavras.
- Assim você me machuca. - a danadinha esconde o rostinho em meu ombro. Seu cabelo escuro como a noite está crescendo aos poucos.
- Já chega malandrinha, tio Miley tem que ir.
A mãe sorri em agradecimento para mim ao pegar a filha nos braços. Elas acenam para mim e logo deixo a sala de leitura que pertence a ala pediátrica. Antes mesmo de fechar a porta branca e pesada completamente, um corpo pequeno se choca contra o meu. Nem dá tempo de segurar quem quer que se chocou comigo, pois logo tenho lábios que não são do meu namorado contra os meus.
Respirando pesadamente, consigo afasta - la tão logo sua língua tenta aprofundar o beijo. Diante de mim, a mulher que cuidou de mim após o coma e quem eu considerava minha amiga aqui nesse hospital, me olha com expectativa. Como se o beijo que me deu tivesse algum consentimento da minha parte. Limpo minha boca rudemente e recuo um passo, minhas costas pressionadas contra a porta.
- Está maluca? - digo alarmado, olhando ao redor em busca de James. Metade de mim está aliviado por não vê - lo. A outra metade está com raiva do atrevimento de Mary.
- Estou louca por você sim e não é de hoje Miley! - diz alegremente. Como se o fato de ter conversado com ela dias atrás, talvez fosse apenas um sonho. Uma ilusão.
- Mulher, me diz uma coisa. Está afim de me foder? - recua como se eu tivesse batido nela, mas é como parece toda a situação. Quem em sã consciência beija uma pessoa que tem compromisso com outra? Eu tenho um namorado.
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VOLTA PARA MIM? [COMPLETO]
RomancePlágio é crime! Capa By: Stephanie Santos Viver de aparências sempre foi uma lei na vida de Miley Sanders, parte disso é culpa da mãe e a outra, de sua covardia para assumir quem é. Covardia essa que o afastou do único que poderia fazê-lo feliz e qu...